Conheça a história da paineira bicentenária que continua viva mesmo após ter sido queimada em Itapeva

Árvore com mais de 200 anos foi alvo de incêndio com suspeita de ser criminoso há cerca de uma semana. Defesa Civil interditou o local devido ao risco de queda de galhos. Árvore com mais de 200 anos foi alvo de incêndio em Itapeva
Sendo parte importante da história de Itapeva (SP), cidade com 255 anos de fundação, uma paineira com mais de 200 anos continua viva mesmo após ter sido alvo de incêndio há cerca de uma semana.
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Conforme a prefeitura, ainda não se sabe a causa do incêndio ocorrido na segunda-feira (26), mas há indícios de que tenha sido criminoso, já que autoridades encontraram vestígios de garrafa de óleo e isqueiro próximo ao local onde a árvore está plantada, na rotatória da Rua Higino Marques, nº 765, no Jardim Califórnia.
A Polícia Ambiental afirmou que a árvore continua de pé, resistindo, e que a Defesa Civil do município fez podas preventivas a fim de minimizar o peso dos seus galhos. Porém, até o momento não há informações da autoria ou do motivo do fogo.
Defesa Civil interditou o local da paineira, devido ao risco de queda de galhos
Reprodução/Prefeitura
?Parte da história da cidade
A paineira cresceu ao passo em que a cidade se desenvolveu ao redor dela. A representante do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapeva, Isabel Reis, reforça a importância da árvore.
“A história (da árvore) não só em relação à idade, mas também tem muitas histórias na questão do tropeirismo, vindo do Rio Grande do Sul para a Feira de Muares em Sorocaba. Eles passavam aqui por debaixo da paineira, ficavam descansando”, afirma.
Além disso, Isabel destaca que a árvore tem um forte simbolismo para os moradores da cidade. “Muitas memórias afetivas de pessoas que moravam ao redor da paineira, muitas histórias, muitas crianças que brincaram embaixo da paineira e hoje já são avós. Então, é esse sentimento que a população tem aqui em relação a essa paineira bicentenária”.
O Instituto Histórico pretende ser o guardião da paineira, a fim de garantir a preservação da árvore. “E, ao mesmo tempo, não deixar a história da paineira bicentenária cair no esquecimento”, conta Isabel.
Paineira com mais de 200 anos em Itapeva (SP)
Reprodução/Google Maps
?Símbolo de resiliência
Apesar do ato criminoso, a paineira continua resiliente e sobrevive. Conforme Isabel, após análise de especialistas do meio ambiente, a raiz, seiva (fluido vital que transporta nutrientes e água dentro da planta) e folhas não foram afetados.
“É uma guerreira, é uma fortaleza e é a nossa paineira bicentenária”, celebra.
Segundo a Prefeitura de Itapeva, houve uma ação de tratamento emergencial em prol da árvore, com a poda de galhos comprometidos, remoção de partes mortas e, futuramente, o fechamento das áreas expostas.
Em parceria com a Universidade FAIT e a Unesp, a administração do município solicitou um laudo fitossanitário, como forma de garantir a manutenção do local e identificar quais outras medidas adicionais serão necessárias para preservar a segurança da população.
Pintura feita na paineira pelo artista Moisés Siqueira, após o galho da paineira cair, em 2021, em Itapeva (SP)
Reprodução/Isabel Reis
?Árvore nativa brasileira
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de SP (Semil), a paineira é uma árvore nativa brasileira e pode atingir 30 metros de altura. A espécie pertence à mesma família do baobá, uma das maiores árvores do planeta.
Além disso, os frutos da árvore ficam pendurados e, quando maduros, liberam a paina, um tipo de algodão, que pode ser utilizada na confecção de travesseiros, almofadas e pelúcias. As sementes costumam atrair maritacas e tuins. Enquanto as flores são na cor rosa e tem formato de sino, sendo mais destacadas na época de outono.
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