Tradição junina: casal celebra o amor há 20 anos como 'padre' e 'freira' em arraial de Sergipe

A história começou com o personagem padre belga, popular entre turistas que visitam as principais festas do estado. Padre Belga e Freira Iris são personagens recorrentes dos festejos juninos em Sergipe
Thalys Rodrigues
Casados há mais de 20 anos, Cariolando Silva e Márcia Íris são uma atração tradicional dos festejos juninos em Sergipe. De mãos dadas, na capelinha do espaço cenográfico da Vila do Forró, em Aracaju, o casal, que interpreta os personagens padre Belga e a freira Íris, contou ao g1 como começou essa história de humor, fé e amor.
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Primeiro veio o personagem do Cariolando, há mais de 55 anos, quando ele estava no colégio, regido por uma instituição católica, onde um dos professores era da Bélgica, o padre chamado Etienne. O sergipano então resgatou os trejeitos e o sotaque para criar o personagem.
“Quando eu fiz pela primeira vez em um evento do colégio, o padre Etienne gargalhou e todo mundo adorou. [...] Eu que sou natural da cidade de Muribeca, hoje brinco que sou de MuriBélgica’”, contou Cariolando aos risos.
Desde então, o personagem sempre foi uma presença marcante nos principais festejos de São João em Sergipe. Segundo Cariolando, o padre Belga já esteve presente em festas de 69 dos 75 municípios do estado. Atualmente, eles estão no espaço cenográfico da Vila do Forró, no Arraiá do Povo.
Turistas falam sobre a experiência no Arráia do Povo
Longe dos arraiás, Cariolando trabalha como servidor público há mais de 30 anos. Ele conheceu a Márcia Íris dos Santos, sua atual esposa, no começo dos anos 2000, quando também começaram o relacionamento e ela sempre o acompanhava nos festejos. Por volta de 2004, veio a ideia de criar a própria personagem.
Quando não está trabalhando com a personagem da freira Íris, Márcia é professora, formada em pedagogia, estuda psicologia e, atualmente, trabalha no setor administrativo da Secretaria Municipal de Educação de Aracaju, tentando conciliar os dois mundos ao lado do marido.
“Um jeito de poder ficar perto dele. Ele passa pelo menos dois meses por ano e vem todos os dias brincar com o público. Então eu sempre estarei aqui ao lado dele. Mas eu não misturo as coisas, lá em casa é o ‘meu bem’, aqui é o caríssimo padre Belga”, pontuou Márcia.
Apesar da brincadeira, Cariolando é católico e disse que não utiliza a fé de forma desrespeitosa e sempre manteve o respeito e relação com a Igreja. Ele lembrou ainda um caso envolvendo o monsenhor Carvalho, que morreu este ano e foi um líder católico de muita influência em Sergipe.
Durante um encontro dos dois, o monsenhor compartilhou que gostou da brincadeira, mas que ele tomasse cuidado com o ambiente e as bebidas alcóolicas, senão, disse Carvalho: ‘Eu tirarei a sua batina’, brincou.
Para Cariolando, depois de tanto tempo, só é possível manter o personagem por conta do carinho e a tradição que se formou. O costume do casamento do matuto é repetido inúmeras vezes a cada noite. Como aconteceu com o casal de turistas de Florianópolis, César Augusto e Karen Cristina, que estiveram na capelinha e receberam a ‘benção’ do padre Belga em meio a gargalhadas.
César Augusto e Karen Cristina receberam a 'benção' do padre Belga.
Antônio Cardoso
"A gente descobriu que a história deles é a história do São João em Sergipe. Nunca pensei em fazer isso, eu me senti como em uma novela. A gente casou de verdade?", brincou a turista Karen.
Entre os casais que se apaixonam e reforçam o amor na capelinha do padre Belga, o próprio Cariolando confessou que a brincadeira faz bem para o próprio casamento.
“Até hoje, o que nos fortalece é essa alegria que nós temos e, claro, o amor. O amor, eu digo hoje que é longevidade, tanto nos festejos juninos, como na sua vida e dentro de casa. É por isso que esse laço que temos, só Jesus poderia desfazer”, contou Cariolando.
Ao longo do tempo, os personagens sempre foram presenças marcantes dos festejos juninos em Sergipe.
Arquivo Pessoal
Thalys Rodrigues
Casados há mais de 20 anos, Cariolando Silva e Márcia Íris são uma atração tradicional dos festejos juninos em Sergipe. De mãos dadas, na capelinha do espaço cenográfico da Vila do Forró, em Aracaju, o casal, que interpreta os personagens padre Belga e a freira Íris, contou ao g1 como começou essa história de humor, fé e amor.
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Primeiro veio o personagem do Cariolando, há mais de 55 anos, quando ele estava no colégio, regido por uma instituição católica, onde um dos professores era da Bélgica, o padre chamado Etienne. O sergipano então resgatou os trejeitos e o sotaque para criar o personagem.
“Quando eu fiz pela primeira vez em um evento do colégio, o padre Etienne gargalhou e todo mundo adorou. [...] Eu que sou natural da cidade de Muribeca, hoje brinco que sou de MuriBélgica’”, contou Cariolando aos risos.
Desde então, o personagem sempre foi uma presença marcante nos principais festejos de São João em Sergipe. Segundo Cariolando, o padre Belga já esteve presente em festas de 69 dos 75 municípios do estado. Atualmente, eles estão no espaço cenográfico da Vila do Forró, no Arraiá do Povo.
Turistas falam sobre a experiência no Arráia do Povo
Longe dos arraiás, Cariolando trabalha como servidor público há mais de 30 anos. Ele conheceu a Márcia Íris dos Santos, sua atual esposa, no começo dos anos 2000, quando também começaram o relacionamento e ela sempre o acompanhava nos festejos. Por volta de 2004, veio a ideia de criar a própria personagem.
Quando não está trabalhando com a personagem da freira Íris, Márcia é professora, formada em pedagogia, estuda psicologia e, atualmente, trabalha no setor administrativo da Secretaria Municipal de Educação de Aracaju, tentando conciliar os dois mundos ao lado do marido.
“Um jeito de poder ficar perto dele. Ele passa pelo menos dois meses por ano e vem todos os dias brincar com o público. Então eu sempre estarei aqui ao lado dele. Mas eu não misturo as coisas, lá em casa é o ‘meu bem’, aqui é o caríssimo padre Belga”, pontuou Márcia.
Apesar da brincadeira, Cariolando é católico e disse que não utiliza a fé de forma desrespeitosa e sempre manteve o respeito e relação com a Igreja. Ele lembrou ainda um caso envolvendo o monsenhor Carvalho, que morreu este ano e foi um líder católico de muita influência em Sergipe.
Durante um encontro dos dois, o monsenhor compartilhou que gostou da brincadeira, mas que ele tomasse cuidado com o ambiente e as bebidas alcóolicas, senão, disse Carvalho: ‘Eu tirarei a sua batina’, brincou.
Para Cariolando, depois de tanto tempo, só é possível manter o personagem por conta do carinho e a tradição que se formou. O costume do casamento do matuto é repetido inúmeras vezes a cada noite. Como aconteceu com o casal de turistas de Florianópolis, César Augusto e Karen Cristina, que estiveram na capelinha e receberam a ‘benção’ do padre Belga em meio a gargalhadas.
César Augusto e Karen Cristina receberam a 'benção' do padre Belga.
Antônio Cardoso
"A gente descobriu que a história deles é a história do São João em Sergipe. Nunca pensei em fazer isso, eu me senti como em uma novela. A gente casou de verdade?", brincou a turista Karen.
Entre os casais que se apaixonam e reforçam o amor na capelinha do padre Belga, o próprio Cariolando confessou que a brincadeira faz bem para o próprio casamento.
“Até hoje, o que nos fortalece é essa alegria que nós temos e, claro, o amor. O amor, eu digo hoje que é longevidade, tanto nos festejos juninos, como na sua vida e dentro de casa. É por isso que esse laço que temos, só Jesus poderia desfazer”, contou Cariolando.
Ao longo do tempo, os personagens sempre foram presenças marcantes dos festejos juninos em Sergipe.
Arquivo Pessoal
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