30 piauienses foram resgatados do trabalho análogo à escravidão em outros estados em 2025; maioria é homem, pobre e sem escolaridade

Dia de Combate ao Tráfico de Pessoas: 30 piauienses foram resgatados de trabalhos análogos à escravidão
MPT-PI
Nesta quarta-feira (30) é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas, data instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), em 2013. Em junho deste ano, cerca 30 trabalhadores piauienses que estavam em situação de trabalho análogo à escravidão foram resgatados em uma propriedade rural no município de Gentio do Ouro, na Bahia.
Os piauienses foram encontrados juntamente com 12 cearenses e 15 baianos trabalhando irregularmente em uma extração de palha e pó de carnaúba. Eles viviam em condições degradantes, em alojamentos superlotados e sem instalações sanitárias adequadas, os trabalhadores foram levados ao local por um empregador também piauiense.
Durante a data, o Ministério Público do Trabalho (MPT) alertou para o elevado número de trabalhadores que são levados para outros municípios e estados, como o interior de São Paulo, com promessas de trabalho e acabam sendo submetidos á situações análogas à escravidão.
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O coordenador regional de Combate ao Trabalho Escravo do MPT-PI, o procurador do trabalho Edno Moura afirmou que o crime comumente envolve vítimas com baixa perspectiva de trabalho nas suas localidades de origem. Ele ainda ressaltou que é necessário políticas públicas para manterem os trabalhadores em suas cidades de origem com condições dignas de trabalho.
“É importante tratar disso com muita seriedade e refletir sobre as causas que levam as pessoas a aceitarem serem traficadas para outros municípios ou estados para serem submetidos a condições degradantes de trabalho”, pontuou.
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Segundo o MPT-PI, por falta de oportunidade, muitos trabalhadores acabam retornando para locais de onde foram resgatado. Conforme Edno Moura, foi analisado que há um perfil das vítimas desse crime, normalmente homens, pobres e sem escolaridade.
“Pessoas que vivem à margem da sociedade e que se encontram sem perspectivas de obtenção de renda e aceitam serem submetidos a condições degradantes porque não veem outra alternativa para auferirem renda para si e para o sustento de suas famílias. Por isso, acabam sendo presas fáceis para o trabalho escravo”, lamentou.
O MPT, durante as diretrizes para o combate ao tráfico de pessoas, instituiu o projeto Liberdade no Ar, que deve atuar em parceria com rodoviárias e aeroportos do país, para a disseminação de conteúdo entre os viajantes e capacitação de profissionais sobre o combate e incentivo para a desconfiança sobre "promessas encantadoras" de emprego que camuflam fraude ou exploração.
Como denunciar?
As denúncias de trabalho escravo podem ser feitas, de forma anônima e sigilosa, por meio dos seguintes canais:
Site do Ministério Público do Trabalho;
WhatsApp: (86) 99544-7488;
Sistema Ipê (plataforma da Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a OIT);
Presencialmente em qualquer unidade do MPT localizadas em Teresina, Picos e Bom Jesus.
30 piauienses são resgatados em situação análoga à escravidão em propriedade na Bahia
*Vitória Bacelar, estagiária sob supervisão de Ilanna Serena.
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