Agressão em elevador: delegado do DF volta atrás e, agora, diz não descartar tentativa de feminicídio

Homem gravado espancando mulher no elevador é indiciado por furto de energia
A Polícia Civil do Distrito Federal afirmou nesta terça-feira (12) que ainda não pode descartar o indiciamento por tentativa de feminicídio de Cléber Lúcio Borges, de 55 anos – acusado, até o momento, por lesão corporal contra a esposa.
Cléber foi flagrado por câmeras de segurança agredindo a mulher, de 34 anos, em um elevador no condomínio do casal. Na sexta-feira (8), o delegado Marcos Loures afirmou ao g1 que o enquadramento como tentativa de feminicídio era uma hipótese descartada.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp.
Procurado novamente nesta terça (12), o delegado adotou outro posicionamento.
"Eu mantenho por ora o indiciamento [como lesão corporal]. Eu só não posso é descartar o indiciamento por feminicídio tentado, antes de receber o laudo do IML e a conclusão das investigações, lembrando que a palavra final cabe ao Ministério Público, titular da ação penal", disse o delegado.
Homem espanca mulher com dezenas de socos e cotoveladas em elevador no DF
A vítima das agressões passou cinco dias internada em um hospital particular, em razão das agressões e da medicação que tomou em seguida.
Ela recebeu alta médica, mas foi encaminhada pela família para um hospital psiquiátrico, onde seguia internada até esta terça e sem previsão de alta.
LEIA TAMBÉM:
Mãe de mulher espancada no DF a encontrou sedada no hospital: 'Achei que não voltava mais'
Homem que espancou esposa em elevador no DF é indiciado por 'gato' de energia em depósito
Prontuário médico ainda não foi entregue
O crime foi enquadrado na Lei Maria da Penha, que prevê medidas de proteção e punições para casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
A vítima foi ouvida de forma "informal" no hospital. Ela confirmou as agressões, mas disse que não queria medidas protetivas.
Nesse tipo de situação, a lei determina que a ação penal seja pública incondicionada — ou seja, mesmo que a vítima não registre denúncia formal, o processo segue normalmente (saiba mais abaixo).
O prontuário médico, que deve detalhar exames e possíveis fraturas, foi solicitado para avaliar a gravidade das lesões.
"A polícia, a Justiça, o Ministério Público vão agir independentemente da vontade da vítima. Para quê? Para garantir a segurança e preservar a vida dessa mulher", disse o delegado.
Proteção da vítima
Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que processos ligados à Lei Maria da Penha não dependem da vontade da vítima.
A delegada Karen Langkammer, diretora da Divisão Integrada de Atendimento à Mulher (DIAM), explica que nem sempre a gravidade da agressão é visível no primeiro momento.
“Uma lesão corporal, a partir do aprofundamento da investigação, pode revelar todos os elementos para o enquadramento como tentativa de feminicídio, mesmo sem a manifestação da vítima. Isso ocorre porque a lei protege a vida e a integridade da mulher”, afirma.
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) informou que ainda não houve pedido de medida protetiva porque, inicialmente, a vítima estava internada e o agressor, preso.
O órgão afirma que o caso seguirá sendo monitorada para reavaliação. De acordo com a Lei Maria da Penha, o juiz pode conceder medidas protetivas de urgência a pedido do Ministério Público ou mesmo de ofício, ou seja, sem solicitação da vítima.
Cotoveladas e socos
Cleber Lúcio Borges, de 55 anos, agrediu a companheira dentro de elevador no Guará
reprodução
A agressão aconteceu no último dia 1º em um condomínio no Guará. A vítima chama o elevador e, quando as portas se abrem, é surpreendida pelo companheiro – que já aparece dando um soco.
Dentro do elevador, as agressões continuam. A mulher leva mais socos e cai no chão. Depois, se levanta e tenta reagir, dando tapas no companheiro. Em resposta, leva mais socos e cotoveladas.
A cena dura quase quatro minutos. Quando as portas do elevador se abrem novamente, o homem sai — e a mulher, ainda caída, aperta os botões de outro andar.
Cléber Lúcio é empresário do ramo de móveis e tem empresas no Distrito Federal e em Goiás. Ele foi preso nesta semana, tanto pela agressão quanto por manter armas e munição em casa sem autorização.
Em nota, a defesa de Cléber Lúcio afirmou que vai se manifestar na Justiça, no decorrer do processo e que o caso ainda está em apuração.
Linha do tempo após a agressão
Domingo (3): a mãe da vítima denunciou a agressão à Polícia Civil.
Quarta-feira (6): Cleber Lúcio Borges foi preso no apartamento onde vivia com a vítima. Policiais encontraram 2 armas de fogo sem registro e mais de 500 munições para diferentes calibres.
Quarta-feira (6): Ministério Público do DF (MPDFT) e o Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) pediram o prontuário ao hospital com informações sobre exames, laudos e procedimentos realizados no atendimento da vítima.
Quinta-feira (7): Cleber Lúcio Borges fica em silêncio durante depoimento e é levado para o Complexo Penitenciário da Papuda. Homem cumpre prisão preventiva.
O que diz o agressor
Leia abaixo a nota enviada à TV Globo pelo advogado Thyago Batista Ribeiro, que atua na defesa de Cléber Lúcio:
"O corpo jurídico responsável pela defesa técnica do indiciado, informa que as medidas judiciais cabíveis já foram tomadas, inclusive para restabelecer a liberdade do indiciado, e no momento, o pedido está pendente de análise por parte do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Declara que não houve o oferecimento de qualquer denúncia em desfavor do indiciado, aguardando o trâmite dos possíveis desdobramentos, mas conforme já esclarecido, acredita na mais inteira realização da justiça, sendo o indiciado o maior interessado para elucidação dos fatos."
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
A Polícia Civil do Distrito Federal afirmou nesta terça-feira (12) que ainda não pode descartar o indiciamento por tentativa de feminicídio de Cléber Lúcio Borges, de 55 anos – acusado, até o momento, por lesão corporal contra a esposa.
Cléber foi flagrado por câmeras de segurança agredindo a mulher, de 34 anos, em um elevador no condomínio do casal. Na sexta-feira (8), o delegado Marcos Loures afirmou ao g1 que o enquadramento como tentativa de feminicídio era uma hipótese descartada.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp.
Procurado novamente nesta terça (12), o delegado adotou outro posicionamento.
"Eu mantenho por ora o indiciamento [como lesão corporal]. Eu só não posso é descartar o indiciamento por feminicídio tentado, antes de receber o laudo do IML e a conclusão das investigações, lembrando que a palavra final cabe ao Ministério Público, titular da ação penal", disse o delegado.
Homem espanca mulher com dezenas de socos e cotoveladas em elevador no DF
A vítima das agressões passou cinco dias internada em um hospital particular, em razão das agressões e da medicação que tomou em seguida.
Ela recebeu alta médica, mas foi encaminhada pela família para um hospital psiquiátrico, onde seguia internada até esta terça e sem previsão de alta.
LEIA TAMBÉM:
Mãe de mulher espancada no DF a encontrou sedada no hospital: 'Achei que não voltava mais'
Homem que espancou esposa em elevador no DF é indiciado por 'gato' de energia em depósito
Prontuário médico ainda não foi entregue
O crime foi enquadrado na Lei Maria da Penha, que prevê medidas de proteção e punições para casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
A vítima foi ouvida de forma "informal" no hospital. Ela confirmou as agressões, mas disse que não queria medidas protetivas.
Nesse tipo de situação, a lei determina que a ação penal seja pública incondicionada — ou seja, mesmo que a vítima não registre denúncia formal, o processo segue normalmente (saiba mais abaixo).
O prontuário médico, que deve detalhar exames e possíveis fraturas, foi solicitado para avaliar a gravidade das lesões.
"A polícia, a Justiça, o Ministério Público vão agir independentemente da vontade da vítima. Para quê? Para garantir a segurança e preservar a vida dessa mulher", disse o delegado.
Proteção da vítima
Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que processos ligados à Lei Maria da Penha não dependem da vontade da vítima.
A delegada Karen Langkammer, diretora da Divisão Integrada de Atendimento à Mulher (DIAM), explica que nem sempre a gravidade da agressão é visível no primeiro momento.
“Uma lesão corporal, a partir do aprofundamento da investigação, pode revelar todos os elementos para o enquadramento como tentativa de feminicídio, mesmo sem a manifestação da vítima. Isso ocorre porque a lei protege a vida e a integridade da mulher”, afirma.
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) informou que ainda não houve pedido de medida protetiva porque, inicialmente, a vítima estava internada e o agressor, preso.
O órgão afirma que o caso seguirá sendo monitorada para reavaliação. De acordo com a Lei Maria da Penha, o juiz pode conceder medidas protetivas de urgência a pedido do Ministério Público ou mesmo de ofício, ou seja, sem solicitação da vítima.
Cotoveladas e socos
Cleber Lúcio Borges, de 55 anos, agrediu a companheira dentro de elevador no Guará
reprodução
A agressão aconteceu no último dia 1º em um condomínio no Guará. A vítima chama o elevador e, quando as portas se abrem, é surpreendida pelo companheiro – que já aparece dando um soco.
Dentro do elevador, as agressões continuam. A mulher leva mais socos e cai no chão. Depois, se levanta e tenta reagir, dando tapas no companheiro. Em resposta, leva mais socos e cotoveladas.
A cena dura quase quatro minutos. Quando as portas do elevador se abrem novamente, o homem sai — e a mulher, ainda caída, aperta os botões de outro andar.
Cléber Lúcio é empresário do ramo de móveis e tem empresas no Distrito Federal e em Goiás. Ele foi preso nesta semana, tanto pela agressão quanto por manter armas e munição em casa sem autorização.
Em nota, a defesa de Cléber Lúcio afirmou que vai se manifestar na Justiça, no decorrer do processo e que o caso ainda está em apuração.
Linha do tempo após a agressão
Domingo (3): a mãe da vítima denunciou a agressão à Polícia Civil.
Quarta-feira (6): Cleber Lúcio Borges foi preso no apartamento onde vivia com a vítima. Policiais encontraram 2 armas de fogo sem registro e mais de 500 munições para diferentes calibres.
Quarta-feira (6): Ministério Público do DF (MPDFT) e o Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) pediram o prontuário ao hospital com informações sobre exames, laudos e procedimentos realizados no atendimento da vítima.
Quinta-feira (7): Cleber Lúcio Borges fica em silêncio durante depoimento e é levado para o Complexo Penitenciário da Papuda. Homem cumpre prisão preventiva.
O que diz o agressor
Leia abaixo a nota enviada à TV Globo pelo advogado Thyago Batista Ribeiro, que atua na defesa de Cléber Lúcio:
"O corpo jurídico responsável pela defesa técnica do indiciado, informa que as medidas judiciais cabíveis já foram tomadas, inclusive para restabelecer a liberdade do indiciado, e no momento, o pedido está pendente de análise por parte do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Declara que não houve o oferecimento de qualquer denúncia em desfavor do indiciado, aguardando o trâmite dos possíveis desdobramentos, mas conforme já esclarecido, acredita na mais inteira realização da justiça, sendo o indiciado o maior interessado para elucidação dos fatos."
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
0 curtidas
Notícias Relacionadas
Não há mais notícias para carregar
Comentários 0