Justiça de Americana condena grupo que usava empresas, carros de luxo e imóveis para 'criar imagem de sucesso' e fazer vítimas

De acordo com o MP, organização causou prejuízo de ao menos R$ 22 milhões. Penas dos principais envolvidos chegam a 80 anos de prisão. Operação Mimético apreendeu R$ 170 mil na casa de empresário de Americana que foi preso
Ministério Público Estadual
A Justiça de Americana (SP) condenou integrantes de uma organização criminosa que, segundo o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), era responsável por um "sofisticado esquema de fraudes empresariais". O grupo usava empresas com boa reputação, imóveis em áreas nobres na capital e veículos de luxo para criar uma imagem de sucesso e atrair vítimas.
O caso tramita em segredo de Justiça. A condenação foi divulgada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta sexta-feira (27), mas a sentença foi proferida em 16 de junho.
De acordo com o MP, os quatro principais envolvidos receberam penas que chegam a quase 80 anos de prisão, todas em regime inicial fechado.
Entre os sentenciados está o empresário Alexandre Nardini Dias, ex-diretor das Indústrias Nardini, condenado a 29 anos, 6 meses e 12 dias de prisão, em regime fechado, por participação em organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Em nota, a defesa de Alexandre Nardini informou que irá recorrer da decisão e disse acreditar que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reformará a decisão.
Veja a nota na íntegra
“A defesa de Alexandre Nardini recebeu com perplexidade a sentença exarada pelo magistrado que assumiu a causa após o afastamento por suspeição do primeiro juiz. É evidente que a defesa respeita a decisão, mas discorda veementemente do seu teor, mesmo porque parece-nos totalmente incongruente e ilegal que uma sentença possa estar baseada em elementos de prova obtidos de forma reconhecidamente ilícita. Isso viola frontalmente a Constituição Federal, a legislação processual e a jurisprudência dos tribunais. Portanto, com serenidade e afinco os defensores informam que recorrerão ao TJSP que, certamente, no momento oportuno reformará integralmente a decisão do juízo de piso.”
Operação Mimético
O esquema criminoso foi revelado a partir da Operação Mimético, deflagrada em 2018, e que chegou a prender à época seis pessoas, entre eles um empresário e uma advogada. O trabalho apurou crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, duplicatas simuladas e formação de organização criminosa.
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Além dos quatro condenados apontados como os principais envolvidos no esquema, uma ré foi condenada a 5 anos de reclusão, em regime semiaberto, por lavagem de dinheiro, enquanto operadores e intermediários do esquema receberam penas de até 7 anos, também no semiaberto.
"Apenas uma acusada, que atuava como secretária financeira e colaborou com as investigações, obteve perdão judicial", informou o MP.
Prejuízos de R$ 22 milhões
Segundo o MP, o grupo causou prejuízos de ao menos R$ 22 milhões ao comprar "empresas de boa reputação" em cidades como Americana, Sorocaba (SP) e São José dos Campos (SP) mediante pagamentos simbólicos.
"Após assumirem o controle das pessoas jurídicas, os réus desviavam o patrimônio, emitiam títulos falsos e simulavam transações comerciais. Eles ainda usavam imóveis em áreas nobres da capital paulista e veículos de luxo para criar uma imagem de sucesso e atrair novas vítimas", destacou o MP.
De acordo com o MP, a sentença determinou ainda a perda dos bens obtidos com as atividades ilícitas, que serão revertidos à União.
Como funcionava o esquema?
A investigação apontou que os chefes lideram um grupo de empresas de fachada que simulava ser de sucesso para se associar a outras empresas - que são as vítimas do golpe, segundo o promotor do Gaeco, André Camilo.
O grupo negociava com os empresários a compra das companhias deles e, com o negócio fechado, deixava de pagar o valor acordado.
A organização pagava uma ou duas parcelas do negócio até ganhar a confiança dos empresários, e, após assumir a administração da empresa, não quitava o restante da compra, diz o promotor.
Além de não pagar, o grupo passava a usar as empresas adquiridas para irregularidades, como conseguir financiamentos e linhas de créditos que não seriam quitados, e realizar duplicatas negociadas - que é a emissão de fatura ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida.
Os crimes ocorriam, ainda, contra empresas que não chegavam a ser adquiridas, mas que o grupo conseguia exercer influência.
Pelo menos sete empresas foram compradas e três delas abriram falência ou estão em recuperação judicial, segundo o promotor. Outras sete ou oito foram vítimas sem que fossem adquiridas.
Espingarda foi apreendida em Americana durante cumprimento de mandado de busca e apreensão
Polícia Militar
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Ministério Público Estadual
A Justiça de Americana (SP) condenou integrantes de uma organização criminosa que, segundo o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), era responsável por um "sofisticado esquema de fraudes empresariais". O grupo usava empresas com boa reputação, imóveis em áreas nobres na capital e veículos de luxo para criar uma imagem de sucesso e atrair vítimas.
O caso tramita em segredo de Justiça. A condenação foi divulgada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta sexta-feira (27), mas a sentença foi proferida em 16 de junho.
De acordo com o MP, os quatro principais envolvidos receberam penas que chegam a quase 80 anos de prisão, todas em regime inicial fechado.
Entre os sentenciados está o empresário Alexandre Nardini Dias, ex-diretor das Indústrias Nardini, condenado a 29 anos, 6 meses e 12 dias de prisão, em regime fechado, por participação em organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Em nota, a defesa de Alexandre Nardini informou que irá recorrer da decisão e disse acreditar que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reformará a decisão.
Veja a nota na íntegra
“A defesa de Alexandre Nardini recebeu com perplexidade a sentença exarada pelo magistrado que assumiu a causa após o afastamento por suspeição do primeiro juiz. É evidente que a defesa respeita a decisão, mas discorda veementemente do seu teor, mesmo porque parece-nos totalmente incongruente e ilegal que uma sentença possa estar baseada em elementos de prova obtidos de forma reconhecidamente ilícita. Isso viola frontalmente a Constituição Federal, a legislação processual e a jurisprudência dos tribunais. Portanto, com serenidade e afinco os defensores informam que recorrerão ao TJSP que, certamente, no momento oportuno reformará integralmente a decisão do juízo de piso.”
Operação Mimético
O esquema criminoso foi revelado a partir da Operação Mimético, deflagrada em 2018, e que chegou a prender à época seis pessoas, entre eles um empresário e uma advogada. O trabalho apurou crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, duplicatas simuladas e formação de organização criminosa.
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Além dos quatro condenados apontados como os principais envolvidos no esquema, uma ré foi condenada a 5 anos de reclusão, em regime semiaberto, por lavagem de dinheiro, enquanto operadores e intermediários do esquema receberam penas de até 7 anos, também no semiaberto.
"Apenas uma acusada, que atuava como secretária financeira e colaborou com as investigações, obteve perdão judicial", informou o MP.
Prejuízos de R$ 22 milhões
Segundo o MP, o grupo causou prejuízos de ao menos R$ 22 milhões ao comprar "empresas de boa reputação" em cidades como Americana, Sorocaba (SP) e São José dos Campos (SP) mediante pagamentos simbólicos.
"Após assumirem o controle das pessoas jurídicas, os réus desviavam o patrimônio, emitiam títulos falsos e simulavam transações comerciais. Eles ainda usavam imóveis em áreas nobres da capital paulista e veículos de luxo para criar uma imagem de sucesso e atrair novas vítimas", destacou o MP.
De acordo com o MP, a sentença determinou ainda a perda dos bens obtidos com as atividades ilícitas, que serão revertidos à União.
Como funcionava o esquema?
A investigação apontou que os chefes lideram um grupo de empresas de fachada que simulava ser de sucesso para se associar a outras empresas - que são as vítimas do golpe, segundo o promotor do Gaeco, André Camilo.
O grupo negociava com os empresários a compra das companhias deles e, com o negócio fechado, deixava de pagar o valor acordado.
A organização pagava uma ou duas parcelas do negócio até ganhar a confiança dos empresários, e, após assumir a administração da empresa, não quitava o restante da compra, diz o promotor.
Além de não pagar, o grupo passava a usar as empresas adquiridas para irregularidades, como conseguir financiamentos e linhas de créditos que não seriam quitados, e realizar duplicatas negociadas - que é a emissão de fatura ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida.
Os crimes ocorriam, ainda, contra empresas que não chegavam a ser adquiridas, mas que o grupo conseguia exercer influência.
Pelo menos sete empresas foram compradas e três delas abriram falência ou estão em recuperação judicial, segundo o promotor. Outras sete ou oito foram vítimas sem que fossem adquiridas.
Espingarda foi apreendida em Americana durante cumprimento de mandado de busca e apreensão
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