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Sabesp admite que está lançando esgoto sem tratamento no Rio Tietê para esvaziar tubulação rompida na Marginal

Sabesp admite que está lançando esgoto sem tratamento no Rio Tietê para esvaziar tubulação rompida na Marginal
Imagens mostram líquido escuro e com forte cheiro sendo bombeado para o rio na Zona Norte de SP. Cetesb identificou o lançamento e diz que notificar a empresa. Procurada, a Sabesp informou que está direcionando o esgoto para outras estruturas como forma de esvaziar a tubulação danificada. Sabesp faz bombeamentos para o Rio Tietê; engenheiros e Cetesb dizem que é esgoto
A Sabesp está despejando esgoto sem tratamento diretamente no Rio Tietê, na Zona Norte de São Paulo, como forma de esvaziar a tubulação rompida na Marginal Tietê.
As imagens flagradas pela TV Globo mostram um líquido escuro e com forte odor saindo continuamente de tubulações ligadas a bombas de grande porte. O despejo acontece entre as pistas local e central da Marginal, no sentido Castelo Branco, em frente à Avenida Engenheiro Caetano Álvares.
De acordo com o engenheiro Amauri Pollachi, que trabalhou por 30 anos na Sabesp, o volume despejado equivale a cerca de 216 milhões de litros por dia, o equivalente a 86 piscinas olímpicas.
Tubulação da Sabesp.
Reprodução/ TV Globo
“A cratera surgiu a partir do colapso de uma tubulação de grande porte, que é um interceptor, ele que recebe todos os esgotos da região Norte de São Paulo", afirma o engenheiro.
O problema começou há mais de um mês, quando uma tubulação de grande porte rompeu na Marginal Tietê, provocando o afundamento da pista em dois momentos.
O interceptor, com mais de três metros de diâmetro, carrega o esgoto de bairros da Zona Norte, como Vila Maria, Santana, Mandaqui, Tremembé, Freguesia do Ó e Brasilândia, e o leva até a estação de tratamento em Barueri.
Tubulação da Sabesp despejando esgoto no Rio Tietê.
Reprodução/ TV Globo
Com o colapso da estrutura, o fluxo foi interrompido. A solução adotada pela Sabesp foi bombear os dejetos até o Córrego Mandaqui, que deságua a poucos metros no Rio Tietê — sem nenhum tipo de tratamento.
“É esgoto puro, que está sendo retirado da tubulação que rompeu. E é uma quantidade enorme: algo equivalente a 86 piscinas olímpicas por dia. Dá para ver claramente uma mancha entrando no rio. Isso pode ser caracterizado como crime ambiental”, alerta Pollachi.
O engenheiro explica que o despejo direto foi a solução encontrada para evitar o transbordamento. Para ele, no entanto, havia alternativas técnicas menos prejudiciais ao meio ambiente.
“Seria viável que a Sabesp fizesse uma tubulação em paralelo para eliminar essa que está colapsada e instalar uma nova tubulação”, disse.
Procurada, a Sabesp confirmou que está direcionando o esgoto para outras estruturas como forma de esvaziar a tubulação danificada.
"A Sabesp esclarece que, para realizar o diagnóstico e reparo da rede subterrânea na Marginal Tietê, profissionais precisarão entrar na tubulação. Para que isso seja feito com total segurança, foi preciso direcionar o fluxo de esgoto para outras estruturas, a fim de esvaziar a tubulação naquele trecho. Essa é a única alternativa técnica viável para a execução das obras no local", afirmou a companhia.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) diz que não foi avisada sobre o despejo de resíduos e foi informada somente que a Sabesp faria obras emergenciais no interceptor. Durante uma vistoria realizada nesta sexta-feira (27), a Cetesb identificou o lançamento de esgoto na região e declarou que irá notificar a Sabesp.
Cratera aberta há um mês
Alça de acesso temporária é aberta na Marginal Tietê próximo a local da cratera
A cratera reaberta na Marginal Tietê completou um mês no dia 11 de junho. O buraco foi aberto inicialmente em 10 de abril na pista central, na altura da Ponte Atílio Fontana, sentido Rodovia Castelo Branco, levando à interdição da via.
Em abril, a Sabesp descobriu que havia uma infiltração na caixa de acesso, uma estrutura que permite o acesso a tubulações e, consequentemente, facilita a manutenção e a limpeza da rede de esgoto. O problema teria sido causado por um sobrecarga no sistema.
Na época, a CET bloqueou o trecho por cinco dias para que a Sabesp reparasse o dano. A empresa concluiu o primeiro reparo e o trânsito foi liberado no dia 14 de maio.
No dia 11 de maio, porém, a cratera surgiu novamente no mesmo lugar pela mesma razão. Em nova vistoria, a Sabesp entendeu que o problema era mais complexo e que teria que refazer a caixa de acesso.
A Sabesp afirmou haver instabilidade no solo, o que classificou como risco para funcionários e para quem passa pelo local, além da possibilidade de existirem outros afundamentos do local.
Para contornar o problema, a empresa utilizou concreto para segurar o solo — o equivale a 20 caminhões betoneiras. A quantidade vai mais do que dobrar nos próximos dias, segundo a Sabesp.
Só depois disso que os funcionários vão conseguir descer os cerca de 18 metros em segurança para realizar a troca da caixa de acesso. Não há prazo para a entrega do reparo.
Cratera reabre na Marginal Tietê
Arte/g1

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