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PIB do Brasil pode perder até R$ 175 bilhões com tarifa de 50% de Trump, diz estudo

PIB do Brasil pode perder até R$ 175 bilhões com tarifa de 50% de Trump, diz estudo
Trabalhador da indústria
Reuters/Alexandre Mota
A imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos pode resultar em perdas de até R$ 175 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ao longo dos próximos 10 anos, diz um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgado nesta segunda-feira (21).
Além da retração — que representaria um impacto negativo de 1,49% no PIB no longo prazo —, as taxas anunciadas pelo presidente Donald Trump têm potencial para eliminar mais 1,3 milhão de postos de trabalho no Brasil, estima a entidade.
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Em 9 de julho, Trump enviou uma carta ao presidente Lula (PT) e anunciou tarifas de 50% sobre importações brasileiras, com validade a partir de 1º de agosto. Caso os líderes não cheguem a um acordo até a data prevista, setores relevantes da economia brasileira terão de buscar novos mercados para escoar seus produtos.
"O agravamento da crise comercial entre Brasil e EUA representa um risco grave à estabilidade econômica e ao desenvolvimento industrial", afirmou, em nota, a Fiemg.
No estudo, a federação mineira também estimou os impactos de uma possível retaliação brasileira ao tarifaço. Caso o governo do presidente Lula decida impor uma taxa recíproca de 50% sobre a importação de produtos norte-americanos, a queda no PIB pode chegar R$ 259 bilhões (-2,21%).
Nesse cenário, 1,9 milhão de empregos seriam impactados em até 10 anos, com uma redução de R$ 36,2 bilhões na massa salarial do país. Enquanto isso, a arrecadação de impostos cairia R$ 7,21 bilhões, de acordo com o estudo.
Em nota, a Fiemg defendeu que o governo brasileiro "atue de forma firme, mas diplomática, na busca por um acordo que evite o início da vigência da tarifa, proteja os empregos e preserve a competitividade das empresas brasileiras".
"Responder com a mesma moeda pode gerar efeitos inflacionários no Brasil. Por isso, o caminho mais inteligente é a diplomacia”, declarou o presidente da entidade, Flávio Roscoe.
Os EUA são o segundo principal destino dos itens brasileiros, atrás apenas da China. Além disso, representam um mercado estratégico para a venda de bens diversificados e de maior valor agregado, como aviões executivos e eletroeletrônicos.
? Só em 2024, foram vendidos US$ 40,4 bilhões em produtos para o mercado norte-americano — 12% do total exportado pelo Brasil no ano. Na prática, uma tarifa de 50% tornaria inviável a compra de diversos itens brasileiros por empresas sediadas nos EUA, já que o custo de importação ficaria muito mais alto.
Entre os principais produtos exportados para os EUA estão combustíveis, minerais, ferro, aço, máquinas, aeronaves e café.
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'Brasil não sairá da mesa de negociação'
Nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo brasileiro não vai deixar a mesa de negociação com os EUA sobre o tarifaço.
Em entrevista à rádio CBN, ele também disse que a área econômica já trabalha em um plano de contingência para ajudar os setores afetados pelo eventual tarifaço.
"Vamos continuar lutando para ter a melhor relação possível com o maior mercado consumidor do mundo, vamos lutar por isso. Mas não vamos deixar ao desalento os trabalhadores brasileiros, vamos tomar medidas necessárias", declarou o ministro Haddad.
Ele também voltou a dizer que o país não pretende retaliar empresas e cidadãos norte-americanos por conta do tarifaço de Donald Trump.
"Não podemos pagar na mesma moeda uma coisa que consideramos injustas", declarou.
O ministro da Fazenda admitiu, entretanto, a possibilidade de governo brasileiro acionar a Lei da Reciprocidade, que foi aprovado recentemente pelo Congresso Nacional.
"Todo país do mundo vai se defender de alguma maneira do que está acontecendo. É uma possibilidade. Mas reitero que a orientação do presidente da República é que não vamos sair da mesa de negociação porque o Brasil é um país que se dá bem com todos países do mundo", afirmou.

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