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É #FAKE que consumo de sal em excesso faz bem à saúde

É #FAKE que consumo de sal em excesso faz bem à saúde
É #FAKE que consumo de sal em excesso faz bem à saúde
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Circula nas redes sociais um vídeo segundo o qual comer bastante sal faz bem à saúde. É #FAKE.
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O que diz a publicação falsa
O vídeo com mais de dois minutos de duração circula no X e no Instagram na primeira semana de julho. Ilustrada com imagens de arquivo, a publicação questiona o fato de o sal em excesso ser prejudicial à saúde, especialmente em relação à pressão alta.
O conteúdo alega que houve consumo histórico elevado de sal sem doenças associadas e critica uma pesquisa que ligou o sal à hipertensão. Também sugere que dietas com pouco sal podem ser mais prejudiciais e que o problema reside nos alimentos processados em vez do sal em si.
Além disso, enfatiza os benefícios do sal para atletas e a capacidade natural do corpo de eliminar o excesso. O texto incentiva o consumo de sal para otimizar o desempenho físico e a saúde em geral.
Por que o conteúdo é falso?
O Fato ou Fake mostrou a publicação para o professor do departamento de cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Luiz Aparecido Bortolotto, membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Hipertensão. Ele aponta que o conteúdo é falso em relação às recomendações relacionadas à saúde. "A indução a dizer que está tudo errado, que o consumo de sal não é o problema, isso é falso", diz.
A Organização Mundial de Saúde recomenda consumir o equivalente a menos de 5 gramas por dia de sal, ou aproximadamente uma colher de chá.
➡️O vídeo alega que comer muito sal não traz consequências para a saúde: "Será que seu coração vai explodir se você comer muito sal? Ou será que você vai ter pressão alta? A resposta curta é não. Estudos mostram que em metade dos hipertensos, o sal não afeta em nada a pressão. E em pessoas com a pressão normal, 80% são completamente imunes aos efeitos do sal".
Bortolotto refuta a alegação: "É uma possibilidade grande de "sim" [de ter pressão alta], diz. "O que acontece com excesso de sal a longo prazo é que o coração vai ficar sobrecarregado, ele pode dilatar, pode entrar em falência, tem maior risco de infarto. Quando você consome excesso de sal, você tem muito muito mais chance de desenvolver hipertensão. O excesso do sal pode contribuir para um aumento da rigidez das paredes, sobrecarrega o coração, sobrecarrega o rim. Isso a longo prazo, mesmo uma pessoa que é normal, tem a pressão normal, pode ser influente. Então, não tem essa questão de [alguém ser] imune ao efeito do sal".
➡️Em outro ponto, a publicação falsa diz que "quando os estudos dizem que o sal mata, estão olhando para o sódio do americano médio que vive à base de fast food, não de quem bota sal marinho na carne ou na água. O problema não é o sal, é o pacote inteiro: óleo vegetal, farinha, aditivos e o sódio".
Bortolotto desmente: "Todos os estudos que mostram relação do excesso do sal com mortalidade total por doenças cardíacas, o infarto, AVC, o aumento da pressão e também doenças renais, calculam o consumo do sódio tanto adicionado como que estão nas alimentações dos fast food. Então, o sal adicionado em excesso é realmente prejudicial, assim como que está no fast food. E aí no fast food, o pacote inteiro é ruim. E o sódio não é inocente. Ele é um culpado aí junto com os outros".
➡️Outra alegação do vídeo falso é o de que "pessoas com rins saudáveis conseguem eliminar até 100 gramas de sal por dia" e "você só precisaria de água suficiente para compensar". Bortolotto explica que é muito pouco provável que o rim consiga eliminar 100 gramas por dia. "Ele (autor do vídeo) não fala que o rim excreta o excesso às custas de sobrecarga do rim, que a longo prazo vai ser prejudicial para a função. E para fazer isso, a pressão aumenta para poder excretar mais sódio. Há um prejuízo desse consumo maior. Por mais que tome água, a médio e longo prazo, você vai sofrer, a pressão vai ficar mais alta. Não é simples assim."
➡️O clipe começa afirmando que o romano médio consumia 25 gramas de sal por dia, e no século 16 os europeus consumiam até 100 gramas, apontando que nessa época as pessoas não morriam de hipertensão ou infarto. Bortolotto explica que o consumo era alto, mas não havia como medir pressão arterial ou diagnosticar infartos naquela época.
"A média de idade da população nessa época era em torno de 40 anos. Então a sobrevida não ia além dos 40, porque morriam de outras coisas e de coisas que a gente não sabia. Primeiro, não se media pressão nessa época, não dá para saber se tinha pressão alta ou não. E depois não se reconhecia a questão do infarto. Muito tempo depois. É totalmente mentira dizer isso", afirma o médico.
➡️ Em seguida, o vídeo diz que a teoria de que o sal causa pressão alta começou em 1904, com apenas seis pacientes. Bortolotto explica que desde então, muitos estudos populacionais confirmaram a relação entre excesso de sal e hipertensão. Ele lembra que o estudo InterSalt mostrou que populações com baixo consumo de sal, como os Yanomami, têm pressão mais baixa. "Eles têm pressão mais baixa do que as outras populações que comem muito mais sal. Eles comem menos de 2 g. E as populações com sal muito excesso de sal, até 18, 20 g, tinham uma pressão muito mais alta."
➡️A publicação viral alega que "o governo" fala para não consumir mais de 2,5 g de sal por dia. Bortolotto explica a determinação não é do governo. "É a Organização Mundial de Saúde, são todas as diretrizes que lidam no mundo inteiro com hipertensão e doenças cardiovasculares que recomendam menos de 2 mil mg de sódio ou 5 g de cloreto de sódio, que é o sal de cozinha."
➡️Dietas com pouco sal causam cansaço, desequilíbrio hormonal, redução da libido e da fertilidade, de acordo com a publicação. Bortolotto explica que dietas com sal zero podem causar fadiga em casos extremos, como em pacientes renais graves. Mas não há evidência de que pouco sal cause desequilíbrio hormonal ou afete a fertilidade.
➡️O autor da publicação sugere que atletas "os atletas estão usando hoje em dia para mais performance, saúde e energia é literalmente sal." Bortolotto explica que atletas perdem sal no suor e precisam repor, mas isso não se aplica a todos. A reposição deve ser proporcional à perda e beber água com sal sem necessidade pode ser prejudicial. "Você não pode fazer uma atividade física sem consumir água posteriormente, sem colocar nesse balanço também sal. Mas não sal com água, você tem que se hidratar, como se fosse o soro", diz.
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