Exclusivo: Câmeras registram agentes da GCM agredindo usuários de drogas na véspera de a Cracolândia ficar vazia

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Comerciantes ouvidos pela reportagem dizem que também foram agredidos e ameaçados e que a truculência dos agentes se intensificou nas últimas semanas. A Cracolândia amanheceu sem nenhum usuário no dia 13 de maio. Câmeras registraram ações da GCM nos dias 12, 11 e 10 de maio. Vídeos mostram GCMs agredindo usuários antes do 'sumiço' da Cracolândia
Vídeos obtidos com exclusividade pelo g1 mostram agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) agredindo usuários na região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, na véspera de a área ficar vazia, na terça-feira (13).
Segundo comerciantes, as agressões na região, principalmente contra usuários, se intensificaram nos últimos dois meses. Três proprietários de estabelecimentos na região testemunharam os agentes lançando spray de pimenta, dando chutes e usando cassetetes contra os usuários de drogas. Os próprios comerciantes também disseram que foram agredidos.
O g1 pediu uma posição da Prefeitura de SP sobre a ação dos guardas nos vídeos, mas até a publicação desta reportagem não teve retorno.
'Fluxo' da Cracolândia diminui, mas Prefeitura de SP não informa para onde usuários de drogas foram
A Cracolândia amanheceu completamente vazia na terça-feira (13). Na noite anterior, segunda-feira (12), câmeras do comerciante Valdeizo Fortunato de Lima, de 35 anos, - que pediu para ser identificado nesta reportagem como uma forma de proteção - registraram agentes da GCM, acompanhados por outras equipes em duas viaturas, agredindo um grupo de usuários que andava pela Rua Mauá, por volta das 22h.
Os agentes se aproximam do grupo e agridem as vítimas com o uso de cassetetes. Eles também aparecem armados.
Pelo vídeo, é possível ver um homem sendo agredido com um cassetete e levando chutes do agente.
"Eles querem dispersar o pessoal aqui do Centro, então eles agridem o pessoal pro pessoal sair aqui do Centro", diz Lima.
O g1 também teve acesso a vídeos de câmeras de segurança que mostram agressões nos dias 10 e 11 de maio.
No sábado, 10 de maio - mesmo dia em que Orlando Morando, secretário de Segurança Urbana de São Paulo, publicou um vídeo na Cracolândia comemorando a ausência de usuários -, um homem que comprava mantimentos em uma mercearia na Rua Mauá foi puxado e empurrado por um GCM. A vítima precisou se segurar na grade do comércio para não ser levado.
No vídeo, Morando diz que a região vazia "é uma batalha que se vence a cada dia com a segurança urbana, com a saúde, com a assistência social".
Já no domingo, 11 de maio, dois homens foram abordados por três agentes - um deles é comerciante da região. No vídeo, ele aparece usando uma blusa vermelha. Durante a abordagem, um dos guardas segura um dos homens pelo pescoço e, em seguida, o agride com chutes nas pernas. Em outro momento, outro guarda também segura a vítima pelo pescoço, enquanto o primeiro desfere socos em seu rosto. Ele chega a apontar uma arma para o homem.
GCMs são flagrados agredindo usuários e comerciantes na Cracolândia.
Reprodução
Uso de spray de pimenta
GCM jogando spray de pimenta em usuário.
Reprodução
Câmeras de segurança também registraram agressões um mês antes, no dia 10 de abril. Pelas imagens é possível ver GCMs, com o auxílio de uma viatura, guiando dezenas de usuários pela rua. Até que um guarda se aproxima de um comércio, onde quatro homens estão comprando mantimentos, e joga spray de pimenta neles.
Em seguida, o mesmo agente chuta um homem. A câmera interna do estabelecimento também registrou a ação; pelos áudios, os homens pedem para esperar, e o GCM grita: "Bora, bora".
"Eles agridem o pessoal para sair daqui do Centro. Jogam spray de pimenta. Já jogaram duas vezes no meu comércio e, quando o spray não dá certo, vêm com o Cassetete mesmo", diz Lima
Desde 2024, a Justiça de SP proíbe a GCM de agir como Polícia Militar em operações na Cracolândia, inclusive proibindo o uso de bombas de gás e balas de borracha contra os usuários que frequentam a região.
Um usuário que estava na Cracolândia disse, em entrevista à TV Globo, que foi ameaçado por um GCM que chegou a colocar um revólver em sua boca.
"Eu estava na Cracolândia. A GCM começou a colocar a gente dentro das viaturas e a ameaçar a gente de morte. Se a gente não saísse de lá, eles diziam que iam colocar a gente na viatura e dar chá de sumiço. Vários que entraram na viatura sumiram. Eles ameaçam a gente de todo jeito: levaram minha mochila, levaram minha barraca, me bateram, colocaram um revólver na minha boca", afirmou.
"Então é esse tipo de violência. E a gente, sob o efeito da droga, fica em desvantagem. Ninguém filma nada, ninguém testemunha nada, ninguém tem coragem de falar. A gente não tem a quem recorrer, ninguém ouve a gente", continuou.
Um outro informou que os GCMs dizem que os usuários não podem mais ficar na região.
Comerciantes ouvidos pelo g1, que preferem não se identificar, também confirmaram as agressões e afirmaram que, nas últimas duas semanas, elas se intensificaram.
“A [Polícia] Militar aparece e diz que não quer mais eles [usuários] aqui no Centro, que é ordem de cima para saírem. Se insistem em ficar nas calçadas, jogam gás de pimenta no rosto. Direto tem gás de pimenta, direto. Agora a maioria está indo para a Marechal Deodoro. No espaço de antes, eles [policiais] não deixam mais entrar”, disse uma comerciante.
Usuários da Cracolândia se dividem em grupos e buscam novos pontos para se fixar, como a Praça Marechal Deodoro, no Centro de SP
“Ontem [terça-feira (13)] eles saíram de vez. A semana inteira já estavam impedindo, mas ontem foi o fim. Eles não aguentam mais tanta agressão. Hoje ainda conversam, mas amanhã é o dia dos agressores mesmo, que já chegam com o cassetete batendo”, finalizou.
“Eles querem o pessoal da Cracolândia para depois da Rua Rio Branco. Passando a Rio Branco, pode ficar. Aqui pelas redondezas, não. Na sexta-feira (9), começaram a impedir que eles entrassem com qualquer coisa no fluxo. No sábado (10), barraram de vez. E, no domingo (11), já amanheceu vazio. Foi o dia que começaram a limpar a área”, disse outra comerciante.
Sumiço da Cracolândia
Cracolândia: fluxo sai do Centro
Na manhã de terça-feira (13), a Cracolândia, entre as Rua dos Protestantes e a Rua dos Gusmões, apareceu completamente vazia, sem usuários.
O "fluxo" ficava confinado em uma área cercadas por gradis e atrás de um muro, de cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, construído pela prefeitura. Na época, a Defensoria Pública classificou o espaço como "curral humano".
O "sumiço" foi explicado pelo promotor de justiça Fabio Bechara após o fim de um ecossistema criminoso, que sustentou por décadas a existência da Cracolândia.
"O dependente, para nós, ele sempre foi visto como vítima desse processo. Vítima de mão de obra quase análoga à escravidão, porque ele ou furtava ou ele pegava aquilo que era abandonado nas ruas e levava para os ferros-velhos. Na medida em que a gente consegue identificar dentro dessa cadeia logística quem fazia o quê e olha para os consumidores dessa mão de obra quase análoga à escravidão, e a gente corta esse vínculo, naturalmente você gera um efeito dissuasório em toda a cadeia”, diz promotor de justiça Fabio Bechara.
Para o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a ausência de usuários de drogas na região também é resultado das operações do governo estadual e da prefeitura de combate ao tráfico de drogas na Favela do Moinho, incluindo a prisão do traficante "Léo do Moinho", responsável por abastecer a Cracolândia, também tiveram influência na redução do fluxo dos usuários.
"Sem a droga presente, você tem uma facilidade maior de convencer as pessoas a irem para tratamento. Ontem, a gente tinha 60 pessoas que procuraram tratamento voluntariamente. A gente tem tido sucesso em convencer as pessoas."
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Espalhamento para outras regiões
Na quarta-feira (14), o g1 conversou com comerciantes e percorreu as ruas da área para mapear a presença de usuários em outros pontos.
Com o esvaziamento do trecho próximo à Estação da Luz, os usuários passaram a se concentrar em pequenos grupos nos seguintes locais:
Calçada do Bom Prato da Rua General Osório, no cruzamento com a Rua Mauá;
Imediações do Terminal Princesa Isabel;
Praça Marechal Deodoro - neste último ponto, em maior número.
'Fluxo' da Cracolândia diminui, mas Prefeitura de SP não informa para onde dependentes químicos foram
Reprodução/TV Globo
Um usuário ouvido pelo g1 disse que chegou à Praça Marechal Deodoro na terça-feira (13) e que, antes disso, ficava no fluxo próximo à Estação da Luz (veja mais informações abaixo).
Vídeo gravado por moradores da região da praça mostra um grupo de cerca de 20 usuários perambulando pelas ruas e tentando se instalar no local (veja vídeo abaixo).
Mas a presença de uma viatura da Guarda Civil Metropolitana (GCM) impediu a instalação, e eles continuaram circulando pela região durante a madrugada de segunda (12).
Na região da Luz, a presença da GCM era intensa, com viaturas e agentes circulando constantemente. Já na Praça Marechal Deodoro, o g1 permaneceu cerca de uma hora no local nesta terça (13), durante o dia, e não observou a presença de nenhum agente de segurança.
Na quarta (14), uma equipe da TV Globo também flagrou três pontos de concentração de usuários pelo bairro do Glicério, no Centro. Um dos grupos estava embaixo do Viaduto Tamanduateí, perto do Mercadão.
Usuários da Cracolândia se dividem e tentam se fixar na Praça Marechal Deodoro, no Centro
Concentração na calçada no Terminal Princesa Isabel.
Arquivo pessoal
Para membros da Craco Resiste — ONG que acompanha o fluxo —, o que ocorre é uma "dispersão permanente", em que os usuários são impedidos de retornar aos locais onde haviam criado vínculos. Esses vínculos incluem laços com assistentes de saúde, comerciantes e até entre os próprios usuários.
Um mapeamento feito pela Secretaria da Segurança Pública, obtido via Lei de Acesso à Informação pela TV Globo, também identificou 72 pontos de aglomeração de usuários de drogas em diferentes regiões da capital. Veja alguns abaixo:
Pontos de uso de droga em São Paulo
Arte/g1
Mapeamento da SSP identificou 72 pontos de concentração de usuários
Reprodução/TV Globo
Vídeos obtidos com exclusividade pelo g1 mostram agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) agredindo usuários na região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, na véspera de a área ficar vazia, na terça-feira (13).
Segundo comerciantes, as agressões na região, principalmente contra usuários, se intensificaram nos últimos dois meses. Três proprietários de estabelecimentos na região testemunharam os agentes lançando spray de pimenta, dando chutes e usando cassetetes contra os usuários de drogas. Os próprios comerciantes também disseram que foram agredidos.
O g1 pediu uma posição da Prefeitura de SP sobre a ação dos guardas nos vídeos, mas até a publicação desta reportagem não teve retorno.
'Fluxo' da Cracolândia diminui, mas Prefeitura de SP não informa para onde usuários de drogas foram
A Cracolândia amanheceu completamente vazia na terça-feira (13). Na noite anterior, segunda-feira (12), câmeras do comerciante Valdeizo Fortunato de Lima, de 35 anos, - que pediu para ser identificado nesta reportagem como uma forma de proteção - registraram agentes da GCM, acompanhados por outras equipes em duas viaturas, agredindo um grupo de usuários que andava pela Rua Mauá, por volta das 22h.
Os agentes se aproximam do grupo e agridem as vítimas com o uso de cassetetes. Eles também aparecem armados.
Pelo vídeo, é possível ver um homem sendo agredido com um cassetete e levando chutes do agente.
"Eles querem dispersar o pessoal aqui do Centro, então eles agridem o pessoal pro pessoal sair aqui do Centro", diz Lima.
O g1 também teve acesso a vídeos de câmeras de segurança que mostram agressões nos dias 10 e 11 de maio.
No sábado, 10 de maio - mesmo dia em que Orlando Morando, secretário de Segurança Urbana de São Paulo, publicou um vídeo na Cracolândia comemorando a ausência de usuários -, um homem que comprava mantimentos em uma mercearia na Rua Mauá foi puxado e empurrado por um GCM. A vítima precisou se segurar na grade do comércio para não ser levado.
No vídeo, Morando diz que a região vazia "é uma batalha que se vence a cada dia com a segurança urbana, com a saúde, com a assistência social".
Já no domingo, 11 de maio, dois homens foram abordados por três agentes - um deles é comerciante da região. No vídeo, ele aparece usando uma blusa vermelha. Durante a abordagem, um dos guardas segura um dos homens pelo pescoço e, em seguida, o agride com chutes nas pernas. Em outro momento, outro guarda também segura a vítima pelo pescoço, enquanto o primeiro desfere socos em seu rosto. Ele chega a apontar uma arma para o homem.
GCMs são flagrados agredindo usuários e comerciantes na Cracolândia.
Reprodução
Uso de spray de pimenta
GCM jogando spray de pimenta em usuário.
Reprodução
Câmeras de segurança também registraram agressões um mês antes, no dia 10 de abril. Pelas imagens é possível ver GCMs, com o auxílio de uma viatura, guiando dezenas de usuários pela rua. Até que um guarda se aproxima de um comércio, onde quatro homens estão comprando mantimentos, e joga spray de pimenta neles.
Em seguida, o mesmo agente chuta um homem. A câmera interna do estabelecimento também registrou a ação; pelos áudios, os homens pedem para esperar, e o GCM grita: "Bora, bora".
"Eles agridem o pessoal para sair daqui do Centro. Jogam spray de pimenta. Já jogaram duas vezes no meu comércio e, quando o spray não dá certo, vêm com o Cassetete mesmo", diz Lima
Desde 2024, a Justiça de SP proíbe a GCM de agir como Polícia Militar em operações na Cracolândia, inclusive proibindo o uso de bombas de gás e balas de borracha contra os usuários que frequentam a região.
Um usuário que estava na Cracolândia disse, em entrevista à TV Globo, que foi ameaçado por um GCM que chegou a colocar um revólver em sua boca.
"Eu estava na Cracolândia. A GCM começou a colocar a gente dentro das viaturas e a ameaçar a gente de morte. Se a gente não saísse de lá, eles diziam que iam colocar a gente na viatura e dar chá de sumiço. Vários que entraram na viatura sumiram. Eles ameaçam a gente de todo jeito: levaram minha mochila, levaram minha barraca, me bateram, colocaram um revólver na minha boca", afirmou.
"Então é esse tipo de violência. E a gente, sob o efeito da droga, fica em desvantagem. Ninguém filma nada, ninguém testemunha nada, ninguém tem coragem de falar. A gente não tem a quem recorrer, ninguém ouve a gente", continuou.
Um outro informou que os GCMs dizem que os usuários não podem mais ficar na região.
Comerciantes ouvidos pelo g1, que preferem não se identificar, também confirmaram as agressões e afirmaram que, nas últimas duas semanas, elas se intensificaram.
“A [Polícia] Militar aparece e diz que não quer mais eles [usuários] aqui no Centro, que é ordem de cima para saírem. Se insistem em ficar nas calçadas, jogam gás de pimenta no rosto. Direto tem gás de pimenta, direto. Agora a maioria está indo para a Marechal Deodoro. No espaço de antes, eles [policiais] não deixam mais entrar”, disse uma comerciante.
Usuários da Cracolândia se dividem em grupos e buscam novos pontos para se fixar, como a Praça Marechal Deodoro, no Centro de SP
“Ontem [terça-feira (13)] eles saíram de vez. A semana inteira já estavam impedindo, mas ontem foi o fim. Eles não aguentam mais tanta agressão. Hoje ainda conversam, mas amanhã é o dia dos agressores mesmo, que já chegam com o cassetete batendo”, finalizou.
“Eles querem o pessoal da Cracolândia para depois da Rua Rio Branco. Passando a Rio Branco, pode ficar. Aqui pelas redondezas, não. Na sexta-feira (9), começaram a impedir que eles entrassem com qualquer coisa no fluxo. No sábado (10), barraram de vez. E, no domingo (11), já amanheceu vazio. Foi o dia que começaram a limpar a área”, disse outra comerciante.
Sumiço da Cracolândia
Cracolândia: fluxo sai do Centro
Na manhã de terça-feira (13), a Cracolândia, entre as Rua dos Protestantes e a Rua dos Gusmões, apareceu completamente vazia, sem usuários.
O "fluxo" ficava confinado em uma área cercadas por gradis e atrás de um muro, de cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, construído pela prefeitura. Na época, a Defensoria Pública classificou o espaço como "curral humano".
O "sumiço" foi explicado pelo promotor de justiça Fabio Bechara após o fim de um ecossistema criminoso, que sustentou por décadas a existência da Cracolândia.
"O dependente, para nós, ele sempre foi visto como vítima desse processo. Vítima de mão de obra quase análoga à escravidão, porque ele ou furtava ou ele pegava aquilo que era abandonado nas ruas e levava para os ferros-velhos. Na medida em que a gente consegue identificar dentro dessa cadeia logística quem fazia o quê e olha para os consumidores dessa mão de obra quase análoga à escravidão, e a gente corta esse vínculo, naturalmente você gera um efeito dissuasório em toda a cadeia”, diz promotor de justiça Fabio Bechara.
Para o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a ausência de usuários de drogas na região também é resultado das operações do governo estadual e da prefeitura de combate ao tráfico de drogas na Favela do Moinho, incluindo a prisão do traficante "Léo do Moinho", responsável por abastecer a Cracolândia, também tiveram influência na redução do fluxo dos usuários.
"Sem a droga presente, você tem uma facilidade maior de convencer as pessoas a irem para tratamento. Ontem, a gente tinha 60 pessoas que procuraram tratamento voluntariamente. A gente tem tido sucesso em convencer as pessoas."
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Espalhamento para outras regiões
Na quarta-feira (14), o g1 conversou com comerciantes e percorreu as ruas da área para mapear a presença de usuários em outros pontos.
Com o esvaziamento do trecho próximo à Estação da Luz, os usuários passaram a se concentrar em pequenos grupos nos seguintes locais:
Calçada do Bom Prato da Rua General Osório, no cruzamento com a Rua Mauá;
Imediações do Terminal Princesa Isabel;
Praça Marechal Deodoro - neste último ponto, em maior número.
'Fluxo' da Cracolândia diminui, mas Prefeitura de SP não informa para onde dependentes químicos foram
Reprodução/TV Globo
Um usuário ouvido pelo g1 disse que chegou à Praça Marechal Deodoro na terça-feira (13) e que, antes disso, ficava no fluxo próximo à Estação da Luz (veja mais informações abaixo).
Vídeo gravado por moradores da região da praça mostra um grupo de cerca de 20 usuários perambulando pelas ruas e tentando se instalar no local (veja vídeo abaixo).
Mas a presença de uma viatura da Guarda Civil Metropolitana (GCM) impediu a instalação, e eles continuaram circulando pela região durante a madrugada de segunda (12).
Na região da Luz, a presença da GCM era intensa, com viaturas e agentes circulando constantemente. Já na Praça Marechal Deodoro, o g1 permaneceu cerca de uma hora no local nesta terça (13), durante o dia, e não observou a presença de nenhum agente de segurança.
Na quarta (14), uma equipe da TV Globo também flagrou três pontos de concentração de usuários pelo bairro do Glicério, no Centro. Um dos grupos estava embaixo do Viaduto Tamanduateí, perto do Mercadão.
Usuários da Cracolândia se dividem e tentam se fixar na Praça Marechal Deodoro, no Centro
Concentração na calçada no Terminal Princesa Isabel.
Arquivo pessoal
Para membros da Craco Resiste — ONG que acompanha o fluxo —, o que ocorre é uma "dispersão permanente", em que os usuários são impedidos de retornar aos locais onde haviam criado vínculos. Esses vínculos incluem laços com assistentes de saúde, comerciantes e até entre os próprios usuários.
Um mapeamento feito pela Secretaria da Segurança Pública, obtido via Lei de Acesso à Informação pela TV Globo, também identificou 72 pontos de aglomeração de usuários de drogas em diferentes regiões da capital. Veja alguns abaixo:
Pontos de uso de droga em São Paulo
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Mapeamento da SSP identificou 72 pontos de concentração de usuários
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