De eletricista a produtor rural: agricultor aposta em mais de 20 culturas e sonha com expansão

Produtor rural saiu do Sul do Brasil e conseguiu se reinventar e superar desafios na agricultura familiar na região do P.A. Nova Amazônia, em Boa Vista. Assunto foi destaque no Amazônia Agro deste domingo (8). Fernando Rodrigues Siqueira saiu do Paraná e se tornou agricultor em Roraima
Naamã Mourão/Amazônia Agro/Rede Amazônica
Mais de 60 hectares de terra, no Projeto de Assentamento Nova Amazônia, zona rural de Boa Vista, se transformaram em uma área fértil dedicada à agricultura familiar. O responsável por essa transformação é Fernando Rodrigues Siqueira, eletricista que decidiu recomeçar a vida no extremo norte do país.
Ele chegou a Roraima em 2021, vindo de Curitiba, capital do Paraná, e encarou um grande desafio: tornar-se produtor rural sem nenhuma experiência anterior no campo, e deu início aos investimentos no lote. A história de Fernando foi destaque neste domingo (8) no Amazônia Agro, da Rede Amazônica.
"Foi um acontecido lá [no Paraná], e recebi uma herança, meu pai morreu e vim decido. Encontrei um senhor no avião, em 2018, que falou sobre produzir açaí. Aquilo ficou na minha cabeça. Comprei logo duas mil caixas de açaí", lembra Fernando.
Além do açaí, a propriedade hoje tem mais de 20 culturas diferentes plantadas — entre elas, graviola, milho, maracujá e acerola. Mas os primeiros anos não foram fáceis.
Fernando precisou aprender tudo do zero, pesquisando na internet e conversando com outros agricultores. Pragas e falhas no manejo quase comprometeram o trabalho.
"Primeiro foi o desconhecimento. Depois veio a vergonha de vender, de sair oferecendo o produto. Mas a dificuldade e a falta de dinheiro me forçaram a ir no boca a boca", conta.
Ata é uma das espécies de plantas cultivadas na propriedade
Naamã Mourão/Amazônia Agro/Rede Amazônica
LEIA TAMBÉM:
Agronegócio, produção rural: tudo sobre o Amazônia Agro
Veja todas as reportagens sobre Roraima
O esforço e a persistência deram resultado. Atualmente, toda a produção é voltada para o abastecimento do mercado local, em parceria como associações e cooperativas da região rural.
Para melhorar as lavouras, Fernando buscou soluções sustentáveis. Uma das apostas foi o plantio de eucalipto, que ajuda a proteger culturas mais sensíveis como o maracujá, além de fornecer madeira para estacas e lenha.
"Depois que plantei o açaí, pesquisei e percebi que aqui tem dificuldade de postes, estacas para segurar as plantas de menor porte; não tem madeira para nada. E achei melhor plantar o eucalipto, que é algo que vem rápido. Posso ter tanto a madeira para ‘quebrar vento’, quanto para ter um pouquinho de lenha", explica.
Pés de eucalipto também são cultivados na região
Naamã Mourão/Amazônia Agro/Rede Amazônica
Para este ano, os planos de Fernando são ambiciosos: ampliar a área cultivada e expandir a rede de clientes.
"Tem muita coisa que eu ainda não vendo a todo vapor, como açaí, graviola, acerola. Aqui a gente tem acesso fácil à cidade. Então dá para produzir e vender com rapidez", destaca.
Fernando também contou com o suporte do ALI Rural — programa de Agentes Locais de Inovação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Técnicos do projeto acompanharam de perto a rotina na propriedade e ofereceram orientações sobre plantio, irrigação, adubação e controle de pragas.
"O objetivo é fazer o produtor entender o valor do que tem nas mãos. Acompanhamentos a parte de produção, e Fernando, principalmente na época da chuva, sofreu bastante com ataque de doenças e insetos [nas lavouras]. É todo um acompanhamento, tanto de gestão, produção e venda, e essa parte do empreendedorismo faz com que o produtor veja propriedade de uma forma mais como um todo, e faz com que eles tenham uma visão empresarial da propriedade”, afirma Richarles Martins, agrônomo e agente do programa.
Plantio de mamao na zona Rural de Boa Vista
Naamã Mourão/Amazônia Agro/Rede Amazônica
Os produtores recebem acompanhamento mensal por um ano, com visitas técnicas feitas por bolsistas do programa. Ao fim do período, os bolsistas precisam apresentar artigos científicos e estudos de campo, transformando o conhecimento em benefício para toda a sociedade.
"O programa também permite um encontro coletivo entre os produtores, participantes. São dois encontros e aí a gente consegue trazer e fazer a conexão desses participantes para eles trocarem ideias e experiências vividas dentro do programa e também na sua propriedade. Eles trocam informações, veem o que deu certo, o que não deu certo, e conseguem melhorar. Essa é a principal característica que vai fazer o produtor rural ter um tempo e engajamento maior no local", explica Paulo Tinoco, coordenador do programa Sebrae ALI Rural.
O programa é aberto aos produtores rurais, através do alinhamento de soluções que sejam eficientes a realidade de cada espaço, e que coloquem o agricultor como protagonistas dos próprios espaços.
"Nós trabalhamos em conjunto, em sinergia, propondo essa inovação no campo. São diversas inovações que realmente casam com essa gestão da propriedade. Então, organizando essas duas vertentes, a gente consegue trazer uma maior produtividade e um maior faturamento", conclui Lucas Costa, gerente de inovação do Sebrae Roraima.
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.
Naamã Mourão/Amazônia Agro/Rede Amazônica
Mais de 60 hectares de terra, no Projeto de Assentamento Nova Amazônia, zona rural de Boa Vista, se transformaram em uma área fértil dedicada à agricultura familiar. O responsável por essa transformação é Fernando Rodrigues Siqueira, eletricista que decidiu recomeçar a vida no extremo norte do país.
Ele chegou a Roraima em 2021, vindo de Curitiba, capital do Paraná, e encarou um grande desafio: tornar-se produtor rural sem nenhuma experiência anterior no campo, e deu início aos investimentos no lote. A história de Fernando foi destaque neste domingo (8) no Amazônia Agro, da Rede Amazônica.
"Foi um acontecido lá [no Paraná], e recebi uma herança, meu pai morreu e vim decido. Encontrei um senhor no avião, em 2018, que falou sobre produzir açaí. Aquilo ficou na minha cabeça. Comprei logo duas mil caixas de açaí", lembra Fernando.
Além do açaí, a propriedade hoje tem mais de 20 culturas diferentes plantadas — entre elas, graviola, milho, maracujá e acerola. Mas os primeiros anos não foram fáceis.
Fernando precisou aprender tudo do zero, pesquisando na internet e conversando com outros agricultores. Pragas e falhas no manejo quase comprometeram o trabalho.
"Primeiro foi o desconhecimento. Depois veio a vergonha de vender, de sair oferecendo o produto. Mas a dificuldade e a falta de dinheiro me forçaram a ir no boca a boca", conta.
Ata é uma das espécies de plantas cultivadas na propriedade
Naamã Mourão/Amazônia Agro/Rede Amazônica
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Veja todas as reportagens sobre Roraima
O esforço e a persistência deram resultado. Atualmente, toda a produção é voltada para o abastecimento do mercado local, em parceria como associações e cooperativas da região rural.
Para melhorar as lavouras, Fernando buscou soluções sustentáveis. Uma das apostas foi o plantio de eucalipto, que ajuda a proteger culturas mais sensíveis como o maracujá, além de fornecer madeira para estacas e lenha.
"Depois que plantei o açaí, pesquisei e percebi que aqui tem dificuldade de postes, estacas para segurar as plantas de menor porte; não tem madeira para nada. E achei melhor plantar o eucalipto, que é algo que vem rápido. Posso ter tanto a madeira para ‘quebrar vento’, quanto para ter um pouquinho de lenha", explica.
Pés de eucalipto também são cultivados na região
Naamã Mourão/Amazônia Agro/Rede Amazônica
Para este ano, os planos de Fernando são ambiciosos: ampliar a área cultivada e expandir a rede de clientes.
"Tem muita coisa que eu ainda não vendo a todo vapor, como açaí, graviola, acerola. Aqui a gente tem acesso fácil à cidade. Então dá para produzir e vender com rapidez", destaca.
Fernando também contou com o suporte do ALI Rural — programa de Agentes Locais de Inovação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Técnicos do projeto acompanharam de perto a rotina na propriedade e ofereceram orientações sobre plantio, irrigação, adubação e controle de pragas.
"O objetivo é fazer o produtor entender o valor do que tem nas mãos. Acompanhamentos a parte de produção, e Fernando, principalmente na época da chuva, sofreu bastante com ataque de doenças e insetos [nas lavouras]. É todo um acompanhamento, tanto de gestão, produção e venda, e essa parte do empreendedorismo faz com que o produtor veja propriedade de uma forma mais como um todo, e faz com que eles tenham uma visão empresarial da propriedade”, afirma Richarles Martins, agrônomo e agente do programa.
Plantio de mamao na zona Rural de Boa Vista
Naamã Mourão/Amazônia Agro/Rede Amazônica
Os produtores recebem acompanhamento mensal por um ano, com visitas técnicas feitas por bolsistas do programa. Ao fim do período, os bolsistas precisam apresentar artigos científicos e estudos de campo, transformando o conhecimento em benefício para toda a sociedade.
"O programa também permite um encontro coletivo entre os produtores, participantes. São dois encontros e aí a gente consegue trazer e fazer a conexão desses participantes para eles trocarem ideias e experiências vividas dentro do programa e também na sua propriedade. Eles trocam informações, veem o que deu certo, o que não deu certo, e conseguem melhorar. Essa é a principal característica que vai fazer o produtor rural ter um tempo e engajamento maior no local", explica Paulo Tinoco, coordenador do programa Sebrae ALI Rural.
O programa é aberto aos produtores rurais, através do alinhamento de soluções que sejam eficientes a realidade de cada espaço, e que coloquem o agricultor como protagonistas dos próprios espaços.
"Nós trabalhamos em conjunto, em sinergia, propondo essa inovação no campo. São diversas inovações que realmente casam com essa gestão da propriedade. Então, organizando essas duas vertentes, a gente consegue trazer uma maior produtividade e um maior faturamento", conclui Lucas Costa, gerente de inovação do Sebrae Roraima.
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