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Cemitério de escravizados começa a ser escavado nesta quarta; data marca 190 anos da morte de mártires da Revolta dos Malês

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Cemitério de escravizados começa a ser escavado nesta quarta; data marca 190 anos da morte de mártires da Revolta dos Malês
Cemitério foi descoberto em estacionamento da Pupileira, em Salvador. Segundo pesquisadora, mártires do maior levante de escravizados da Bahia foram executados e enterrados no local. Mapa antigo da região foi estudado para localizar o cemitério, que fica no estacionamento da Pupiliera
Silvana Olivieri
O cemitério de escravizados localizado no estacionamento da Pupileira, em Salvador, vai começar a ser escavado nesta quarta-feira (14). A data escolhida para a escavação está relacionada a execução de mártires da Revolta dos Malês, que aconteceu há 190 anos na capital baiana. Segundo a pesquisadora arquiteta e urbanista Silvana Olivieri, eles foram enterrados no local.
A localização do cemitério foi descoberta durante a pesquisa de doutorado desenvolvida pela arquiteta na Universidade Federal da Bahia (Ufba). Silvana comparou mapas da época e fotos de satélite atuais para identificar o local exato. [Saiba mais sobre a pesquisa ao final da reportagem]
A escavação acontece quase dois séculos depois da revolta caracterizada como o maior levante de escravizados na Bahia. A rebelião reuniu cerca de 600 africanos, sendo a maioria de origem mulçumana. O nome "malê", inclusive, está relacionado a religião: significa "mulçumano" na língua iorubá.
O levante aconteceu em janeiro de 1835 e tinha como um dos objetivos libertar um líder malê que estava preso. O plano, porém, não deu certo, e parte dos escravizados foi morta no dia. Outros rebeldes foram presos, julgados e punidos — alguns deles com a pena de morte. São esses indivíduos que podem ter sido enterrados no local.
Além deles, há possibilidade de pessoas que participaram da Revolta dos Búzios e da Revolução Pernambucana, ocorridas em 1798 e 1817, respectivamente, também tenham sido enterradas no cemitério.
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Os registros ainda mostram que indígenas, integrantes da comunidade cigana e pessoas que não tinham como custear o enterro também tiveram os corpos descartados no local. O número total de corpos que foram sepultados na área ainda é desconhecido.
Antes da escavação, que tem início marcado para 14h, haverá um ato religioso no local.
Pesquisa
Possível localização de cemitério de escravizados do século 18 é investigada em Salvador
Silvana Olivieri
? A pesquisadora arquiteta e urbanista Silvana Olivieri utilizou como fonte diversos mapas e plantas de Salvador, do século 18, para chegar até a localização do cemitério. Ela também leu artigos dos historiadores Braz do Amaral (1917) e Consuelo Pondé de Sena (1981), e um livro escrito em 1862 por Antônio Joaquim Damázio, contador da Santa Casa.
O cemitério foi inicialmente administrado pela Câmara Municipal e, em seguida, passou a ser de responsabilidade da Santa Casa. Registros históricos apontam 150 anos de atividade até 1844, quando a instituição comprou e começou a operar o Cemitério Campo Santo, localizado no bairro da Federação.
"Os sepultamentos eram realizados em valas comuns e superficiais, geralmente em condições bastante precárias e indignas, sem nenhuma cerimônia religiosa ou rito fúnebre, nem há registro de capela", apontou SIlvana.
A descoberta foi apresentada para a Santa Casa em setembro de 2024, durante reunião com a presença do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas não houve retorno. Em dezembro, a pesquisadora e o advogado e professor de Direto da Ufba, Samuel Vida, recorreram ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), que intermediou a conciliação. Em março deste ano, a escavação foi liberada.
"O cemitério sofreu um apagamento histórico, desaparecendo tanto da paisagem visível como da memória da cidade", disse a pesquisadora.
Possível localização de cemitério de escravizados do século 18 é investigada em Salvador
Silvana Olivieri

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