IOF mais alto: veja o que muda em cartões, moeda estrangeira, VGBL e empréstimos para empresas

O IOF é um tributo federal cobrado sobre operações que envolvem dinheiro, principalmente empréstimos e câmbio. Com as alterações, compras internacionais e de moeda estrangeira, por exemplo, podem ficar mais caras. O governo federal anunciou nesta quinta-feira (22) o aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), um tributo federal cobrado sobre diversas operações que envolvem dinheiro, principalmente empréstimos e câmbio.
Segundo o governo, os novos valores do IOF começam a ser aplicados já nesta sexta-feira (23), com o objetivo de arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais neste ano e R$ 41 bilhões em 2026.
Veja abaixo as principais mudanças.
Infográfico - Veja o que muda com o aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Arte/g1
O que é o IOF?
IOF é a sigla para Imposto sobre Operações Financeiras. Como o próprio nome diz, é um imposto cobrado sobre a maior parte das operações financeiras e serve para gerar receita para a União. (saiba mais aqui)
O que muda na prática?
A medida aumenta o imposto em algumas operações — especialmente que envolvam crédito para empresas —, mas não atinge os empréstimos e financiamentos para pessoas físicas. Ou seja, nesse caso, o IOF continuará zerado. (veja outros exemplos de isenção mais abaixo)
Por outro lado, prevê alterações relacionadas ao câmbio, o que deve encarecer compras internacionais e de moeda em espécie. Isso porque a medida prevê um aumento no IOF cobrado sobre cartões internacionais de crédito e débito e sobre a compra de moedas estrangeiras em papel.
O texto também prevê a retomada de cobranças de IOF em alguns casos, como o de empréstimos externos de curto prazo (até 364 dias), isentos desde 2023. Esse tipo de operação acontece quando uma entidade toma recursos emprestados de credores no exterior.
Veja abaixo cada uma das principais mudanças:
Medidas que atingem o consumidor
? Câmbio e gastos no exterior
COMO ERA:
IOF de 3,38% sobre compras com cartão de crédito, débito e pré-pagos internacionais
IOF de 1,1% na compra de moeda estrangeira em espécie
COMO FICOU:
IOF de 3,5% para cartões internacionais e remessas
IOF de 3,5% na compra de moeda estrangeira em espécie
Segundo o governo, a mudança visa unificar as alíquotas, com "isonomia de tratamento". Além disso, busca "evitar distorções, de tratamento distinto em remessas da mesma natureza".
Além de não atingir os empréstimos e financiamentos para pessoas físicas, também continuam isentos de IOF ou com alíquota zero:
crédito estudantil;
financiamentos habitacionais;
financiamentos via FINAME, para na aquisição de máquinas e equipamentos;
exportação e título de crédito à exportação;
cooperativas abaixo de R$ 100 milhões;
programas de geração de emprego e renda;
adiantamento de salário ao empregado;
devolução antecipada de IOF indevido;
entre outros.
? Previdência privada (VGBL)
COMO ERA: Não havia alíquota diferenciada para aportes mensais altos
COMO FICOU: 5% de IOF para planos de VGBL ou previdência com aportes mensais acima de R$ 50 mil
No caso do VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), que funciona também como um seguro de vida, o governo informou que a aplicação de IOF "corrige distorção", já que "públicos de altíssima renda" utilizam a modalidade "como investimento com baixíssima tributação".
Assim, acrescenta o governo, a medida "preserva o investidor que realmente busca segurança previdenciária".
Governo anuncia bloqueio de R$ 31,3 bi e aumento de IOF para cumprir meta
Medidas que atingem as empresas
? Operações de crédito (empréstimos e financiamentos)
COMO ERA: IOF de 0,38% na contratação, sendo 0,0041% ao dia, com teto de 1,88% ao ano
COMO FICOU: IOF de 0,95% na contratação, sendo 0,0082% ao dia, com teto de 3,95% ao ano
Para o Simples Nacional:
COMO ERA: IOF de 0,38% na contratação, sendo 0,00137% ao dia, com teto de 0,88% ao ano
COMO FICOU: IOF de 0,95% na contratação, sendo 0,00274% ao dia, com teto de 1,95% ao ano
Compras internacionais mais caras
A professora de economia e finanças pessoais da ESPM Paula Sauer destaca que, na prática, a unificação do IOF em 3,5% para operações relacionadas a compras no exterior irá impactar a aquisição de produtos importados e gastos internacionais.
Para minimizar os efeitos do aumento do IOF, ela lista algumas dicas:
Considerar transferências internacionais via fintechs (empresas de tecnologia financeira) para remessa de dinheiro, já que a alíquota do IOF pode ser menor — hoje em torno de 1,1% ou 0,38%.
Fazer compras em sites que aceitam PIX ou transferência bancária para evitar o IOF do câmbio.
Monitorar a cotação do dólar para planejar as compras internacionais, especialmente para viagens ou intercâmbios, comprando moeda mês a mês para fazer um saldo médio e um preço médio.
Utilizar os programas de fidelidade e pontos no cartão de crédito para comprar passagens ou fazer compras, trocando pontos por itens.
Considerar o uso de contas multimoedas oferecidas por algumas instituições, porque "o IOF é de 1.1% na conversão".
Segundo a professora, além das empresas, "quem mais vai sentir as mudanças no IOF" são as pessoas que fazem aportes em previdência privada (VGBL) acima de R$ 50 mil por mês, por conta da cobrança de 5% a partir desta sexta (23).
Cartão de crédito
Reuters
Segundo o governo, os novos valores do IOF começam a ser aplicados já nesta sexta-feira (23), com o objetivo de arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais neste ano e R$ 41 bilhões em 2026.
Veja abaixo as principais mudanças.
Infográfico - Veja o que muda com o aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Arte/g1
O que é o IOF?
IOF é a sigla para Imposto sobre Operações Financeiras. Como o próprio nome diz, é um imposto cobrado sobre a maior parte das operações financeiras e serve para gerar receita para a União. (saiba mais aqui)
O que muda na prática?
A medida aumenta o imposto em algumas operações — especialmente que envolvam crédito para empresas —, mas não atinge os empréstimos e financiamentos para pessoas físicas. Ou seja, nesse caso, o IOF continuará zerado. (veja outros exemplos de isenção mais abaixo)
Por outro lado, prevê alterações relacionadas ao câmbio, o que deve encarecer compras internacionais e de moeda em espécie. Isso porque a medida prevê um aumento no IOF cobrado sobre cartões internacionais de crédito e débito e sobre a compra de moedas estrangeiras em papel.
O texto também prevê a retomada de cobranças de IOF em alguns casos, como o de empréstimos externos de curto prazo (até 364 dias), isentos desde 2023. Esse tipo de operação acontece quando uma entidade toma recursos emprestados de credores no exterior.
Veja abaixo cada uma das principais mudanças:
Medidas que atingem o consumidor
? Câmbio e gastos no exterior
COMO ERA:
IOF de 3,38% sobre compras com cartão de crédito, débito e pré-pagos internacionais
IOF de 1,1% na compra de moeda estrangeira em espécie
COMO FICOU:
IOF de 3,5% para cartões internacionais e remessas
IOF de 3,5% na compra de moeda estrangeira em espécie
Segundo o governo, a mudança visa unificar as alíquotas, com "isonomia de tratamento". Além disso, busca "evitar distorções, de tratamento distinto em remessas da mesma natureza".
Além de não atingir os empréstimos e financiamentos para pessoas físicas, também continuam isentos de IOF ou com alíquota zero:
crédito estudantil;
financiamentos habitacionais;
financiamentos via FINAME, para na aquisição de máquinas e equipamentos;
exportação e título de crédito à exportação;
cooperativas abaixo de R$ 100 milhões;
programas de geração de emprego e renda;
adiantamento de salário ao empregado;
devolução antecipada de IOF indevido;
entre outros.
? Previdência privada (VGBL)
COMO ERA: Não havia alíquota diferenciada para aportes mensais altos
COMO FICOU: 5% de IOF para planos de VGBL ou previdência com aportes mensais acima de R$ 50 mil
No caso do VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), que funciona também como um seguro de vida, o governo informou que a aplicação de IOF "corrige distorção", já que "públicos de altíssima renda" utilizam a modalidade "como investimento com baixíssima tributação".
Assim, acrescenta o governo, a medida "preserva o investidor que realmente busca segurança previdenciária".
Governo anuncia bloqueio de R$ 31,3 bi e aumento de IOF para cumprir meta
Medidas que atingem as empresas
? Operações de crédito (empréstimos e financiamentos)
COMO ERA: IOF de 0,38% na contratação, sendo 0,0041% ao dia, com teto de 1,88% ao ano
COMO FICOU: IOF de 0,95% na contratação, sendo 0,0082% ao dia, com teto de 3,95% ao ano
Para o Simples Nacional:
COMO ERA: IOF de 0,38% na contratação, sendo 0,00137% ao dia, com teto de 0,88% ao ano
COMO FICOU: IOF de 0,95% na contratação, sendo 0,00274% ao dia, com teto de 1,95% ao ano
Compras internacionais mais caras
A professora de economia e finanças pessoais da ESPM Paula Sauer destaca que, na prática, a unificação do IOF em 3,5% para operações relacionadas a compras no exterior irá impactar a aquisição de produtos importados e gastos internacionais.
Para minimizar os efeitos do aumento do IOF, ela lista algumas dicas:
Considerar transferências internacionais via fintechs (empresas de tecnologia financeira) para remessa de dinheiro, já que a alíquota do IOF pode ser menor — hoje em torno de 1,1% ou 0,38%.
Fazer compras em sites que aceitam PIX ou transferência bancária para evitar o IOF do câmbio.
Monitorar a cotação do dólar para planejar as compras internacionais, especialmente para viagens ou intercâmbios, comprando moeda mês a mês para fazer um saldo médio e um preço médio.
Utilizar os programas de fidelidade e pontos no cartão de crédito para comprar passagens ou fazer compras, trocando pontos por itens.
Considerar o uso de contas multimoedas oferecidas por algumas instituições, porque "o IOF é de 1.1% na conversão".
Segundo a professora, além das empresas, "quem mais vai sentir as mudanças no IOF" são as pessoas que fazem aportes em previdência privada (VGBL) acima de R$ 50 mil por mês, por conta da cobrança de 5% a partir desta sexta (23).
Cartão de crédito
Reuters
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