IML faz exumação do corpo da irmã de médico suspeito de matar professora em Ribeirão Preto; entenda

Procedimento foi marcado para esta sexta-feira (23) no cemitério de Pontal (SP). Objetivo é apurar se existe chumbinho no organismo de Nathália Garnica, que morreu um mês antes de Larissa Rodrigues. Polícia prepara exumação de irmã de médico suspeito de matar esposa em Ribeirão Preto, SP
O Instituto Médico Legal (IML) realiza nesta sexta-feira (23) a exumação do corpo de Nathália Garnica, irmã do médico Luiz Antonio Garnica, preso suspeito de matar envenenada a esposa, a professora Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto (SP).
Autorizado pela Justiça a pedido da Polícia Civil, o procedimento (entenda mais abaixo) tem o objetivo de apurar se Nathália, que morreu em fevereiro, também foi envenenada por "chumbinho", como aconteceu com a professora, que morreu em março.
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A exumação ocorrerá no cemitério de Pontal (SP), com esquema de segurança reforçado para garantir a integridade das provas, que serão levadas para a realização de um exame toxicológico.
"A gente tomou todas as precauções para evitar pessoas externas no cemitério, para não ter nenhuma interferência. Vai ter a Polícia Civil nos dando apoio na segurança, já foi comunicado o cemitério, já vai deixar tudo pronto", afirma Diógenes Tadeu de Freitas Cardoso, diretor do IML de Ribeirão Preto.
Luiz Antonio Garnica foi preso por suspeita no envolvimento da morte da esposa, Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Larissa, de 37 anos, foi encontrada morta no apartamento em que vivia com o médico em Ribeirão Preto em 22 de março. O laudo toxicológico apontou envenenamento pela substância conhecida popularmente como "chumbinho".
O exame necroscópico descartou sinais de violência, mas apontou que ela teve lesões no pulmão e no coração, assim como a irmã de Garnica, que morreu aos 42 anos em fevereiro deste ano, após um infarto, mesmo não tendo problemas de saúde aparentes. Além disso, a proximidade das mortes chama atenção dos investigadores.
Como será a exumação?
Os trabalhos estão previstos para começar às 10h, quando técnicos e peritos do IML de Ribeirão Preto se reunirão no cemitério de Pontal, onde o corpo de Nathália foi sepultado, no mesmo túmulo de Larissa.
Desde o fim da tarde de quinta-feira (22), os portões do cemitério estão fechados para o público, assim como ruas nos arredores. Com isso, as autoridades pretendem excluir as chances de qualquer tipo de interferência.
Além disso, a equipe vai adotar protocolos na abertura do túmulo, coleta e recolhimento dos materiais relevantes para garantir que as provas não sejam comprometidas e questionadas posteriormente. Todo o procedimento será realizado diante de representantes da Polícia Civil que investigam o caso e testemunhas.
"Vai ser tudo feito assim: coletou, pôs no lacre, lacrou, ninguém mais mexe naquilo. A gente tem a garantia que, até chegar lá no laboratório, ninguém interferiu nessa prova, que é muito importante para o caso que a gente chama de cadeia de custódia, que não tem interferência", explica Cardoso.
Cemitério de Pontal (SP).
Aurelio Sal/EPTV
O que os peritos esperam encontrar?
Ao abrirem o caixão, os peritos primeiro devem verificar as condições gerais do corpo. Se ainda estiverem adequadas, os agentes devem buscar amostras de sangue e de urina, embora considerem pequenas as chances de encontrá-las.
Além disso, vão verificar a integridade do estômago, do intestino e do fígado, órgãos que, em um caso de ingestão de substâncias como o "chumbinho", processariam ou metabolizariam o veneno. Alguns fatores, no entanto, podem interferir nesse processo de coleta, segundo o diretor do IML.
"Temperatura, composição corpórea, tem muitos fatores, umidade. Então, não dá para saber, porque se eu soubesse que não tinha nada, eu falava 'olha, não tem mais nada'. É possível? É possível ter alguma coisa ainda ali, e por isso que a gente está indo. A gente vai ter a certeza só na hora de olhar o corpo, examinar o corpo."
Nathália Garnica morreu um mês antes de Larissa Rodrigues, envenenada em Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
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O que o IML vai avaliar nas amostras?
Tudo o que for coletado no cemitério de Pontal será levado diretamente ao Núcleo de Toxicologia do IML em São Paulo, que deve fazer as análises e emitir os resultados em um prazo estimado de 30 dias.
Nessa avaliação, o instituto vai confirmar ou descartar a presença de aldicarbe, inseticida popularmente conhecido como "chumbinho", no organismo de Nathália. O exame, segundo o diretor do IML de Ribeirão Preto, é credenciado internacionalmente e pode apontar a existência de outras substâncias, fornecendo mais informações para as investigações.
Viaturas da Polícia Científica na região de Ribeirão Preto (SP). IML faz exumação do corpo de Nathalia nesta sexta-feira (23).
Aurelio Sal/EPTV
Ele também destaca que uma eventual negativa de existência de "chumbinho", no exame, não descarta a hipótese de envenenamento. Isso porque, segundo Cardoso, esse veneno se decompõe entre 90 e 120 dias, correspondente ao período entre o sepultamento do corpo de Nathália e a exumação.
"A substância se degrada na natureza entre 90 e 120 dias. Ou seja, se você jogar em qualquer lugar essa substância, com esse tempo de 90 a 120 dias, ele já não tem mais nada ali, então não tem mais o vestígio. No corpo humano é mais ou menos igual, ele não fica mais tempo ou menos tempo. Então, entre 90 e 120 dias é o tempo que pode estar ali. Como a gente está nesse período, então convém fazer exumação."
Professora morta: investigações em andamento
A morte da professora de pilates Larissa Rodrigues é tratada inicialmente como um homicídio qualificado na fase de inquérito policial, procedimento que resultou nas prisões temporárias do médico Luiz Antonio Garnica, marido da vítima, e da mãe dele, Elizabete Arrabaça.
A Polícia Civil e o Ministério Público suspeitam que um pedido de divórcio de Larissa, que pouco tempo antes havia descoberto uma relação extraconjugal do marido, pode ter motivado o crime.
Além disso, suspeitam da sogra dela, a última pessoa a estar no apartamento da vítima antes da morte da professora.
Tanto Garnica quanto Elizabete negam envolvimento na morte de Larissa. Eles entraram com um pedido liminar de habeas corpus, que foi rejeitado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A decisão colegiada e definitiva sobre o pedido ainda não foi emitida pelo órgão.
Larissa Rodrigues foi encontrada morta em apartamento na zona sul de Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
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O Instituto Médico Legal (IML) realiza nesta sexta-feira (23) a exumação do corpo de Nathália Garnica, irmã do médico Luiz Antonio Garnica, preso suspeito de matar envenenada a esposa, a professora Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto (SP).
Autorizado pela Justiça a pedido da Polícia Civil, o procedimento (entenda mais abaixo) tem o objetivo de apurar se Nathália, que morreu em fevereiro, também foi envenenada por "chumbinho", como aconteceu com a professora, que morreu em março.
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"A gente tomou todas as precauções para evitar pessoas externas no cemitério, para não ter nenhuma interferência. Vai ter a Polícia Civil nos dando apoio na segurança, já foi comunicado o cemitério, já vai deixar tudo pronto", afirma Diógenes Tadeu de Freitas Cardoso, diretor do IML de Ribeirão Preto.
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O exame necroscópico descartou sinais de violência, mas apontou que ela teve lesões no pulmão e no coração, assim como a irmã de Garnica, que morreu aos 42 anos em fevereiro deste ano, após um infarto, mesmo não tendo problemas de saúde aparentes. Além disso, a proximidade das mortes chama atenção dos investigadores.
Como será a exumação?
Os trabalhos estão previstos para começar às 10h, quando técnicos e peritos do IML de Ribeirão Preto se reunirão no cemitério de Pontal, onde o corpo de Nathália foi sepultado, no mesmo túmulo de Larissa.
Desde o fim da tarde de quinta-feira (22), os portões do cemitério estão fechados para o público, assim como ruas nos arredores. Com isso, as autoridades pretendem excluir as chances de qualquer tipo de interferência.
Além disso, a equipe vai adotar protocolos na abertura do túmulo, coleta e recolhimento dos materiais relevantes para garantir que as provas não sejam comprometidas e questionadas posteriormente. Todo o procedimento será realizado diante de representantes da Polícia Civil que investigam o caso e testemunhas.
"Vai ser tudo feito assim: coletou, pôs no lacre, lacrou, ninguém mais mexe naquilo. A gente tem a garantia que, até chegar lá no laboratório, ninguém interferiu nessa prova, que é muito importante para o caso que a gente chama de cadeia de custódia, que não tem interferência", explica Cardoso.
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"Temperatura, composição corpórea, tem muitos fatores, umidade. Então, não dá para saber, porque se eu soubesse que não tinha nada, eu falava 'olha, não tem mais nada'. É possível? É possível ter alguma coisa ainda ali, e por isso que a gente está indo. A gente vai ter a certeza só na hora de olhar o corpo, examinar o corpo."
Nathália Garnica morreu um mês antes de Larissa Rodrigues, envenenada em Ribeirão Preto (SP).
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Nessa avaliação, o instituto vai confirmar ou descartar a presença de aldicarbe, inseticida popularmente conhecido como "chumbinho", no organismo de Nathália. O exame, segundo o diretor do IML de Ribeirão Preto, é credenciado internacionalmente e pode apontar a existência de outras substâncias, fornecendo mais informações para as investigações.
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Aurelio Sal/EPTV
Ele também destaca que uma eventual negativa de existência de "chumbinho", no exame, não descarta a hipótese de envenenamento. Isso porque, segundo Cardoso, esse veneno se decompõe entre 90 e 120 dias, correspondente ao período entre o sepultamento do corpo de Nathália e a exumação.
"A substância se degrada na natureza entre 90 e 120 dias. Ou seja, se você jogar em qualquer lugar essa substância, com esse tempo de 90 a 120 dias, ele já não tem mais nada ali, então não tem mais o vestígio. No corpo humano é mais ou menos igual, ele não fica mais tempo ou menos tempo. Então, entre 90 e 120 dias é o tempo que pode estar ali. Como a gente está nesse período, então convém fazer exumação."
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A morte da professora de pilates Larissa Rodrigues é tratada inicialmente como um homicídio qualificado na fase de inquérito policial, procedimento que resultou nas prisões temporárias do médico Luiz Antonio Garnica, marido da vítima, e da mãe dele, Elizabete Arrabaça.
A Polícia Civil e o Ministério Público suspeitam que um pedido de divórcio de Larissa, que pouco tempo antes havia descoberto uma relação extraconjugal do marido, pode ter motivado o crime.
Além disso, suspeitam da sogra dela, a última pessoa a estar no apartamento da vítima antes da morte da professora.
Tanto Garnica quanto Elizabete negam envolvimento na morte de Larissa. Eles entraram com um pedido liminar de habeas corpus, que foi rejeitado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A decisão colegiada e definitiva sobre o pedido ainda não foi emitida pelo órgão.
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