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Jovem desabafa após ter loja de roupas assaltada dois meses depois da inauguração em Sorocaba: 'Fiquei sem chão'

Jovem desabafa após ter loja de roupas assaltada dois meses depois da inauguração em Sorocaba: 'Fiquei sem chão'
Kayky Raphael Estevam, de 21 anos, sonhava em montar a própria loja desde os 16 anos. Após o roubo, o jovem criou uma vaquinha online para tentar retomar o comércio. Jovem desabafa após ter loja de roupas assaltada em Sorocaba
O início de um sonho se tornou um pesadelo para o jovem Kayky Raphael Estevam, de 21 anos, que teve a loja de roupas assaltada na madrugada de sexta-feira (20), na Vila Fiori, em Sorocaba (SP). Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele desabafou após o ocorrido. Assista acima.
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Ao g1, o empreendedor conta que pediu demissão do emprego onde era gerente de vendas no dia 26 de fevereiro — data em que também alugou o salão onde montaria sua loja, inaugurada em 12 de abril.
"Eu era gerente de uma loja de roupas aqui em Sorocaba. Foi o meu primeiro emprego com carteira assinada. Comecei vendendo bala para conseguir montar minha primeira loja, aos 16 anos. Na época, acabei caindo em um golpe e precisei desistir momentaneamente. No fim, comecei a trabalhar como vendedor em uma loja de roupas até me tornar gerente. Depois disso, criei coragem e decidir reabrir minha própria loja de roupas", relembra.
O que o jovem não esperava era que, por volta das 3h30 de sexta-feira, seu vizinho ligaria com uma notícia que o faria perder o chão em poucos segundos. De acordo com ele, a frustração surgiu de forma imediata assim que soube do roubo.
"Quando recebi a ligação do vizinho avisando que tinham invadido a loja, veio o baque imediato. Eu estava dormindo e, assim que atendi, despertei, levantei e chamei meus pais para me acompanharem até o local, porque eu não sabia como a loja estava. Não sabia o que tinham levado, nem o quanto tinham destruído", conta.
Kayky Raphael Estevam, de 21 anos, tem loja roubada em Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
"Chegamos lá cerca de 20 a 30 minutos após o assalto. Quando vi a loja destruída, a porta arrebentada, senti um aperto no peito. Levaram tudo. Todas as minhas coisas, todo o meu sonho. Literalmente tudo, todas as roupas, além do prejuízo que deixaram. Eu já não tinha muito — comecei com pouco. Vendi meu primeiro carro, que conquistei com muito esforço, para poder abrir a minha primeira loja. Era o meu sonho desde os 15 anos de idade", lamenta.
Kayky ainda conta que o sentimento de insegurança também tomou conta de sua mente. Segundo o jovem, a sensação é de que, por mais que se tente, sempre haverá alguém disposto a destruir seu sonho e atrasar seus objetivos.
"Quando vi tudo destruído, fiquei sem chão. Me senti acabado. Acabaram com o meu sonho, levaram tudo. É um sentimento de frustração, de derrota. Parece que passaram por cima de mim. Um sentimento de insegurança, porque não podemos ter um comércio com tranquilidade. Qual é o prazer de prejudicar o outro? O verdadeiro prazer está em conquistar as coisas de forma honesta, sem destruir o sonho de ninguém, sem causar sofrimento", desabafa.
O empreendedor reforça que a falta de segurança na cidade, principalmente na região onde a loja está localizada, é evidente: "Fico na loja o dia inteiro, das 9h às 19h, e não vejo uma viatura passando. Às vezes, passa uma semana inteira sem aparecer nenhuma", diz.
O g1 questionou a Prefeitura de Sorocaba e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre a reclamação de falta de segurança na cidade, mas não recebeu retorno da SSP até a última atualização desta reportagem.
Em nota, a Prefeitura e a Guarda Municipal do município informaram que a GCM realiza patrulhamentos preventivos de forma constante na região da Rua Olegário Ribeiro, na Vila Fiori, em apoio ao trabalho realizado pelas Forças de Segurança do Estado.
A prefeitura ainda reforçou que a GCM atua por meio do patrulhamento comunitário, com viaturas que circulam pela região. O foco é proteger bens públicos, serviços e prédios da prefeitura, além de apoiar a fiscalização de trânsito e ações de preservação ambiental.
No entanto, a Guarda Municipal ressalta que o Observatório de Segurança da Secretaria de Segurança Urbana (Sesu) só consegue emitir relatórios precisos sobre a frequência dos patrulhamentos após a consolidação e análise dos dados, o que ocorre em dias úteis.
Loja de roupas foi invadida na madrugada de sexta-feira (20) em Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
Recomeço
Para conseguir se reerguer e restaurar a loja, o jovem conta que criou uma vaquinha online para arrecadar dinheiro e retomar o negócio. Ainda segundo ele, restaram apenas R$ 600 ou R$ 700 em roupas.
"Sinto medo de retomar e tudo acontecer de novo, seja no mesmo bairro ou em outro. Estou tentando recomeçar de alguma forma. Criei uma vaquinha online para arrecadar o máximo que conseguir e tentar retomar o negócio. Caso contrário, vou ter que vender minha moto, que também é uma conquista e me ajuda nas entregas pela cidade", desabafa.
"Estou sozinho na loja. Faço tudo sozinho, porque ainda não tenho condições de contratar um funcionário. Ainda não abri a firma, não tenho CNPJ. Mas é o começo, e o começo é sempre o mais difícil. Sei que é uma prova. Deus sabe de tudo. Se ele está permitindo que eu passe por isso, é porque ele sabe que vou vencer mais uma vez. Sempre venci, e vou vencer de novo", finaliza.
Jovem empreendedor lamenta por loja roubada em Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku
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