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Milei chama sonegadores de impostos de 'heróis' e diz faltar 'talento' a quem 'cumpriu todas as regras'

Milei chama sonegadores de impostos de 'heróis' e diz faltar 'talento' a quem 'cumpriu todas as regras'
Declaração do presidente da Argentina foi feita durante uma entrevista para um programa de televisão, enquanto defendia seu projeto que pretende flexibilizar regras tributárias para que os argentinos utilizem seus dólares não declarados. Javier Milei participa do G20 no Rio
Pablo Porciuncula/AFP
O presidente da Argentina, Javier Milei, elogiou sonegadores de impostos durante uma entrevista na televisão nesta semana, enquanto defendia seu projeto que pretende flexibilizar regras tributárias para a população utilizar os dólares não declarados no país.
Milei disse que quem "tentou se proteger dos políticos ladrões são heróis" e "quem cumpriu todas as regras [...] talvez não teve o talento ou a coragem para sair do sistema".
"Se todos tivessem conseguido fazer o mesmo [sonegar impostos], talvez os políticos tivessem parado de nos roubar", afirmou.
As declarações foram feitas em uma entrevista no programa de TV argentino "Otra Mañana", na segunda-feira (19), depois que o jornalista Antonio Laje questionou Milei sobre a expectativa para a implementação das medidas que vão incentivar o uso de dólares guardados pelos argentinos "debaixo do colchão".
? Muitos argentinos costumam recorrer ao mercado paralelo de dólares, o chamado "dólar blue", diante da inflação e da desvalorização do peso, que tornou a moeda americana um bem cobiçado e de acesso restrito no país.
"A verdade é que as características do imposto inflacionário na Argentina têm sido devastadoras e, como consequência disso, os argentinos, mesmo com dinheiro declarado, o passam para o setor informal para poder escapar das garras do Estado", disse Milei.
Agora, a ideia do processo de desregulamentação é que a população possa usar esse dinheiro para comprar eletrodomésticos, carros, casas, terrenos, entre outras coisas, sem "ninguém pedindo explicações", segundo o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo.
Críticos ao projeto afirmam, no entanto, que as medidas podem facilitar que o dinheiro vindo de atividades criminosas, como o narcotráfico, seja legalizado no país.
Sobre isso, Milei defendeu que o assunto deve ser tratado com o Ministério da Segurança e com o Ministério da Defesa, e que não se deve utilizar a economia para combater o crime.
Ele também comparou os sonegadores de impostos a pessoas que fogem de regimes opressores e disse que não pode puni-los, ou premiar quem seguiu todas as regras, por causa disso.
"O senhor tem uma pessoa que está presa em Cuba e consegue escapar e chega a Miami, o senhor vai lá moer a pauladas em Miami porque escapou do regime castrista cubano?", questionou o presidente.
"Lamento por aquele que não pôde escapar [dos impostos], mas o outro não fez nada de errado. É uma declaração de inveja. Quem pôde se safar, genial, não tenho que castigá-lo porque pôde fugir do ladrão", afirmou.
Segundo Milei, os argentinos têm entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões "debaixo do colchão", o que representa de 33% a 66% do Produto Interno Bruto (PIB) argentino, que é de US$ 600 bilhões.
Por isso, incentivar o uso desses valores "implica uma injeção de fundos dentro da economia que poderia gerar uma aceleração da taxa de crescimento enorme", disse na entrevista.
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