Nunes anuncia entrega de mais 120 ônibus elétricos, mas frota segue longe do plano de metas para SP

Prefeito Ricardo Nunes (MDB) anuncia entrega de 120 ônibus elétricos.
Reprodução/TV Globo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou nesta quarta-feira (23) a entrega de mais 120 ônibus elétricos. Com o novo lote, a cidade agora soma 841 veículos sustentáveis em circulação — o equivalente a apenas 6,3% da frota total.
Segundo os dados da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte, a cidade de São Paulo contava com 13.336 ônibus em junho, distribuídos em mais de 1.300 linhas. A frota atende cerca de sete milhões de passageiros.
Os novos veículos são equipados com ar-condicionado, tomadas USB para recarga de dispositivos móveis e Wi-Fi gratuito e vão começar a circular nas regiões Noroeste, Oeste, Sul e Norte da capital a partir desta quinta-feira (24).
"Cada ônibus elétrico que a gente coloca [na rua], a gente deixa de consumir 35 mil litros de óleo diesel por ano, que representa 6.400 árvores por ano. É um avanço muito importante para o meio ambiente, para diminuir as doenças respiratórias e cardiorrespiratórias", afirmou o prefeito.
O evento teve tom de pré-campanha para as eleições de 2026 e contou com a presença dos secretários municipais de Mobilidade e Transportes, Celso Caldeira; de Governo, Edson Aparecido; de Segurança Urbana, Orlando Morando; e de Verde e Meio Ambiente, Rodrigo Ashiuchi, além de vereadores e deputados aliados de Nunes.
Durante o anúncio, Caldeira também informou que até o dia 20 de agosto será publicado o edital de chamamento público "para buscar no mercado toda a cadeia de biometano para fornecer para as garagens e alimentar os ônibus com outra energia alternativa".
Prefeitura de SP entrega nova frota de ônibus elétricos
Divulgação/Prefeitura de São Paulo
Nunes encerrou o primeiro mandato sem cumprir a meta de substituir 20% da frota de ônibus para veículos elétricos e repetiu a promessa em entrevista à GloboNews em dezembro de 2024, após ser reeleito.
Segundo o balanço do Programa de Metas de 2021 a 2024 da Prefeitura de São Paulo, somente 3,78% da frota de ônibus da capital era composta por veículos de matriz energética limpa em dezembro do ano passado.
Já para o segundo mandato, o emedebista estabeleceu a meta de "substituir 2.200 ônibus movidos a diesel por veículos de matriz energética mais limpa, reforçando o compromisso da cidade com a preservação ambiental", segundo o Programa de Metas de 2025 a 2028.
Questionado sobre o fato de a frota elétrica ainda estar longe da meta prometida, Nunes culpou a Enel, alegando que a empresa não tem garantido o fornecimento de energia necessário para o funcionamento dos veículos.
"A Enel cobra uma fortuna das empresas de ônibus para poder fazer a instalação da energia e mesmo assim ela não consegue fazer essas ligações conforme a necessidade da frota [...] É uma empresa irresponsável que não faz a ligação de energia nas garagens. Então a gente não tinha sequer como fazer o atendimento dos 20% por conta da falta de ônibus e de energia", justificou.
Enquanto a concessionária informou ao g1 que é responsável somente pela infraestrutura externa e que tem atendido toda demanda de infraestrutura elétrica planejada pelos operadores de ônibus.
"Desde 2024, a companhia entregou 44MW de energia a 20 garagens de ônibus, energia capaz de abastecer pelo menos 900 ônibus. Até o fim do ano, serão mais 44 MW, já contratados pelas empresas, que possibilitarão o abastecimento de um total de ao menos 1.980 ônibus elétricos", disse em nota.
A Enel ainda afirmou que tem capacidade para atender a meta da Prefeitura até 2028, caso seja demandada pelas empresas com a antecedência necessária para execução de suas obras.
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Após decisão judicial, Nunes diz que não tem como garantir entrega de 50% da frota de ônibus elétrica até 2028
Troca de frota de ônibus
Em janeiro, Nunes sancionou a lei 18.225 de 2025 que mudou a legislação anterior, de 2018, acabando com uma meta intermediária sem apresentar planejamento e estudo de impacto ambiental.
De acordo com a lei anterior, a prefeitura deveria garantir que 50% dos ônibus em circulação na capital fossem elétricos até 2028; e que 100% da frota fosse de ônibus elétricos até 2038;
No entanto, a lei sancionada este ano alterou um artigo e suprimiu justamente a meta de 10 anos, deixando aberta a possibilidade de uma frota mais poluente nos próximos 13 anos.
Em fevereiro, a Justiça de São Paulo suspendeu, em decisão liminar (provisória), os efeitos da lei que flexibiliza a meta para trocar a frota de ônibus. A decisão foi resposta a uma ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Diretório Estadual do PSOL em São Paulo.
Após a decisão judicial, Nunes afirmou que não tem como garantir entrega de 50% da frota de ônibus elétrica até 2028.
"Da nossa parte, tudo aquilo que é necessário fazer para poder ter um avanço na questão da substituição dos ônibus a gente está fazendo. Obviamente, a gente não tem como garantir que vai ser possível fazer 50% até 2028 por conta das realidades da atualidade. Quais são? Falta de ônibus por parte da produção da indústria e também falta de infraestrutura por parte da Enel", justificou o prefeito.
Reprodução/TV Globo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou nesta quarta-feira (23) a entrega de mais 120 ônibus elétricos. Com o novo lote, a cidade agora soma 841 veículos sustentáveis em circulação — o equivalente a apenas 6,3% da frota total.
Segundo os dados da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte, a cidade de São Paulo contava com 13.336 ônibus em junho, distribuídos em mais de 1.300 linhas. A frota atende cerca de sete milhões de passageiros.
Os novos veículos são equipados com ar-condicionado, tomadas USB para recarga de dispositivos móveis e Wi-Fi gratuito e vão começar a circular nas regiões Noroeste, Oeste, Sul e Norte da capital a partir desta quinta-feira (24).
"Cada ônibus elétrico que a gente coloca [na rua], a gente deixa de consumir 35 mil litros de óleo diesel por ano, que representa 6.400 árvores por ano. É um avanço muito importante para o meio ambiente, para diminuir as doenças respiratórias e cardiorrespiratórias", afirmou o prefeito.
O evento teve tom de pré-campanha para as eleições de 2026 e contou com a presença dos secretários municipais de Mobilidade e Transportes, Celso Caldeira; de Governo, Edson Aparecido; de Segurança Urbana, Orlando Morando; e de Verde e Meio Ambiente, Rodrigo Ashiuchi, além de vereadores e deputados aliados de Nunes.
Durante o anúncio, Caldeira também informou que até o dia 20 de agosto será publicado o edital de chamamento público "para buscar no mercado toda a cadeia de biometano para fornecer para as garagens e alimentar os ônibus com outra energia alternativa".
Prefeitura de SP entrega nova frota de ônibus elétricos
Divulgação/Prefeitura de São Paulo
Nunes encerrou o primeiro mandato sem cumprir a meta de substituir 20% da frota de ônibus para veículos elétricos e repetiu a promessa em entrevista à GloboNews em dezembro de 2024, após ser reeleito.
Segundo o balanço do Programa de Metas de 2021 a 2024 da Prefeitura de São Paulo, somente 3,78% da frota de ônibus da capital era composta por veículos de matriz energética limpa em dezembro do ano passado.
Já para o segundo mandato, o emedebista estabeleceu a meta de "substituir 2.200 ônibus movidos a diesel por veículos de matriz energética mais limpa, reforçando o compromisso da cidade com a preservação ambiental", segundo o Programa de Metas de 2025 a 2028.
Questionado sobre o fato de a frota elétrica ainda estar longe da meta prometida, Nunes culpou a Enel, alegando que a empresa não tem garantido o fornecimento de energia necessário para o funcionamento dos veículos.
"A Enel cobra uma fortuna das empresas de ônibus para poder fazer a instalação da energia e mesmo assim ela não consegue fazer essas ligações conforme a necessidade da frota [...] É uma empresa irresponsável que não faz a ligação de energia nas garagens. Então a gente não tinha sequer como fazer o atendimento dos 20% por conta da falta de ônibus e de energia", justificou.
Enquanto a concessionária informou ao g1 que é responsável somente pela infraestrutura externa e que tem atendido toda demanda de infraestrutura elétrica planejada pelos operadores de ônibus.
"Desde 2024, a companhia entregou 44MW de energia a 20 garagens de ônibus, energia capaz de abastecer pelo menos 900 ônibus. Até o fim do ano, serão mais 44 MW, já contratados pelas empresas, que possibilitarão o abastecimento de um total de ao menos 1.980 ônibus elétricos", disse em nota.
A Enel ainda afirmou que tem capacidade para atender a meta da Prefeitura até 2028, caso seja demandada pelas empresas com a antecedência necessária para execução de suas obras.
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Troca de frota de ônibus
Em janeiro, Nunes sancionou a lei 18.225 de 2025 que mudou a legislação anterior, de 2018, acabando com uma meta intermediária sem apresentar planejamento e estudo de impacto ambiental.
De acordo com a lei anterior, a prefeitura deveria garantir que 50% dos ônibus em circulação na capital fossem elétricos até 2028; e que 100% da frota fosse de ônibus elétricos até 2038;
No entanto, a lei sancionada este ano alterou um artigo e suprimiu justamente a meta de 10 anos, deixando aberta a possibilidade de uma frota mais poluente nos próximos 13 anos.
Em fevereiro, a Justiça de São Paulo suspendeu, em decisão liminar (provisória), os efeitos da lei que flexibiliza a meta para trocar a frota de ônibus. A decisão foi resposta a uma ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Diretório Estadual do PSOL em São Paulo.
Após a decisão judicial, Nunes afirmou que não tem como garantir entrega de 50% da frota de ônibus elétrica até 2028.
"Da nossa parte, tudo aquilo que é necessário fazer para poder ter um avanço na questão da substituição dos ônibus a gente está fazendo. Obviamente, a gente não tem como garantir que vai ser possível fazer 50% até 2028 por conta das realidades da atualidade. Quais são? Falta de ônibus por parte da produção da indústria e também falta de infraestrutura por parte da Enel", justificou o prefeito.
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