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Prefeitura de SP inicia obras para criação de estacionamento debaixo do Minhocão; especialistas condenam projeto

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Prefeitura de SP inicia obras para criação de estacionamento debaixo do Minhocão; especialistas condenam projeto
Obras acontecem em trecho de 500 metros na rua Amaral Gurgel, que fica sob o Elevado Presidente João Goulart. Município disse que novo espaço funcionará de forma experimental, 'para avaliação de viabilidade' Urbanistas dizem que obra vai na contramão da mobilidade urbana. Obra sob o Minhocão, na rua Amaral Gurgel
Arquivo pessoal/Rafael Calabria
A Prefeitura de São Paulo começou uma obra na Rua Amaral Gurgel, na região central da cidade, para criar um bolsão de estacionamento debaixo do Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão.
Inicialmente, segundo a prefeitura, o novo espaço funcionará de forma experimental, "para avaliação de viabilidade". O projeto também prevê o mesmo serviço na Avenida São João.
O trecho vai do número 20 ao 482 da Amaral Gurgel e tem cerca de 500 metros de extensão (foto abaixo).
Um parecer da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) aponta que a implantação das vagas no local é possível mediante três alterações:
Adoção de vagas lineares, pois a ocupação da vaga a 45° (diagonal) não permitirá manter a ciclovia e irá gerar riscos à segurança quando da realização de manobras de saída;
A alteração da ciclovia para bidirecional nos trechos entre os pilares, preservando a circulação de ciclistas nas extremidades das quadras;
Implantação de gradis nos pontos de curvas para segurança de ciclistas e pedestres.
A prefeitura não respondeu se houve estudo prévio de viabilidade da obra, quando o projeto ficará pronto, qual será a capacidade de veículos e quais as regras de utilização do bolsão.
Trecho na Rua Amaral Gurgel, em São Paulo
Reprodução/Google Street View
"A ciclovia que já existe no local será mantida, sendo que alguns ajustes serão feitos para adequação à nova geometria. O projeto experimental conta com desenvolvimento da CET e implantação da Secretaria Municipal das Subprefeituras", afirmou em nota a prefeitura.
Especialistas criticam projeto
Pesquisadores e políticos de posicionaram contra a proposta da prefeitura.
Rafael Calabria, especialista em mobilidade urbana, vê com espanto o avanço do projeto e aponta que milhões de pessoas serão impactadas direta e indiretamente:
"A obra vai na contramão do que a cidade precisa para a mobilidade urbana. Viola as legislações municipais e federais sobre mobilidade urbana — priorizar o transporte coletivo e ativo e desestimular o transporte individual. Vai piorar o trânsito na região, porque vai ter parada de veículo na faixa da esquerda, vai ter um impacto muito ruim no trânsito da região, vai piorar a ciclovia".
"Se for expandida para a Avenida São João, vai destruir o corredor de ônibus, que é superimportante para toda a região da Zona Oeste, de Pirituba, de Brasilândia. Vai impactar milhões de pessoas para criar, no máximo, 20, 30 vagas. Completamente equivocada, sem propósito, sem planejamento, sem diálogo, não passou por nenhum dos conselhos. É assustador que esteja avançando um projeto assim", destacou.
O vereador Nabil Bonduki (PT) disse que acionou a Justiça para que obras sejam paralisadas.
"Eu e a vereadora Renata Falzoni (PSB) entramos com uma Ação Popular contra a Prefeitura para parar as obras do estacionamento sob o Minhocão. Na manhã desta segunda-feira, as máquinas começaram a quebrar as calçadas sem qualquer debate público, planejamento, avaliação técnica ou estudo sobre a drenagem do local – por que tanta pressa, coronel Mello de Araújo? [vice-prefeito da capital]", questionou.
Nabil, que é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, diz que o projeto contraria os princípios de mobilidade urbana da Lei Federal e do Plano Diretor porque incentiva o uso do carro.
"Para completar, o problema que o vice-prefeito quer maquiar – das pessoas em situação de rua no local – continuará, porque ainda sobrará espaço a ser ocupado. Reitero a necessidade de investir em políticas públicas de saúde mental e habitação para uma vida digna", completou o vereador.
Obra na rua Amaral Gurgel
Arquivo pessoal/Rafael Calabria

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