Divinópolis decreta Emergência em Saúde por alta de casos de síndrome respiratória aguda grave

UPA Padre Roberto opera com 138% da capacidade; decreto permite compras emergenciais e contratação de serviços. Prefeitura anunciou também que vai ampliar leitos para enfrentar a crise. Divinópolis decreta Situação de Emergência em Saúde Pública por aumento de casos de síndrome respiratória
Anna Lúcia Silva/G1
A Prefeitura de Divinópolis decretou, na segunda-feira (12), Situação de Emergência em Saúde Pública por 90 dias, devido ao aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na cidade e em toda a Macrorregião Oeste. O avanço das infecções respiratórias tem provocado a superlotação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto.
Em resposta ao cenário de superlotação na UPA, a Prefeitura de Divinópolis retomou parceria com o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD) para ampliar, de forma emergencial, a capacidade de internação pediátrica no município.
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Decreto de emergência
O decreto nº 16.690/25, assinado pelo prefeito Gleidson Azevedo, permite a adoção de ações emergenciais como a aquisição de insumos e a contratação imediata de serviços essenciais para conter o avanço da crise sanitária.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), o cenário atual é marcado pela alta circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e a Influenza A, com maior impacto especialmente em crianças. O reflexo é a superlotação da rede pública, com destaque para a UPA Padre Roberto.
A falta de atendimento pediátrico na rede privada tem sobrecarregado ainda mais a UPA, atualmente a única porta de urgência aberta no município.
Com o decreto, ficam autorizadas:
Aquisição emergencial de medicamentos, materiais e equipamentos;
Contratação temporária de profissionais e serviços;
Remanejamento de servidores públicos e prestadores de serviço para reforçar as equipes da saúde;
Requisição de bens e serviços de pessoas físicas ou jurídicas, com garantia de indenização, conforme a legislação vigente.
A prefeitura informou que o decreto já foi enviado ao Governo do Estado, Governo Federal, Tribunal de Contas de Minas Gerais, Câmara Municipal e Conselho Municipal de Saúde, para ciência e apoio às medidas.
Em nota, a Prefeitura pediu colaboração de profissionais, órgãos públicos e da população para garantir assistência à saúde.
Ampliação de leitos
Hoje, a UPA opera com 138% de ocupação geral
Prefeitura de Divinópolis/Divulgação
A UPA opera com 138% de ocupação geral, com a ala pediátrica atingindo 100% da capacidade. 53 pacientes aguardam transferência hospitalar, dos quais 5 são crianças.
O CSSJD vai oferecer 12 leitos por 90 dias: 10 de enfermaria e 2 de UTI. Os leitos serão destinados exclusivamente ao atendimento de crianças de Divinópolis encaminhadas pela rede pública. O investimento da Prefeitura será de R$ 1,5 milhão.
A expectativa é atender até 173 crianças, com base na média de permanência registrada em 2024 e nos parâmetros definidos para 2025.
O prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo, reforçou o compromisso da gestão municipal com a saúde pública:
"Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para ampliar o acesso a leitos hospitalares. Autorizei a Secretaria de Saúde a contratar novos leitos e também acionei o Governo de Minas, responsável pela regulação, para garantir mais agilidade. Nosso foco é assegurar que nenhuma criança fique sem atendimento", disse.
A Prefeitura ainda acionou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para apoio na regulação e transferência de pacientes por meio do SUS, além de notificar o Ministério Público sobre a situação.
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