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16h

Tarifaço de Trump: EUA preparam nova base legal para justificar tarifas de 50% ao Brasil, diz agência

Tarifaço de Trump: EUA preparam nova base legal para justificar tarifas de 50% ao Brasil, diz agência
Valdo: Lula desabafa sobre falta de canal direto com Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está preparando uma nova declaração de emergência para servir como base para as tarifas de 50% impostas sobre o Brasil, informou a Bloomberg News.
Segundo a agência, a medida ainda não é definitiva, mas seria necessária para justificar as altas taxas impostas sobre produtos brasileiros — principalmente porque a situação comercial do Brasil com os EUA foge do padrão visto nos demais países atingidos pelas tarifas recíprocas.
Isso porque enquanto as outras nações que foram alvos do tarifaço mantém superávits comerciais com os EUA — ou seja, vendem mais produtos para o país do que compram dos norte-americanos —, o Brasil registra déficit desde 2009.
Segundo a agência de notícias, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA admitiu durante reuniões com membros do Congresso norte-americano nesta semana que haveria um plano para anunciar uma declaração de emergência separada.
O Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inlês) e a Casa Branca não responderam ao pedido de posicionamento feito pela Bloomberg.
De acordo com a agência, as preparações são um sinal de como o governo norte-americano busca uma autoridade legal para impor as ameaças tarifárias cada vez mais abrangentes de Trump — principalmente no que diz respeito ao Brasil.
No início deste mês, o republicano anunciou uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 1º de agosto. A medida veio como uma forma de apoio a Jair Bolsonaro (PL): Trump chegou a afirmar que o julgamento do ex-presidente era uma "caça às bruxas".
Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe, passou a ser monitorado por uma tornozeleira eletrônica, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A medida foi determinada após a fase inicial do processo, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do ex-presidente e apontou novas evidências de tentativa de atrapalhar o andamento da ação.
O presidente Lula (PT), por sua vez, não deu indícios de ceder às exigências dos Estados Unidos, tendo mais de uma vez reforçado a independência do judiciário brasileiro e a soberania do país sobre seus assuntos internos.
Desde então, o governo indicou que mesmo após tentativas de conversas com os norte-americanos, as negociações do Brasil com Trump não tem tido sucesso. Nesta sexta-feira (25), uma comissão de senadores embarcou rumo aos EUA, em busca de abrir um canal de negociações por lá.
A ida da comissão, no entanto, é vista com apreensão por diplomatas brasileiros e, segundo o blog do Valdo Cruz, está sendo boicotada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo blogueiro Paulo Figueiredo.
Interlocutores do presidente Lula que estão em Nova York contaram ao blog que Trump não autorizou sua equipe abrir diálogo com o Brasil.
Além disso, Trump também pediu que o USTR iniciasse uma investigação contra o Brasil, com base na Seção 301, sobre supostos ataques contra empresas norte-americanas e mídia social.
Em documento oficial divulgado no início do mês, o representante do órgão chegou a afirmar que “tem documentado as práticas comerciais desleais do Brasil que restringem o acesso de exportadores americanos ao seu mercado há décadas”, mas não apresenta evidências para sustentar as alegações.
A postura mais rígida de Trump com o Brasil tem gerado preocupações. Na quinta-feira (24), senadores democratas chegaram a enviar uma carta a Trump, contestando as tarifas impostas ao Brasil e acusando o republicano de "claro abuso de poder".
Segundo os parlamentares, o republicano está usando "a economia norte-americana para interferir em favor de um amigo".
"Escrevemos para expressar sérias preocupações sobre o claro abuso de poder presente em sua recente ameaça de iniciar uma guerra comercial com o Brasil. (...) Interferir no sistema legal de uma nação soberana estabelece um precedente perigoso, provoca uma guerra comercial desnecessária e coloca cidadãos e empresas americanas em risco de retaliação", apontam.
Trump, no entanto, segue firme em sua decisão. Segundo o blog do Valdo Cruz, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, comentou com amigos que teve várias conversas nos EUA, onde está em missão na ONU, e ouviu que realmente Trump não está permitindo reabertura de negociações com o Brasil.
Segundo Vital do Rêgo comentou com interlocutores, há um clima de medo e apreensão nos EUA. Tudo estaria centralizado em Trump e ninguém tem coragem de desafiá-lo.
O presidente dos EUA, Donald Trump
Ken Cedeno/Reuters

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