Mortes de cavalos: substância tóxica encontrada em ração atinge fígado, rins e cérebro dos animais, diz veterinário

Monocrotalina é encontrada em leguminosa usada para fortalecer o solo, e que não é comestível por animais. 'Não deveria estar onde foi encontrada', diz o veterinário Nei Pereira. Mais um cavalo intoxicado por ração em Indaiatuba
A substância tóxica encontrada na ração investigada pelas mortes de pelo menos 30 equinos em Indaiatuba (SP), atinge fígado, rins e cérebro dos animais. Nesta quinta (26), mais um cavalo precisou ser sacrificado na cidade após a intoxicação.
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Por conta da identificação da substância, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) proibiu, na quarta, o consumo de todos os produtos da empresa Nutratta Nutrição Animal, destinados a qualquer animal, com data de fabricação a partir de 22 de novembro de 2024.
Segundo o veterinário, a monocrotalina encontrada na ração da Nutratta é uma substância presente em crotolárias, plantas usadas na cobertura de solos, tóxica para os animais.
"É uma leguminosa, utilizada no campo para fortalecer o solo, e ela não é comestível. Ela é bem tóxica para os animais. Ela só serve de adubo para o solo, e não deveria estar onde foi encontrada", diz Nei.
Onde a substância ataca?
A primeira parte do organismo dos cavalos que a substância ataca é o fígado, levando à falência do órgão.
Depois, segundo os veterinários, podem surgir problemas nos rins, úlceras gastrointestinais e danos ao sistema neurológico, levando os animais até à morte.
Os primeiros sintomas podem aparecer de três a quatro meses depois do consumo do alimento contaminado.
"Os animais que se alimentaram de uma certa quantidade rápida, eles tiveram um quadro mais agudo de intoxicação, e esses foram os quadros que observamos mais rápidos evoluídos até o neurológico. Os animais que se alimentaram pouco, ela [substância] veio intoxicando aos poucos, até trazer os animais ao óbito", explicou o veterinário.
O g1 procurou a Nutratta para comentar o caso, mas não recebeu retorno da empresa até esta publicação. À época das primeiras mortes, o advogado Diêgo Vilela, que representa a empresa, havia informado que a Nutratta trabalhava na identificação dos lotes e consumidores.
Consumo proibido
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) proibiu o consumo de todos os produtos da empresa Nutratta Nutrição Animal, destinados a qualquer animal.
O recolhimento dos produtos da empresa destinados a equídeos já havia sido determinado pelo Ministério no dia 17 de junho.
De acordo com a pasta, novas informações sobre lotes envolvidos apontaram falhas de registros e produção e no uso dos ingredientes dos produtos. São elas:
falha de registros de produção e sequenciamento de produção;
falta de separação entre torta de algodão, resíduo de soja e feno, nos silos de matérias primas, impedindo o controle da quantidade adicionada de cada ingrediente na ração;
utilização de resíduo de soja, matéria-prima não constante na lista de matérias-primas aprovadas;
falta de rastreabilidade integral da produção, impedindo a segregação de lotes.
Na decisão, o Ministério afirma que, por conta da constatação dessas "falhas sistêmicas, torna-se tecnicamente impossível assegurar a segregação segura dos produtos por espécie ou por lote".
Ainda segundo o Ministério da Agricultura, já foram registradas 122 mortes de equinos em diferentes municípios dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Alagoas, com relatos adicionais de 36 óbitos ainda não investigados.
Em 100% dos casos analisados até o momento, os tutores informaram que os animais consumiram rações fabricadas pelo mesmo estabelecimento.
Veterinários investigam adoecimento de 120 cavalos no interior de SP; nove animais morreram
Reprodução/EPTV
Mortes em Indaiatuba
A primeira morte de equino apurada em Indaiatuba ocorreu em 23 de abril, seguida por outra no dia 30. A partir de então, outros sete animais também morreram.
Um veterinário ouvido pela EPTV, afiliada da TV Globo, explicou que os equinos apresentaram desânimo e alterações hepáticas. A ração e o feno oferecido também foram substituídos.
No dia 19 de maio, uma equipe da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Indaiatuba fez uma vistoria no haras onde nove cavalos morreram.
Segundo a pasta, não havia irregularidades no local, e os técnicos apontaram que os animais apresentaram sinais compatívies com intoxicação alimentar.
O laudo preliminar de uma das éguas mortas apontou que ela sofreu uma infecção causada por bactéria.
Governo proíbe venda de ração que pode ter provocado a morte de 29 cavalos em Indaiatuba
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) proibiu, nesta quarta-feira (25), o consumo de todos os produtos apela empresa Nutratta Nutrição Animal, com data de fabricação a partir de 22 de novembro de 2024.
Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.
A substância tóxica encontrada na ração investigada pelas mortes de pelo menos 30 equinos em Indaiatuba (SP), atinge fígado, rins e cérebro dos animais. Nesta quinta (26), mais um cavalo precisou ser sacrificado na cidade após a intoxicação.
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Por conta da identificação da substância, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) proibiu, na quarta, o consumo de todos os produtos da empresa Nutratta Nutrição Animal, destinados a qualquer animal, com data de fabricação a partir de 22 de novembro de 2024.
Segundo o veterinário, a monocrotalina encontrada na ração da Nutratta é uma substância presente em crotolárias, plantas usadas na cobertura de solos, tóxica para os animais.
"É uma leguminosa, utilizada no campo para fortalecer o solo, e ela não é comestível. Ela é bem tóxica para os animais. Ela só serve de adubo para o solo, e não deveria estar onde foi encontrada", diz Nei.
Onde a substância ataca?
A primeira parte do organismo dos cavalos que a substância ataca é o fígado, levando à falência do órgão.
Depois, segundo os veterinários, podem surgir problemas nos rins, úlceras gastrointestinais e danos ao sistema neurológico, levando os animais até à morte.
Os primeiros sintomas podem aparecer de três a quatro meses depois do consumo do alimento contaminado.
"Os animais que se alimentaram de uma certa quantidade rápida, eles tiveram um quadro mais agudo de intoxicação, e esses foram os quadros que observamos mais rápidos evoluídos até o neurológico. Os animais que se alimentaram pouco, ela [substância] veio intoxicando aos poucos, até trazer os animais ao óbito", explicou o veterinário.
O g1 procurou a Nutratta para comentar o caso, mas não recebeu retorno da empresa até esta publicação. À época das primeiras mortes, o advogado Diêgo Vilela, que representa a empresa, havia informado que a Nutratta trabalhava na identificação dos lotes e consumidores.
Consumo proibido
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) proibiu o consumo de todos os produtos da empresa Nutratta Nutrição Animal, destinados a qualquer animal.
O recolhimento dos produtos da empresa destinados a equídeos já havia sido determinado pelo Ministério no dia 17 de junho.
De acordo com a pasta, novas informações sobre lotes envolvidos apontaram falhas de registros e produção e no uso dos ingredientes dos produtos. São elas:
falha de registros de produção e sequenciamento de produção;
falta de separação entre torta de algodão, resíduo de soja e feno, nos silos de matérias primas, impedindo o controle da quantidade adicionada de cada ingrediente na ração;
utilização de resíduo de soja, matéria-prima não constante na lista de matérias-primas aprovadas;
falta de rastreabilidade integral da produção, impedindo a segregação de lotes.
Na decisão, o Ministério afirma que, por conta da constatação dessas "falhas sistêmicas, torna-se tecnicamente impossível assegurar a segregação segura dos produtos por espécie ou por lote".
Ainda segundo o Ministério da Agricultura, já foram registradas 122 mortes de equinos em diferentes municípios dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Alagoas, com relatos adicionais de 36 óbitos ainda não investigados.
Em 100% dos casos analisados até o momento, os tutores informaram que os animais consumiram rações fabricadas pelo mesmo estabelecimento.
Veterinários investigam adoecimento de 120 cavalos no interior de SP; nove animais morreram
Reprodução/EPTV
Mortes em Indaiatuba
A primeira morte de equino apurada em Indaiatuba ocorreu em 23 de abril, seguida por outra no dia 30. A partir de então, outros sete animais também morreram.
Um veterinário ouvido pela EPTV, afiliada da TV Globo, explicou que os equinos apresentaram desânimo e alterações hepáticas. A ração e o feno oferecido também foram substituídos.
No dia 19 de maio, uma equipe da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Indaiatuba fez uma vistoria no haras onde nove cavalos morreram.
Segundo a pasta, não havia irregularidades no local, e os técnicos apontaram que os animais apresentaram sinais compatívies com intoxicação alimentar.
O laudo preliminar de uma das éguas mortas apontou que ela sofreu uma infecção causada por bactéria.
Governo proíbe venda de ração que pode ter provocado a morte de 29 cavalos em Indaiatuba
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) proibiu, nesta quarta-feira (25), o consumo de todos os produtos apela empresa Nutratta Nutrição Animal, com data de fabricação a partir de 22 de novembro de 2024.
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