Trump diz que imigrantes 'autodeportados' terão chance de voltar aos EUA; especialista aponta possíveis contras do processo

Presidente afirmou que os que forem 'boas pessoas' e que deixarem o país voluntariamente segundo política anunciada nesta segunda (5) poderão voltar. Pesquisador vê desvantagens em 'autodeportação'. O presidente Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (5) que os imigrantes que deixarem os Estados Unidos voluntariamente terão uma chance de voltar ao país se forem "boas pessoas" e amarem a nação norte-americana. A informação é da agência de notícias Associated Press (AP).
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"E se não forem [boas pessoas], não vão voltar", completou.
Trump não deixou claro como funcionaria esse retorno, nem se há um tempo mínimo para que a entrada dos imigrantes seja permitida novamente no país.
Também nesta segunda (5), o governo anunciou um programa que vai pagar US$ 1.000 (cerca de R$ 5.658) aos imigrantes em situação irregular que se "autodeportarem".
Quem optar pela "autodeportação" também receberá assistência para a viagem e será retirado da lista de detenção da agência de imigração do país — o governo norte-americano vem prendendo qualquer imigrante sem permissão de residência nos EUA, cumprindo uma promessa de campanha de Trump.
Trump oferece US$ 1 mil a imigrantes que deixarem os EUA voluntariamente
Especialista vê contras no processo
Aaron Reichlen-Melnick, pesquisador do Conselho Americano de Imigração - ONG que defende os direitos dos imigrantes -, vê desvantagens no processo de saída voluntária. Ouvido pela AP, ele afirmou que sair do país e não contestar o caso na Justiça pode ser prejudicial, especialmente se o imigrante já estiver em processo de deportação.
"O status migratório das pessoas não é tão simples quanto estão tentando fazer parecer”, disse.
Ele também questionou a origem dos recursos da DHS e a autorização legal para fazer esses pagamentos. Ele ainda sugeriu que isso demonstra que o governo não consegue prender e deportar tantas pessoas quanto prometeu, por isso precisa incentivar que elas saiam por vontade própria.
“Eles não estão conseguindo atingir seus números”, disse.
Mark Krikorian, diretor do Center for Immigration Studies — organização que defende políticas migratórias mais restritas —, disse não ver a oferta de pagamento como um sinal de que algo está falhando na política de imigração do governo Trump.
Diante dos milhões de imigrantes ilegais no país, ele comentou que é impossível deportar todos, e por isso, é necessário combinar esforços de fiscalização com o incentivo para que deixem o país voluntariamente.
Krikorian disse apoiar a ideia de pagar para que migrantes deixem o país, embora questione a viabilidade prática da proposta.
“Como garantir que eles realmente voltaram para casa? Fazem eles assinarem um acordo em que prometem não contestar a deportação caso retornem?”, questionou. “A execução importa, mas o conceito é válido.”
Imigrante ilegal preso por agentes do governo Trump em Chicago em 26 de janeiro de 2025.
Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA
Proposta da Casa Branca
Anunciado nesta segunda (5), o programa prevê o pagamento de US$ 1.000 aos imigrantes que se "autodeportarem". A quantia será paga por cidadão, e não por família. Mas quem for aprovado no programa só receberá o valor após ser confirmado que chegaram de volta a seu país de origem, disse Kristi Noem.
As passagens para os países de origem dos "autodeportados" serão custeadas pelo governo norte-americano, afirmou a secretária-assistente do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughin, em entrevista à TV norte-americana Fox News.
"Se você está aqui (nos EUA) ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão. O DHS (Departamento de Segurança Interna) agora oferece assistência financeira para viagens a imigrantes ilegais e um auxílio para retornar ao seu país de origem por meio do aplicativo CBP Home", disse a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.
O governo dos EUA estima também um prazo de até 21 dias para a viagem de volta de estrangeiros, a partir da data da aprovação no programa. Só são elegíveis estrangeiros que residam de forma irregular nos Estados Unidos.
A secretária de Segurança Interna chamou o programa de "oportunidade histórica para estrangeiros em situação irregular". Mas o programa também pode significar uma economia para o próprio governo norte-americano, já que o custo médio por cidadão estrangeiro deportado no país é de US$ 17.121 (cerca de R$ 96,9 mil), segundo o próprio Departamento de Segurança Interna.
O departamento afirmou prever uma economia de 70% nos custos de deportação com o programa que já entrou em vigor.
Segundo o governo dos EUA, um cidadão de Honduras foi o primeiro a utilizá-lo para retornar a seu país desde Chicago, e "bilhetes já foram reservados para esta e a próxima semana".
Quem quiser ter acesso ao programa deverá fazer uma solicitação de "intenção de partir" através do CBP Home, o aplicativo do governo dos Estados Unidos para imigrantes que solicitam asilo e visto de residência no país.
Embora novo nos EUA, o programa de "autodeportação" já existe em diversos países da Europa, onde é chamado de "programa de retorno voluntário".
No Reino Unido, por exemplo, os cidadãos aprovados recebem um auxílio de 3 mil libras (cerca de R$ 22,5 mil), mas não podem regressar ao país durante os próximos cinco anos.
Casa Branca posta vídeo supostamente 'relaxante' com imigrantes deportados
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"E se não forem [boas pessoas], não vão voltar", completou.
Trump não deixou claro como funcionaria esse retorno, nem se há um tempo mínimo para que a entrada dos imigrantes seja permitida novamente no país.
Também nesta segunda (5), o governo anunciou um programa que vai pagar US$ 1.000 (cerca de R$ 5.658) aos imigrantes em situação irregular que se "autodeportarem".
Quem optar pela "autodeportação" também receberá assistência para a viagem e será retirado da lista de detenção da agência de imigração do país — o governo norte-americano vem prendendo qualquer imigrante sem permissão de residência nos EUA, cumprindo uma promessa de campanha de Trump.
Trump oferece US$ 1 mil a imigrantes que deixarem os EUA voluntariamente
Especialista vê contras no processo
Aaron Reichlen-Melnick, pesquisador do Conselho Americano de Imigração - ONG que defende os direitos dos imigrantes -, vê desvantagens no processo de saída voluntária. Ouvido pela AP, ele afirmou que sair do país e não contestar o caso na Justiça pode ser prejudicial, especialmente se o imigrante já estiver em processo de deportação.
"O status migratório das pessoas não é tão simples quanto estão tentando fazer parecer”, disse.
Ele também questionou a origem dos recursos da DHS e a autorização legal para fazer esses pagamentos. Ele ainda sugeriu que isso demonstra que o governo não consegue prender e deportar tantas pessoas quanto prometeu, por isso precisa incentivar que elas saiam por vontade própria.
“Eles não estão conseguindo atingir seus números”, disse.
Mark Krikorian, diretor do Center for Immigration Studies — organização que defende políticas migratórias mais restritas —, disse não ver a oferta de pagamento como um sinal de que algo está falhando na política de imigração do governo Trump.
Diante dos milhões de imigrantes ilegais no país, ele comentou que é impossível deportar todos, e por isso, é necessário combinar esforços de fiscalização com o incentivo para que deixem o país voluntariamente.
Krikorian disse apoiar a ideia de pagar para que migrantes deixem o país, embora questione a viabilidade prática da proposta.
“Como garantir que eles realmente voltaram para casa? Fazem eles assinarem um acordo em que prometem não contestar a deportação caso retornem?”, questionou. “A execução importa, mas o conceito é válido.”
Imigrante ilegal preso por agentes do governo Trump em Chicago em 26 de janeiro de 2025.
Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA
Proposta da Casa Branca
Anunciado nesta segunda (5), o programa prevê o pagamento de US$ 1.000 aos imigrantes que se "autodeportarem". A quantia será paga por cidadão, e não por família. Mas quem for aprovado no programa só receberá o valor após ser confirmado que chegaram de volta a seu país de origem, disse Kristi Noem.
As passagens para os países de origem dos "autodeportados" serão custeadas pelo governo norte-americano, afirmou a secretária-assistente do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughin, em entrevista à TV norte-americana Fox News.
"Se você está aqui (nos EUA) ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão. O DHS (Departamento de Segurança Interna) agora oferece assistência financeira para viagens a imigrantes ilegais e um auxílio para retornar ao seu país de origem por meio do aplicativo CBP Home", disse a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.
O governo dos EUA estima também um prazo de até 21 dias para a viagem de volta de estrangeiros, a partir da data da aprovação no programa. Só são elegíveis estrangeiros que residam de forma irregular nos Estados Unidos.
A secretária de Segurança Interna chamou o programa de "oportunidade histórica para estrangeiros em situação irregular". Mas o programa também pode significar uma economia para o próprio governo norte-americano, já que o custo médio por cidadão estrangeiro deportado no país é de US$ 17.121 (cerca de R$ 96,9 mil), segundo o próprio Departamento de Segurança Interna.
O departamento afirmou prever uma economia de 70% nos custos de deportação com o programa que já entrou em vigor.
Segundo o governo dos EUA, um cidadão de Honduras foi o primeiro a utilizá-lo para retornar a seu país desde Chicago, e "bilhetes já foram reservados para esta e a próxima semana".
Quem quiser ter acesso ao programa deverá fazer uma solicitação de "intenção de partir" através do CBP Home, o aplicativo do governo dos Estados Unidos para imigrantes que solicitam asilo e visto de residência no país.
Embora novo nos EUA, o programa de "autodeportação" já existe em diversos países da Europa, onde é chamado de "programa de retorno voluntário".
No Reino Unido, por exemplo, os cidadãos aprovados recebem um auxílio de 3 mil libras (cerca de R$ 22,5 mil), mas não podem regressar ao país durante os próximos cinco anos.
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