Alongamento ósseo: conheça cirurgia que coloca haste eletrônica no osso e faz a perna crescer até 8 centímetros

Método criado na Europa foi aprovado pela Anvisa em 2024 e é utilizado por dois pacientes brasileiros. Objetivo é oferecer qualidade de vida e estética a pessoas com nanismo ou má-formação nas pernas. Alongamento ósseo: cirurgia instala haste dentro do osso e faz perna crescer até 8 cm
A pedagoga Riane Freitas nasceu com três tumores ósseos na perna esquerda e, aos 3 anos, passou por uma cirurgia que deixou o membro mais curto que o direito. Ao longo da vida, foram outras 16 operações para tentar corrigir a diferença, inclusive com uso de uma “gaiola” que envolvia a perna. Nada gerou o resultado esperado.
A nova esperança da moradora de Belém (PA) está em um método que ela encontrou em Campinas (SP). Em abril deste ano, ela passou pela cirurgia que dá início ao tratamento com um sistema de alongamento intramedular eletrônico.
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Ela é a segunda paciente no Brasil a passar pelo procedimento, considerado um dos mais modernos do mundo. A técnica consiste na instalação de uma haste dentro da tíbia ou do fêmur, que é esticada diariamente, permitindo que o osso cresça até 8 centímetros ao longo de um ano.
O método pode oferecer mais conforto e eficiência em cirurgias para alongar as pernas, tanto para correções de deformidades, quanto para fins estéticos de crescimento, segundo o ortopedista e traumatologista Everson de Oliveira Giriboni, responsável pelo procedimento em Riane.
A desvantagem, porém, está no valor, que pode ultrapassar R$ 150 mil para cada membro. A pedagoga conseguiu realizar o implante pelo plano de saúde. A técnica foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro de 2024.
Entenda os principais diferenciais do tratamento (veja os detalhes na íntegra ao longo da reportagem):
Diferentemente do método mais comum, que instala uma "gaiola" ao redor da perna, o alongamento intramedular não fica exposto, mas, sim, dentro do osso.
Na técnica da "gaiola", uma estrutura metálica é fixada no osso para segurar argolas externas. Além de deixar cicatrizes, essa técnica pode causar dores na pele e no músculo por causa dos furos, que também aumentam o risco de infecção.
No alongamento intramedular eletrônico não há furos segurando a estrutura.
A nova metodologia permite o controle da haste de forma eletrônica, limitando o quanto ela poderá crescer diariamente, o que garante um resultado mais acurado.
“É o sistema de alongamento ósseo mais moderno que existe. Você tem as opções de usar o fixador externo, que são aquelas famosas gaiolas. Depois foi criado o sistema intramedular mecânico, que é uma parecido com esse, mas que o paciente tinha que ficar fazendo movimentos, girando o pé, para o osso crescer”, afirma o médico.
“Essa haste é diferente. Tem um motorzinho dentro dela que, inclusive, é possível escutar. Ela funciona como um pino que você coloca dentro do osso. É a técnica de alongamento ósseo em que o paciente menos sofre. Você pode alongar até 2 milímetros por dia”.
? O g1 conversou com especialistas e também ouviu a história de Riane para entender os benefícios da tecnologia. Nesta reportagem você vai entender (clique para navegar pelo conteúdo):
O que é o alongamento ósseo eletrônico e para quem é indicado
Como a técnica faz o osso crescer
Como é a vida após o tratamento
Se alongamento intramedular é melhor que o método de "gaiola"
Se a técnica pode ser feita em qualquer pessoa
A experiência (e esperança) de quem passou pelo procedimento
O que é o alongamento ósseo eletrônico e para quem é indicado?
A cirurgia consiste no implante de uma haste intramedular, que é colocada dentro do osso da perna, no fêmur ou na tíbia, por meio de uma incisão de 2 a 3 centímetros.
A haste é parecida com uma antena e é alongada durante o tratamento. Ela é controlada por um controle eletrônico externo, manuseado pelo próprio paciente.
A superfície da haste que fica em contato com os tecidos do corpo é de aço inoxidável e silicone.
As principais indicações do tratamento são em casos de:
diferença de comprimento entre as pernas;
deformidades ósseas;
condições congênitas (como displasias esqueléticas);
sequelas de fraturas ou infecções ósseas.
Giriboni diz, porém, que vem sendo adotada em procedimentos de alongamento estético, especialmente nas situações em que o paciente tem estatura muito abaixo da média, como nanismo.
Como a técnica faz o osso crescer?
Os médicos fazem um corte que separa o osso em duas partes e instalam a haste. Durante o período de alongamento, que dura algumas semanas, essas partes vão se distanciando por meio da ativação do equipamento. Músculos, artérias e outros tecidos acompanham o processo e se esticam junto.
A ativação da haste é feita pelo próprio paciente. Para isso, é preciso ligar o controle na tomada, encostá-lo na perna e acioná-lo algumas vezes por dia. Isso fará a haste esticar milimetricamente. Esse processo é repetido diariamente até que se alcance o tamanho desejado.
Depois, inicia-se o período de consolidação, que é quando o osso começa a crescer no espaço que ficou entre as duas partes. O processo deve ser acompanhado semanalmente por meio de radiografias. Veja passo a passo:
Cirurgia inicial: o osso é cortado cirurgicamente (osteotomia) e a haste é inserida.
Período de latência: alguns dias de espera para o início do alongamento.
Alongamento gradual: a haste é ativada para separar lentamente as extremidades do osso, promovendo a formação de novo tecido ósseo no espaço criado.
Consolidação: o novo osso se fortalece e se solidifica.
Alongamento ósseo: conheça a cirurgia que coloca haste eletrônica dentro do osso e faz a perna crescer até 8 centímetros
Reprodução
Como é a vida após o tratamento?
É possível retomar as atividades físicas gradualmente, sob orientação médica. A expectativa é que a recuperação seja mais rápida em comparação com outros métodos.
Além disso, a haste não ficará no corpo para sempre. Ela deve ser removida entre 12 e 18 meses após o implante, quando o novo osso já é capaz de sustentar o peso do corpo de forma natural.
Até que o osso se fortaleça e a haste seja retirada, a recomendação é que o paciente use muletas ou andador para não forçar a estrutura.
O alongamento intramedular é melhor que o método de "gaiola"?
O ortopedista José Luís Zabeu, especialista em cirurgias de quadril e joelho, diz que a principal inovação das hastes eletrônicas está na eliminação do uso da gaiola e na precisão do controle do alongamento.
“Você regula esse sensor para que o motorzinho da haste faça o alongamento controlado. 0,8, 0,9, 1 milímetro por dia, até que você chegue no tamanho que você quer”, explica.
Além de mais preciso, o método é menos agressivo ao corpo. “É muito individual, mas existe menos dor porque não tem os pinos atravessando a pele. Então é uma coisa menos agressiva para a pessoa”, afirma.
Ele também destaca a vantagem funcional. “A facilidade dos movimentos das articulações [dificultada no método tradicional], eu acho que isso é o que faz a grande diferença.”
A tecnologia ainda traz melhorias em comparação aos implantes intramedulares mecânicos, em que o paciente precisava fazer movimentos com os pés para ativar o crescimento. “No modelo anterior, ela tem um sistema de catraca. Então você tinha que movimentar a perna pra ir tentando alongar da maneira certa. Só que isso era muito impreciso, às vezes alongava mais do que você queria”.
Técnica pode não ser indicada em todos os casos
Apesar dos avanços, Zabeu alerta que o procedimento pode não ser indicado para qualquer paciente. “As hastes não podem atravessar essas placas de crescimento, então não é um tratamento adequado para osso que a gente chama de imaturo. A pessoa tem que já estar com o crescimento ósseo encerrado para fazer”, explica.
Ele também ressalta que o método é mais indicado para alongamentos moderados, de até 5 ou 6 centímetros, e que o custo elevado ainda é uma barreira no Brasil. “É algo de muito pouco acessível. Não tem previsão disso entrar para o SUS, e mesmo dentro dos planos de saúde é muito difícil conseguir a autorização.”
“Em relação à idade, não se tem uma idade superior, alongamento de pessoas de 80 anos é um pouco mais difícil de fazer, mas em tese é possível. Tem que ter um osso minimamente resistente para suportar todo esse processo. Então não é tanto a questão idade, exceto que a indicação principal é para pessoas que a gente chama esqueleticamente maduras, ou seja, que já pararam de crescer”.
Esperança após 46 anos e 17 cirurgias
Riane e Everson após cirurgia para instalação da haste de alongamento
Arquivo Pessoal
Para Riane, o tratamento é sinônimo de esperança. Ela chegou a fazer um alongamento do método tradicional, com a “gaiola”, mas não alcançou o resultado esperado.
“Quando foi em 2006, fui tentar fazer o alongamento do fêmur lá em Belém, mas não deu certo, porque o aparelho [gaiola] deu um problema. É muito doloroso, é muito sofrimento. Ele deixa uma cicatriz, vai cortando a pele, vai esticando. Então é um processo muito difícil”, relembra.
Foi assistindo a uma reportagem do Jornal Hoje, na Rede Globo, que ela conheceu Everson Giriboni e os métodos de alongamento com equipamentos intramedulares vindos da Europa. No entanto, como ainda não havia autorização da Anvisa, o plano de saúde não custeou a cirurgia. O sonho só se tornou real neste ano, depois do registro da agência.
Pedagoga usou alongamento tradicional com "gaiola" e diz que tratamento foi difícil
Arquivo Pessoal
“Eu sinto choquinhos bem leves. É um pouco estranho, porque a gente sabe que tem alguma coisa acontecendo dentro, mas nada que seja como uma dor. Eu estou fazendo para alongar 2 milímetros por dia. Deve chegar em, mais ou menos, 23 dias se continuar assim. Se eu sentir dor, qualquer desconforto, tem que voltar a 1 milímetro por dia”.
A cirurgia feita em Campinas foi a segunda do país. A primeira foi em um paciente de Curitiba (PR).
A expectativa dela é alongar a perna em 4,5 centímetros, o que deve igualar as duas. A pedagoga, que sofreu bullying na adolescência e que lembra nunca ter usado salto alto, diz que a cirurgia marca um recomeço.
“Estou muito feliz e esperançosa por ter essa oportunidade de fazer o alongamento praticamente sem dor. É a conclusão de todo um processo de vida, lutando para que essa minha perna ficasse do mesmo tamanho da outra”.
Além do alongamento, Riane conta que sua perna precisou de correção cirúrgica para ficar mais simétrica
Arquivo Pessoal
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
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A pedagoga Riane Freitas nasceu com três tumores ósseos na perna esquerda e, aos 3 anos, passou por uma cirurgia que deixou o membro mais curto que o direito. Ao longo da vida, foram outras 16 operações para tentar corrigir a diferença, inclusive com uso de uma “gaiola” que envolvia a perna. Nada gerou o resultado esperado.
A nova esperança da moradora de Belém (PA) está em um método que ela encontrou em Campinas (SP). Em abril deste ano, ela passou pela cirurgia que dá início ao tratamento com um sistema de alongamento intramedular eletrônico.
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Ela é a segunda paciente no Brasil a passar pelo procedimento, considerado um dos mais modernos do mundo. A técnica consiste na instalação de uma haste dentro da tíbia ou do fêmur, que é esticada diariamente, permitindo que o osso cresça até 8 centímetros ao longo de um ano.
O método pode oferecer mais conforto e eficiência em cirurgias para alongar as pernas, tanto para correções de deformidades, quanto para fins estéticos de crescimento, segundo o ortopedista e traumatologista Everson de Oliveira Giriboni, responsável pelo procedimento em Riane.
A desvantagem, porém, está no valor, que pode ultrapassar R$ 150 mil para cada membro. A pedagoga conseguiu realizar o implante pelo plano de saúde. A técnica foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro de 2024.
Entenda os principais diferenciais do tratamento (veja os detalhes na íntegra ao longo da reportagem):
Diferentemente do método mais comum, que instala uma "gaiola" ao redor da perna, o alongamento intramedular não fica exposto, mas, sim, dentro do osso.
Na técnica da "gaiola", uma estrutura metálica é fixada no osso para segurar argolas externas. Além de deixar cicatrizes, essa técnica pode causar dores na pele e no músculo por causa dos furos, que também aumentam o risco de infecção.
No alongamento intramedular eletrônico não há furos segurando a estrutura.
A nova metodologia permite o controle da haste de forma eletrônica, limitando o quanto ela poderá crescer diariamente, o que garante um resultado mais acurado.
“É o sistema de alongamento ósseo mais moderno que existe. Você tem as opções de usar o fixador externo, que são aquelas famosas gaiolas. Depois foi criado o sistema intramedular mecânico, que é uma parecido com esse, mas que o paciente tinha que ficar fazendo movimentos, girando o pé, para o osso crescer”, afirma o médico.
“Essa haste é diferente. Tem um motorzinho dentro dela que, inclusive, é possível escutar. Ela funciona como um pino que você coloca dentro do osso. É a técnica de alongamento ósseo em que o paciente menos sofre. Você pode alongar até 2 milímetros por dia”.
? O g1 conversou com especialistas e também ouviu a história de Riane para entender os benefícios da tecnologia. Nesta reportagem você vai entender (clique para navegar pelo conteúdo):
O que é o alongamento ósseo eletrônico e para quem é indicado
Como a técnica faz o osso crescer
Como é a vida após o tratamento
Se alongamento intramedular é melhor que o método de "gaiola"
Se a técnica pode ser feita em qualquer pessoa
A experiência (e esperança) de quem passou pelo procedimento
O que é o alongamento ósseo eletrônico e para quem é indicado?
A cirurgia consiste no implante de uma haste intramedular, que é colocada dentro do osso da perna, no fêmur ou na tíbia, por meio de uma incisão de 2 a 3 centímetros.
A haste é parecida com uma antena e é alongada durante o tratamento. Ela é controlada por um controle eletrônico externo, manuseado pelo próprio paciente.
A superfície da haste que fica em contato com os tecidos do corpo é de aço inoxidável e silicone.
As principais indicações do tratamento são em casos de:
diferença de comprimento entre as pernas;
deformidades ósseas;
condições congênitas (como displasias esqueléticas);
sequelas de fraturas ou infecções ósseas.
Giriboni diz, porém, que vem sendo adotada em procedimentos de alongamento estético, especialmente nas situações em que o paciente tem estatura muito abaixo da média, como nanismo.
Como a técnica faz o osso crescer?
Os médicos fazem um corte que separa o osso em duas partes e instalam a haste. Durante o período de alongamento, que dura algumas semanas, essas partes vão se distanciando por meio da ativação do equipamento. Músculos, artérias e outros tecidos acompanham o processo e se esticam junto.
A ativação da haste é feita pelo próprio paciente. Para isso, é preciso ligar o controle na tomada, encostá-lo na perna e acioná-lo algumas vezes por dia. Isso fará a haste esticar milimetricamente. Esse processo é repetido diariamente até que se alcance o tamanho desejado.
Depois, inicia-se o período de consolidação, que é quando o osso começa a crescer no espaço que ficou entre as duas partes. O processo deve ser acompanhado semanalmente por meio de radiografias. Veja passo a passo:
Cirurgia inicial: o osso é cortado cirurgicamente (osteotomia) e a haste é inserida.
Período de latência: alguns dias de espera para o início do alongamento.
Alongamento gradual: a haste é ativada para separar lentamente as extremidades do osso, promovendo a formação de novo tecido ósseo no espaço criado.
Consolidação: o novo osso se fortalece e se solidifica.
Alongamento ósseo: conheça a cirurgia que coloca haste eletrônica dentro do osso e faz a perna crescer até 8 centímetros
Reprodução
Como é a vida após o tratamento?
É possível retomar as atividades físicas gradualmente, sob orientação médica. A expectativa é que a recuperação seja mais rápida em comparação com outros métodos.
Além disso, a haste não ficará no corpo para sempre. Ela deve ser removida entre 12 e 18 meses após o implante, quando o novo osso já é capaz de sustentar o peso do corpo de forma natural.
Até que o osso se fortaleça e a haste seja retirada, a recomendação é que o paciente use muletas ou andador para não forçar a estrutura.
O alongamento intramedular é melhor que o método de "gaiola"?
O ortopedista José Luís Zabeu, especialista em cirurgias de quadril e joelho, diz que a principal inovação das hastes eletrônicas está na eliminação do uso da gaiola e na precisão do controle do alongamento.
“Você regula esse sensor para que o motorzinho da haste faça o alongamento controlado. 0,8, 0,9, 1 milímetro por dia, até que você chegue no tamanho que você quer”, explica.
Além de mais preciso, o método é menos agressivo ao corpo. “É muito individual, mas existe menos dor porque não tem os pinos atravessando a pele. Então é uma coisa menos agressiva para a pessoa”, afirma.
Ele também destaca a vantagem funcional. “A facilidade dos movimentos das articulações [dificultada no método tradicional], eu acho que isso é o que faz a grande diferença.”
A tecnologia ainda traz melhorias em comparação aos implantes intramedulares mecânicos, em que o paciente precisava fazer movimentos com os pés para ativar o crescimento. “No modelo anterior, ela tem um sistema de catraca. Então você tinha que movimentar a perna pra ir tentando alongar da maneira certa. Só que isso era muito impreciso, às vezes alongava mais do que você queria”.
Técnica pode não ser indicada em todos os casos
Apesar dos avanços, Zabeu alerta que o procedimento pode não ser indicado para qualquer paciente. “As hastes não podem atravessar essas placas de crescimento, então não é um tratamento adequado para osso que a gente chama de imaturo. A pessoa tem que já estar com o crescimento ósseo encerrado para fazer”, explica.
Ele também ressalta que o método é mais indicado para alongamentos moderados, de até 5 ou 6 centímetros, e que o custo elevado ainda é uma barreira no Brasil. “É algo de muito pouco acessível. Não tem previsão disso entrar para o SUS, e mesmo dentro dos planos de saúde é muito difícil conseguir a autorização.”
“Em relação à idade, não se tem uma idade superior, alongamento de pessoas de 80 anos é um pouco mais difícil de fazer, mas em tese é possível. Tem que ter um osso minimamente resistente para suportar todo esse processo. Então não é tanto a questão idade, exceto que a indicação principal é para pessoas que a gente chama esqueleticamente maduras, ou seja, que já pararam de crescer”.
Esperança após 46 anos e 17 cirurgias
Riane e Everson após cirurgia para instalação da haste de alongamento
Arquivo Pessoal
Para Riane, o tratamento é sinônimo de esperança. Ela chegou a fazer um alongamento do método tradicional, com a “gaiola”, mas não alcançou o resultado esperado.
“Quando foi em 2006, fui tentar fazer o alongamento do fêmur lá em Belém, mas não deu certo, porque o aparelho [gaiola] deu um problema. É muito doloroso, é muito sofrimento. Ele deixa uma cicatriz, vai cortando a pele, vai esticando. Então é um processo muito difícil”, relembra.
Foi assistindo a uma reportagem do Jornal Hoje, na Rede Globo, que ela conheceu Everson Giriboni e os métodos de alongamento com equipamentos intramedulares vindos da Europa. No entanto, como ainda não havia autorização da Anvisa, o plano de saúde não custeou a cirurgia. O sonho só se tornou real neste ano, depois do registro da agência.
Pedagoga usou alongamento tradicional com "gaiola" e diz que tratamento foi difícil
Arquivo Pessoal
“Eu sinto choquinhos bem leves. É um pouco estranho, porque a gente sabe que tem alguma coisa acontecendo dentro, mas nada que seja como uma dor. Eu estou fazendo para alongar 2 milímetros por dia. Deve chegar em, mais ou menos, 23 dias se continuar assim. Se eu sentir dor, qualquer desconforto, tem que voltar a 1 milímetro por dia”.
A cirurgia feita em Campinas foi a segunda do país. A primeira foi em um paciente de Curitiba (PR).
A expectativa dela é alongar a perna em 4,5 centímetros, o que deve igualar as duas. A pedagoga, que sofreu bullying na adolescência e que lembra nunca ter usado salto alto, diz que a cirurgia marca um recomeço.
“Estou muito feliz e esperançosa por ter essa oportunidade de fazer o alongamento praticamente sem dor. É a conclusão de todo um processo de vida, lutando para que essa minha perna ficasse do mesmo tamanho da outra”.
Além do alongamento, Riane conta que sua perna precisou de correção cirúrgica para ficar mais simétrica
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