Marido preso pagou conta e tentou fazer transferência com dinheiro de professora morta envenenada, diz gerente de banco

O médico Luiz Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça, são suspeitos de participação na morte de Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto (SP). Defesa nega que movimentações bancárias tenham sido feitas em benefício próprio. Gerente de banco diz que Luiz Garnica tentou mexer no dinheiro da esposa
O médico Luiz Antonio Garnica, preso por suspeita de participação na morte por envenenamento da esposa, a professora de pilates Larissa Rodrigues, em março deste ano em Ribeirão Preto (SP), tentou fazer uma série de movimentações na conta bancária da vítima momentos após o crime.
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O advogado da família de Larissa já havia adiantado essa informação em maio, mas, na última semana, foi a vez de o gerente de um banco em Pontal (SP) detalhar, em depoimento à Polícia Civil, as tentativas de Luiz.
O médico foi preso com a mãe, Elizabete Arrabaça, no dia 6 de maio. Na última quarta-feira (4), a Justiça prorrogou a prisão temporária dos dois, que se encerraria na quinta (5), por mais 30 dias.
Veja abaixo trechos obtidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, do depoimento do gerente de banco à polícia:
Luiz perguntou se poderia ter acesso ao dinheiro da esposa e que foi orientado a fazer um inventário;
Luiz perguntou se tinha como ter acesso ao aplicativo da esposa para retiradas do dinheiro que ela tinha na poupança;
Luiz falou que usou o cartão de débito da esposa para pagar uma conta de R$ 2,5 mil na farmácia;
Luiz tentou fazer uma transferência do que tinha na poupança, mas o aplicativo do banco travou por causa do valor;
Luiz ligou para o gerente pedindo ajuda para entrar na conta e fazer a transação e foi orientado que só poderia fazer isso com a leitura facial da Larissa;
Luiz ligou várias vezes tentando o desbloqueio e queria alternativas para ter acesso ao dinheiro;
Conta de Larissa não era de Pontal e que foi estranho Luiz não ter procurado a agência de Ribeirão Preto.
Procurada, a defesa do médico disse que ele pagou contas de Larissa e que não mexeu na herança deixada pela mãe dela, que também morreu recentemente. Ressaltou, ainda, que Luiz tem patrimônio próprio e que não depende do dinheiro da professora.
Luiz Antonio Garnica foi preso por suspeita no envolvimento da morte da esposa, Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Envenenamento foi acidental, diz suspeita em carta
Na semana passada, Elizabete divulgou uma carta em que diz que o envenenamento foi acidental e que ocorreu depois que a professora tomou um remédio para dor no estômago que estava envenenado com chumbinho. A carta escrita em 31 de maio foi juntada pela defesa ao inquérito.
Nela, a suspeita afirma que nem ela nem Larissa sabiam que o remédio estava com o veneno e que as duas tomaram por estarem com dor no estômago, na noite anterior à morte. A mulher diz que ela e o filho são inocentes.
"Meu estômago estava doendo. Peguei o vidro do Omeprazol [medicamento para o estômago] e tome duas cápsulas. Daí, ela [Larissa] disse que a marmita não tinha caído bem no estômago dela, e eu falei: 'posso ir ao banheiro?'. Nisso, a Pandora [cachorra] pulou da cadeira, e a Larissa disse: 'posso tomar esse Omeprazol para ver se eu melhoro, sogra?'. Eu disse: 'claro que pode'", cita trecho.
Porém, o Ministério Público descarta a hipótese de acidente. Segundo o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, Elizabete pesquisou efeitos do chumbinho antes da morte de Larissa e escreveu a carta com a finalidade de inocentar o filho.
"Ela também afirma que tomou essas cápsulas de Omeprazol, que, na verdade, continham chumbinho. Só que a Larissa morreu e ela, não. Nós não acreditamos nessa versão. [...] O que, na verdade, ela quer, ao mesmo tempo, é excluir a responsabilidade do filho e também dizer que tudo não passou de um acidente. Não tem o menor fundamento essa questão, não convence", pontua.
Veneno adquirido pela filha
Segundo Elizabete, o veneno de rato foi conseguido pela filha, Nathália Garnica, para dar a vizinhos que possuem chácaras.
Nathália morreu um mês antes de Larissa, e a Polícia Civil exumou o corpo dela no dia 23 de maio para apurar se também houve envenenamento por chumbinho, como aconteceu com a professora.
"A conclusão que cheguei nesses dias, orando muito a Deus e suplicando uma luz divina, é de que Nathália havia colocado o veneno nas cápsulas de Omeprazol. Não existe outra explicação. Infelizmente, perdi duas filhas", pontua Elizabete na carta.
Ainda durante o relato, a suspeita chegou a dizer que "agora já sei que vou morrer também", isso pelo fato de também ter tomado os medicamentos de Nathália e por estar se sentindo mal.
"Agora eu já sei que vou morrer também, porque, dos remédios dela [Nathália], levei todos para eu usar. [...] Eu também estou definhando, muita fraqueza. Tentei escrever, porque ainda estou na cadeia e piorando a cada hora."
Por fim, Elizabete afirma que ama os filhos, os netos e Larissa, a quem define como uma filha.
"Deixo um abraço para nossas amadas famílias, muito amor por todos vocês. Amo os meus filhos. Um beijo da vovó Bete para meus netos, que amo infinitamente e eternamente. Larissa, eu sempre lhe amei e amo como minha filha. Muitas lágrimas de amor", conclui.
Sogra é suspeita de matar professora envenenada em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
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O médico Luiz Antonio Garnica, preso por suspeita de participação na morte por envenenamento da esposa, a professora de pilates Larissa Rodrigues, em março deste ano em Ribeirão Preto (SP), tentou fazer uma série de movimentações na conta bancária da vítima momentos após o crime.
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O advogado da família de Larissa já havia adiantado essa informação em maio, mas, na última semana, foi a vez de o gerente de um banco em Pontal (SP) detalhar, em depoimento à Polícia Civil, as tentativas de Luiz.
O médico foi preso com a mãe, Elizabete Arrabaça, no dia 6 de maio. Na última quarta-feira (4), a Justiça prorrogou a prisão temporária dos dois, que se encerraria na quinta (5), por mais 30 dias.
Veja abaixo trechos obtidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, do depoimento do gerente de banco à polícia:
Luiz perguntou se poderia ter acesso ao dinheiro da esposa e que foi orientado a fazer um inventário;
Luiz perguntou se tinha como ter acesso ao aplicativo da esposa para retiradas do dinheiro que ela tinha na poupança;
Luiz falou que usou o cartão de débito da esposa para pagar uma conta de R$ 2,5 mil na farmácia;
Luiz tentou fazer uma transferência do que tinha na poupança, mas o aplicativo do banco travou por causa do valor;
Luiz ligou para o gerente pedindo ajuda para entrar na conta e fazer a transação e foi orientado que só poderia fazer isso com a leitura facial da Larissa;
Luiz ligou várias vezes tentando o desbloqueio e queria alternativas para ter acesso ao dinheiro;
Conta de Larissa não era de Pontal e que foi estranho Luiz não ter procurado a agência de Ribeirão Preto.
Procurada, a defesa do médico disse que ele pagou contas de Larissa e que não mexeu na herança deixada pela mãe dela, que também morreu recentemente. Ressaltou, ainda, que Luiz tem patrimônio próprio e que não depende do dinheiro da professora.
Luiz Antonio Garnica foi preso por suspeita no envolvimento da morte da esposa, Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Envenenamento foi acidental, diz suspeita em carta
Na semana passada, Elizabete divulgou uma carta em que diz que o envenenamento foi acidental e que ocorreu depois que a professora tomou um remédio para dor no estômago que estava envenenado com chumbinho. A carta escrita em 31 de maio foi juntada pela defesa ao inquérito.
Nela, a suspeita afirma que nem ela nem Larissa sabiam que o remédio estava com o veneno e que as duas tomaram por estarem com dor no estômago, na noite anterior à morte. A mulher diz que ela e o filho são inocentes.
"Meu estômago estava doendo. Peguei o vidro do Omeprazol [medicamento para o estômago] e tome duas cápsulas. Daí, ela [Larissa] disse que a marmita não tinha caído bem no estômago dela, e eu falei: 'posso ir ao banheiro?'. Nisso, a Pandora [cachorra] pulou da cadeira, e a Larissa disse: 'posso tomar esse Omeprazol para ver se eu melhoro, sogra?'. Eu disse: 'claro que pode'", cita trecho.
Porém, o Ministério Público descarta a hipótese de acidente. Segundo o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, Elizabete pesquisou efeitos do chumbinho antes da morte de Larissa e escreveu a carta com a finalidade de inocentar o filho.
"Ela também afirma que tomou essas cápsulas de Omeprazol, que, na verdade, continham chumbinho. Só que a Larissa morreu e ela, não. Nós não acreditamos nessa versão. [...] O que, na verdade, ela quer, ao mesmo tempo, é excluir a responsabilidade do filho e também dizer que tudo não passou de um acidente. Não tem o menor fundamento essa questão, não convence", pontua.
Veneno adquirido pela filha
Segundo Elizabete, o veneno de rato foi conseguido pela filha, Nathália Garnica, para dar a vizinhos que possuem chácaras.
Nathália morreu um mês antes de Larissa, e a Polícia Civil exumou o corpo dela no dia 23 de maio para apurar se também houve envenenamento por chumbinho, como aconteceu com a professora.
"A conclusão que cheguei nesses dias, orando muito a Deus e suplicando uma luz divina, é de que Nathália havia colocado o veneno nas cápsulas de Omeprazol. Não existe outra explicação. Infelizmente, perdi duas filhas", pontua Elizabete na carta.
Ainda durante o relato, a suspeita chegou a dizer que "agora já sei que vou morrer também", isso pelo fato de também ter tomado os medicamentos de Nathália e por estar se sentindo mal.
"Agora eu já sei que vou morrer também, porque, dos remédios dela [Nathália], levei todos para eu usar. [...] Eu também estou definhando, muita fraqueza. Tentei escrever, porque ainda estou na cadeia e piorando a cada hora."
Por fim, Elizabete afirma que ama os filhos, os netos e Larissa, a quem define como uma filha.
"Deixo um abraço para nossas amadas famílias, muito amor por todos vocês. Amo os meus filhos. Um beijo da vovó Bete para meus netos, que amo infinitamente e eternamente. Larissa, eu sempre lhe amei e amo como minha filha. Muitas lágrimas de amor", conclui.
Sogra é suspeita de matar professora envenenada em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
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