‘Meu marido está comigo, é policial e quer me matar’: mulher pediu ajuda a médico em clínica antes de ser morta a tiros e facadas

Amanda Fernandes Carvalho, de 42 anos, contou para o médico que estava se separando do marido sargento da Polícia Militar Samir Carvalho. Crime aconteceu dentro de uma clínica em Santos (SP), quando outros PMs estavam no local. Samir Carvalho matou a esposa Amanda Fernandes em Santos, SP
Reprodução/Instagram e Daniela Rucio/TV Tribuna
"Meu marido está comigo, está armado, é policial e ele quer me matar, pois estamos nos separando". Foi assim que Amanda Fernandes Carvalho, de 42 anos, pediu ajuda para o médico proprietário da clínica em Santos, no litoral de São Paulo, onde ela foi morta pelo marido e sargento da Polícia Militar (PM) Samir Carvalho. A informação consta no depoimento do profissional à Polícia Civil.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp.
O crime aconteceu na quarta-feira (7), na clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. O sargento efetuou diversos disparos, atingindo a esposa e a filha, de 10 anos. Em seguida, Samir pegou uma faca, deu aproximadamente dez golpes na mulher e foi preso em flagrante.
Amanda morreu no local e a filha do casal ficou ferida. A menina foi levada para a Santa Casa de Santos. Ao g1, o hospital explicou que a paciente foi atendida pela equipe multidisciplinar e não tem autorização para prestar informações sobre o estado de saúde dela.
De acordo com o boletim de ocorrência, Samir chegou na clínica minutos depois de Amanda e da filha. Em determinado momento, a mulher se afastou do marido e, de forma discreta, pediu para a recepcionista acionar a polícia porque estava sendo ameaçada pelo homem.
Em seguida, o médico foi surpreendido por Amanda e pela filha enquanto estava na própria sala aguardando o horário de chamá-las para uma consulta que estava agendada. Em depoimento à polícia, o profissional explicou que a mulher entrou no cômodo muito nervosa, dizendo que o companheiro queria matá-la porque estavam se separando.
O médico disse que trancou o consultório, colocou duas cadeiras atrás da porta e ficou segurando com medo de que fosse arrombada. Ele contou que pediu para Amanda chamar a polícia, mas ela respondeu que uma amiga já havia acionado a corporação. Por isso, insistiu por uma nova ligação.
Tiros e facadas
Samir Carvalho matou a esposa Amanda Fernandes em Santos, SP
Reprodução/Instagram
O profissional relatou que ouviu uma batida na porta e questionou quem era, mas não teve retorno. Momentos depois, ele escutou a voz da secretária pedindo para a porta ser aberta porque a PM havia chegado. Segundo o relato, também foi possível escutar uma voz masculina dizendo: “Pode abrir, é a polícia, está tudo sob controle”.
Após questionar se os agentes estavam uniformizados, o médico abriu parcialmente a porta e, em seguida, foi para atrás da mesa. Ele disse que viu, no fim do corredor, um policial fardado e depois ouviu uma sequência de mais de dez tiros.
O profissional disse para polícia que se abrigou debaixo da mesa para se proteger e acredita que o atirador tenha começado os disparos do lado de fora da sala. Ele só se levantou depois que o agressor foi contido pelas equipes policiais.
O homem contou que socorreu a filha de Amanda e, logo depois, viu o corpo da mulher com uma faca “cravada no pescoço e banhada em sangue”.
Leia também:
Saiba quem era a mulher que foi morta pelo marido sargento dentro de clínica
Filho revela última conversa com a mãe e faz apelo para vítimas de violência
Médico revela que mulher morreu com faca cravada no pescoço
Investigação
Amanda Fernandes, de 42 anos, foi morta pelo sargento Samir Carvalho, em Santos (SP)
Redes sociais
Em nota, a SSP-SP informou que a PM instaurou um Inquérito Policial Militar para “apurar rigorosamente a conduta dos agentes acionados para atender uma ocorrência que evoluiu para feminicídio e tentativa de homicídio em uma clínica de saúde”.
Anteriormente, a SSP-SP havia informado que os agentes tinham encontrado a mulher já morta e a filha do casal ferida ao chegarem no local da ocorrência, contrariando a versão obtida pelo g1 com a Polícia Civil de que os policiais estavam na clínica na hora dos disparos.
Ao g1, a secretaria justificou que esta informação anterior era preliminar, pois o posicionamento foi enviado antes do término do boletim de ocorrência. Segundo a nova nota, divulgada nesta quinta-feira (8), policiais foram acionados via Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para atender um caso de desinteligência na clínica.
No local, eles encontraram Amanda e a filha trancadas em um consultório e um policial militar de folga [Samir] do lado de fora. "Após o policial mostrar que não estava armado, a porta foi aberta. O autor entrou e atirou na mulher e na filha, sendo preso na sequência e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes”, disse a SSP-SP, em nota.
De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pelo g1, quatro policiais militares integravam as equipes que atenderam o caso, registrado como violência doméstica, feminicídio e tentativa de homicídio na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as circunstâncias do crime.
A SSP-SP não informou onde estavam os policiais no momento em que Samir efetuou os disparos e depois esfaqueou a esposa.
A delegada do 2º DP Débora Lázaro informou que Samir esfaqueou Amanda com aproximadamente dez golpes após os disparos. Ao g1, a SSP-SP se limitou a dizer que a informação consta na segunda edição do boletim de ocorrência. "Consta que havia um punhal cravado no corpo da vítima".
Empresária morta pelo marido sargento é enterrada em Santos, SP
Defesa de Samir
Por meio de nota, o advogado Paulo de Jesus, que representa Samir, afirmou que na tarde de quinta-feira (8) foi realizada audiência de custódia, com a prisão em flagrante do cliente sendo convertida em preventiva.
Ainda de acordo com o profissional, Samir foi encaminhado ao presídio Romão Gomes. Paulo de Jesus acompanhou a audiência e disse que a defesa se manifestará apenas quando as investigações forem concluídas.
VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos
Reprodução/Instagram e Daniela Rucio/TV Tribuna
"Meu marido está comigo, está armado, é policial e ele quer me matar, pois estamos nos separando". Foi assim que Amanda Fernandes Carvalho, de 42 anos, pediu ajuda para o médico proprietário da clínica em Santos, no litoral de São Paulo, onde ela foi morta pelo marido e sargento da Polícia Militar (PM) Samir Carvalho. A informação consta no depoimento do profissional à Polícia Civil.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp.
O crime aconteceu na quarta-feira (7), na clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. O sargento efetuou diversos disparos, atingindo a esposa e a filha, de 10 anos. Em seguida, Samir pegou uma faca, deu aproximadamente dez golpes na mulher e foi preso em flagrante.
Amanda morreu no local e a filha do casal ficou ferida. A menina foi levada para a Santa Casa de Santos. Ao g1, o hospital explicou que a paciente foi atendida pela equipe multidisciplinar e não tem autorização para prestar informações sobre o estado de saúde dela.
De acordo com o boletim de ocorrência, Samir chegou na clínica minutos depois de Amanda e da filha. Em determinado momento, a mulher se afastou do marido e, de forma discreta, pediu para a recepcionista acionar a polícia porque estava sendo ameaçada pelo homem.
Em seguida, o médico foi surpreendido por Amanda e pela filha enquanto estava na própria sala aguardando o horário de chamá-las para uma consulta que estava agendada. Em depoimento à polícia, o profissional explicou que a mulher entrou no cômodo muito nervosa, dizendo que o companheiro queria matá-la porque estavam se separando.
O médico disse que trancou o consultório, colocou duas cadeiras atrás da porta e ficou segurando com medo de que fosse arrombada. Ele contou que pediu para Amanda chamar a polícia, mas ela respondeu que uma amiga já havia acionado a corporação. Por isso, insistiu por uma nova ligação.
Tiros e facadas
Samir Carvalho matou a esposa Amanda Fernandes em Santos, SP
Reprodução/Instagram
O profissional relatou que ouviu uma batida na porta e questionou quem era, mas não teve retorno. Momentos depois, ele escutou a voz da secretária pedindo para a porta ser aberta porque a PM havia chegado. Segundo o relato, também foi possível escutar uma voz masculina dizendo: “Pode abrir, é a polícia, está tudo sob controle”.
Após questionar se os agentes estavam uniformizados, o médico abriu parcialmente a porta e, em seguida, foi para atrás da mesa. Ele disse que viu, no fim do corredor, um policial fardado e depois ouviu uma sequência de mais de dez tiros.
O profissional disse para polícia que se abrigou debaixo da mesa para se proteger e acredita que o atirador tenha começado os disparos do lado de fora da sala. Ele só se levantou depois que o agressor foi contido pelas equipes policiais.
O homem contou que socorreu a filha de Amanda e, logo depois, viu o corpo da mulher com uma faca “cravada no pescoço e banhada em sangue”.
Leia também:
Saiba quem era a mulher que foi morta pelo marido sargento dentro de clínica
Filho revela última conversa com a mãe e faz apelo para vítimas de violência
Médico revela que mulher morreu com faca cravada no pescoço
Investigação
Amanda Fernandes, de 42 anos, foi morta pelo sargento Samir Carvalho, em Santos (SP)
Redes sociais
Em nota, a SSP-SP informou que a PM instaurou um Inquérito Policial Militar para “apurar rigorosamente a conduta dos agentes acionados para atender uma ocorrência que evoluiu para feminicídio e tentativa de homicídio em uma clínica de saúde”.
Anteriormente, a SSP-SP havia informado que os agentes tinham encontrado a mulher já morta e a filha do casal ferida ao chegarem no local da ocorrência, contrariando a versão obtida pelo g1 com a Polícia Civil de que os policiais estavam na clínica na hora dos disparos.
Ao g1, a secretaria justificou que esta informação anterior era preliminar, pois o posicionamento foi enviado antes do término do boletim de ocorrência. Segundo a nova nota, divulgada nesta quinta-feira (8), policiais foram acionados via Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para atender um caso de desinteligência na clínica.
No local, eles encontraram Amanda e a filha trancadas em um consultório e um policial militar de folga [Samir] do lado de fora. "Após o policial mostrar que não estava armado, a porta foi aberta. O autor entrou e atirou na mulher e na filha, sendo preso na sequência e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes”, disse a SSP-SP, em nota.
De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pelo g1, quatro policiais militares integravam as equipes que atenderam o caso, registrado como violência doméstica, feminicídio e tentativa de homicídio na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as circunstâncias do crime.
A SSP-SP não informou onde estavam os policiais no momento em que Samir efetuou os disparos e depois esfaqueou a esposa.
A delegada do 2º DP Débora Lázaro informou que Samir esfaqueou Amanda com aproximadamente dez golpes após os disparos. Ao g1, a SSP-SP se limitou a dizer que a informação consta na segunda edição do boletim de ocorrência. "Consta que havia um punhal cravado no corpo da vítima".
Empresária morta pelo marido sargento é enterrada em Santos, SP
Defesa de Samir
Por meio de nota, o advogado Paulo de Jesus, que representa Samir, afirmou que na tarde de quinta-feira (8) foi realizada audiência de custódia, com a prisão em flagrante do cliente sendo convertida em preventiva.
Ainda de acordo com o profissional, Samir foi encaminhado ao presídio Romão Gomes. Paulo de Jesus acompanhou a audiência e disse que a defesa se manifestará apenas quando as investigações forem concluídas.
VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
2 curtidas
Notícias Relacionadas
Não há mais notícias para carregar
Comentários 0