Fenômeno dos livros de colorir ressurge no Brasil como ferramenta contra agitação mental e oportunidade de socialização: 'Funciona muito'

Psicológa analisa que atividade pode contribuir para pausas importantes durante a rotina, mas pontua que a prática não substitui cuidados clínicos essenciais para a saúde mental. Por que a atividade de colorir conquista cada vez mais adeptos?
Café com gato/Divulgação
Canalizar tensões internas, expressar sentimentos e reduzir os níveis de ansiedade e agitação psíquica estão entre os inúmeros benefícios que a pintura oferece para a mente, segundo especialistas. Mas, afinal, os livros de colorir - uma atividade que vem conquistando um público cada vez mais diverso - são realmente uma boa alternativa para aliviar o estresse em um mundo que se mostra cada vez mais estressante?
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Em uma lista recente dos dez livros mais vendidos no Brasil, divulgada pela plataforma brasileira PublishNews, cinco são livros de colorir, com as quatro primeiras posições ocupadas por títulos da coleção Bobbie Goods (HarperCollins). O fenômeno dos livros de colorir ressurge exatamente uma década após o sucesso de Jardim Secreto, publicado em 2015, que conquistou pessoas em busca de uma atividade relaxante e uma forma de se afastar, ainda que temporariamente, das redes sociais.
Entrevistados pelo g1 relatam que a escolha por começar a colorir partiu da necessidade de encontrar momentos de pausa e de se dedicar a uma atividade livre de metas profissionais ou de produtividade.
A comunicadora social Daniela Martins, de Sorocaba (SP), conta já ter explorado diversos hobbies no campo artístico. Em fevereiro deste ano, quando a nova tendência ainda era pouco conhecida no Brasil, ela decidiu adquirir alguns livros de colorir e canetinhas para experimentar a prática.
"Já fiz cerâmica, já fiz quadro, xilogravura. Estou em um grupo com pessoas de outros países e tem bastante gente que pinta livrinho. Entrei nesse grupo no começo do ano, eu nem tinha ouvido falar disso ainda no Brasil. Eu sempre vi vídeos que dão satisfação mental, e aí ver a caneta passando no papel e preenchendo todos os espaços em branco, pra mim era muito satisfatório. E eu ficava horas e horas consumindo esse tipo de vídeo. Até que pensei em me dar esse 'luxo' de ter um hobby", explica.
Daniela diz que a primeira experiência com os livros foi positiva e proporcionou exatamente a sensação de relaxamento que ela esperava alcançar.
"A caneta escorrega no papel, não mancha, por mais que seja demorado, é mais rápido do que pintar com lápis de cor, não dói a mão, o resultado fica bem bonito."
Comunicadora social descobriu atividade de colorir em grupos no Facebook
Daniela Martins/Arquivo Pessoal
Um relaxamento estressante?
No entanto, a jovem relata que, com o passar do tempo, começou a se cobrar para manter aquele momento de distração e percebeu que a atividade, que deveria ser relaxante, acabou gerando alguns incômodos.
"Uma das primeiras coisas que me deu um pouco de chateação, é porque demora bastante, as páginas são bem complexas, se você for querer pintar com detalhe, fazer sombra, luz, detalhes. Já cheguei a ficar cinco horas para terminar uma página. E aí, para mim, era um pouco frustrante sentar para pintar e não conseguir terminar o desenho no mesmo dia. Isso foi uma primeira frustração. Decidi começar a pintar mais aos fins de semana para conseguir me dedicar como gostaria ao hobby", pontua.
O que Daniela relata encontra explicação na análise da psicóloga Kelly Almeida, especialista em atendimento clínico psicanalítico, que ressalta que a atividade de colorir nem sempre proporciona relaxamento para todas as pessoas o tempo todo.
"Nem sempre colorir será uma fonte de relaxamento. Se a pessoa estiver tomada pela lógica do desempenho e da comparação, até o ato de pintar pode se tornar uma fonte de angústia. Por isso, é importante resgatar o brincar pelo brincar, sem finalidade, sem cobrança. Não se trata de um teste, mas de um espaço livre para a expressão subjetiva", analisa Kelly.
Outro fator que passou a incomodar a jovem, e a fez repensar sua dedicação ao novo hobby, foi o aumento no preço dos materiais.
"Quando eu comprei, eu paguei R$ 40 no livro e aproximadamente R$ 60 no conjunto com 60 canetinhas. E quem começou a pintar agora está pagando quase o triplo na canetinha. Inflacionou muito. Para mim, parece ser mais uma manobra do capitalismo, incentivando o consumismo", aponta a comunicadora.
Isso e aquilo (This & That), livro de colorir Bobbie Goods
Divulgação
Prática não substitui cuidados profissionais
A psicóloga pontua que fazer atividades manuais é uma forma de ficar longe das atividades que envolvem tecnologia.
"É curioso ver como, em meio a tanta tecnologia e modernidade, muita gente tem voltado a fazer coisas simples, básicas e até manuais. Parece que estamos redescobrindo pequenas alegrias que tinham ficado de lado, mas que são importantes para o bem-estar".
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Mas a profissional alerta que, embora colorir seja uma boa atividade de pausa em meio a uma rotina estressante, a prática não substitui os cuidados clínicos essenciais para a saúde mental.
"Atividades como colorir, plantar, costurar, pintar ou cozinhar realmente ajudam a relaxar a mente. Mas é bom ter cuidado: essas práticas não podem virar uma forma de fugir de problemas mais sérios, como ansiedade, estresse constante, cansaço extremo ou burnout. Sim, colorir pode ser um jeito de se cuidar e de relaxar. Mas vale a pena refletir: será que não estamos usando isso para evitar algo? Para adiar decisões ou só tentar aguentar as pressões do dia a dia?", questiona.
'Práticas não podem virar uma forma de fugir de problemas mais sérios, como ansiedade, estresse constante, cansaço extremo ou burnout', avalia psicóloga
Arquivo Pessoal
Stephanie Melchiori dos Anjos, consultora empresarial, conta que foi incentivada por uma amiga a começar a colorir livros. Ela afirma que a atividade ajuda a proporcionar uma pausa mental, mas concorda que, isoladamente, não é capaz de "curar" o estresse do dia a dia.
"Particularmente, minha cabeça é muito barulhenta. O fato de parar para fazer algo que não é monetizado, que não serve para medir produtividade, nem para eu tentar ser boa, faz um bem enorme para a mente. Mas, claro, assim que fecho o livrinho, a gritaria na cabeça volta. Ainda assim, me ajudou no sentido de ampliar as opções, sabe? Quando sei que vou ter um tempo livre, já tenho algo que me ajuda a desconectar, mesmo que seja só por aquele momentinho. Funciona muito sim."
O interesse de Stephanie pela pintura influenciou a filha, Analua Melchiori Mattos, de quatro anos: "Ela viu meu livrinho, me viu desenhando e começou a desenhar também. Agora todo dia que ela chega da escola, ao invés dela ligar a TV, ela quer desenhar, quer pintar. Virou um hobby para ela também".
"Quando falamos em desenvolvimento infantil, podemos dizer que sim, colorir estimula a criatividade, a coordenação motora e a concentração. Também ajuda no controle e na força muscular. Para os adultos, essa atividade pode contribuir para manter a coordenação motora fina, ajudando a prevenir a perda de habilidades com o avanço da idade. Acredito que também seja útil para pessoas que têm dificuldade em se concentrar em uma única tarefa. Ao colorir, a pessoa dedica tempo e energia ao que está fazendo. Ela se concentra", avalia a psicóloga.
Livros de colorir lideram lista de mais vendidos no Brasil na última semana de maio
Arquivo Pessoal
A especialista indica outras atividades que proporcionam momentos de relaxamento. São elas:
Escrever ou desenhar livremente;
Escutar música que desperte afetos;
Caminhar, dançar e cozinhar;
Conversas genuínas e encontros afetivos;
Sonhar acordado.
"Na psicanálise, podemos falar em qualquer atividade que permita uma elaboração simbólica, ou seja, representar ideias e emoções."
'Surfando na onda'
Algumas cafeterias decidiram aproveitar o fenômeno e passaram a oferecer um espaço para quem deseja dedicar algumas horas do dia colorindo, e, claro, saboreando itens do cardápio.
Em Sorocaba, uma cafeteria localizada na zona leste da cidade incorporou a atividade de colorir livros ao seu cardápio de experiências. Os clientes podem levar seus próprios livros e materiais ou adquirir um kit de pintura vendido no local. A proposta, segundo a proprietária, Fabiana Alves Ribeiro, é proporcionar aos frequentadores um ambiente onde possam compartilhar esse hobby.
"Percebemos que os livros de colorir estão incentivando que as pessoas voltem a se reunir presencialmente e com frequência, além de ajudar a ficarem desconectados um pouco dos celulares", explica.
"Inicialmente faríamos a ação somente em dois dias da semana, mas tivemos que ampliar para a semana toda, pois a procura foi muito grande. Já tivemos alguns momentos em que 90% das nossas mesas eram de pessoas colorindo. E conversando com os clientes, notamos que a maioria já vem com a intenção de colorir", completa.
Fabiana Alves Ribeiro, idealizadora do 'Café com Gato', implantou a atividade de colorir na cafeteria localizada em Sorocaba (SP).
Café com gato/Divulgação
Segundo a psicóloga, outro benefício da prática é justamente a possibilidade de realizá-la em grupo, promovendo momentos de socialização.
"Ela permite a construção de laços, a partilha de vivências e até o alívio de tensões. Em um tempo em que as relações estão cada vez mais mediadas por telas e vividas no modo online, o encontro presencial, mediado por algo criativo e lúdico, funciona como um verdadeiro antídoto contra o isolamento social", afirma Kelly.
Cafeteria de Sorocaba (SP) decidiu colocar atividade de colorir nos serviços oferecidos pelo local
Café com gato/Divulgação
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Café com gato/Divulgação
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Em uma lista recente dos dez livros mais vendidos no Brasil, divulgada pela plataforma brasileira PublishNews, cinco são livros de colorir, com as quatro primeiras posições ocupadas por títulos da coleção Bobbie Goods (HarperCollins). O fenômeno dos livros de colorir ressurge exatamente uma década após o sucesso de Jardim Secreto, publicado em 2015, que conquistou pessoas em busca de uma atividade relaxante e uma forma de se afastar, ainda que temporariamente, das redes sociais.
Entrevistados pelo g1 relatam que a escolha por começar a colorir partiu da necessidade de encontrar momentos de pausa e de se dedicar a uma atividade livre de metas profissionais ou de produtividade.
A comunicadora social Daniela Martins, de Sorocaba (SP), conta já ter explorado diversos hobbies no campo artístico. Em fevereiro deste ano, quando a nova tendência ainda era pouco conhecida no Brasil, ela decidiu adquirir alguns livros de colorir e canetinhas para experimentar a prática.
"Já fiz cerâmica, já fiz quadro, xilogravura. Estou em um grupo com pessoas de outros países e tem bastante gente que pinta livrinho. Entrei nesse grupo no começo do ano, eu nem tinha ouvido falar disso ainda no Brasil. Eu sempre vi vídeos que dão satisfação mental, e aí ver a caneta passando no papel e preenchendo todos os espaços em branco, pra mim era muito satisfatório. E eu ficava horas e horas consumindo esse tipo de vídeo. Até que pensei em me dar esse 'luxo' de ter um hobby", explica.
Daniela diz que a primeira experiência com os livros foi positiva e proporcionou exatamente a sensação de relaxamento que ela esperava alcançar.
"A caneta escorrega no papel, não mancha, por mais que seja demorado, é mais rápido do que pintar com lápis de cor, não dói a mão, o resultado fica bem bonito."
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Daniela Martins/Arquivo Pessoal
Um relaxamento estressante?
No entanto, a jovem relata que, com o passar do tempo, começou a se cobrar para manter aquele momento de distração e percebeu que a atividade, que deveria ser relaxante, acabou gerando alguns incômodos.
"Uma das primeiras coisas que me deu um pouco de chateação, é porque demora bastante, as páginas são bem complexas, se você for querer pintar com detalhe, fazer sombra, luz, detalhes. Já cheguei a ficar cinco horas para terminar uma página. E aí, para mim, era um pouco frustrante sentar para pintar e não conseguir terminar o desenho no mesmo dia. Isso foi uma primeira frustração. Decidi começar a pintar mais aos fins de semana para conseguir me dedicar como gostaria ao hobby", pontua.
O que Daniela relata encontra explicação na análise da psicóloga Kelly Almeida, especialista em atendimento clínico psicanalítico, que ressalta que a atividade de colorir nem sempre proporciona relaxamento para todas as pessoas o tempo todo.
"Nem sempre colorir será uma fonte de relaxamento. Se a pessoa estiver tomada pela lógica do desempenho e da comparação, até o ato de pintar pode se tornar uma fonte de angústia. Por isso, é importante resgatar o brincar pelo brincar, sem finalidade, sem cobrança. Não se trata de um teste, mas de um espaço livre para a expressão subjetiva", analisa Kelly.
Outro fator que passou a incomodar a jovem, e a fez repensar sua dedicação ao novo hobby, foi o aumento no preço dos materiais.
"Quando eu comprei, eu paguei R$ 40 no livro e aproximadamente R$ 60 no conjunto com 60 canetinhas. E quem começou a pintar agora está pagando quase o triplo na canetinha. Inflacionou muito. Para mim, parece ser mais uma manobra do capitalismo, incentivando o consumismo", aponta a comunicadora.
Isso e aquilo (This & That), livro de colorir Bobbie Goods
Divulgação
Prática não substitui cuidados profissionais
A psicóloga pontua que fazer atividades manuais é uma forma de ficar longe das atividades que envolvem tecnologia.
"É curioso ver como, em meio a tanta tecnologia e modernidade, muita gente tem voltado a fazer coisas simples, básicas e até manuais. Parece que estamos redescobrindo pequenas alegrias que tinham ficado de lado, mas que são importantes para o bem-estar".
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Mas a profissional alerta que, embora colorir seja uma boa atividade de pausa em meio a uma rotina estressante, a prática não substitui os cuidados clínicos essenciais para a saúde mental.
"Atividades como colorir, plantar, costurar, pintar ou cozinhar realmente ajudam a relaxar a mente. Mas é bom ter cuidado: essas práticas não podem virar uma forma de fugir de problemas mais sérios, como ansiedade, estresse constante, cansaço extremo ou burnout. Sim, colorir pode ser um jeito de se cuidar e de relaxar. Mas vale a pena refletir: será que não estamos usando isso para evitar algo? Para adiar decisões ou só tentar aguentar as pressões do dia a dia?", questiona.
'Práticas não podem virar uma forma de fugir de problemas mais sérios, como ansiedade, estresse constante, cansaço extremo ou burnout', avalia psicóloga
Arquivo Pessoal
Stephanie Melchiori dos Anjos, consultora empresarial, conta que foi incentivada por uma amiga a começar a colorir livros. Ela afirma que a atividade ajuda a proporcionar uma pausa mental, mas concorda que, isoladamente, não é capaz de "curar" o estresse do dia a dia.
"Particularmente, minha cabeça é muito barulhenta. O fato de parar para fazer algo que não é monetizado, que não serve para medir produtividade, nem para eu tentar ser boa, faz um bem enorme para a mente. Mas, claro, assim que fecho o livrinho, a gritaria na cabeça volta. Ainda assim, me ajudou no sentido de ampliar as opções, sabe? Quando sei que vou ter um tempo livre, já tenho algo que me ajuda a desconectar, mesmo que seja só por aquele momentinho. Funciona muito sim."
O interesse de Stephanie pela pintura influenciou a filha, Analua Melchiori Mattos, de quatro anos: "Ela viu meu livrinho, me viu desenhando e começou a desenhar também. Agora todo dia que ela chega da escola, ao invés dela ligar a TV, ela quer desenhar, quer pintar. Virou um hobby para ela também".
"Quando falamos em desenvolvimento infantil, podemos dizer que sim, colorir estimula a criatividade, a coordenação motora e a concentração. Também ajuda no controle e na força muscular. Para os adultos, essa atividade pode contribuir para manter a coordenação motora fina, ajudando a prevenir a perda de habilidades com o avanço da idade. Acredito que também seja útil para pessoas que têm dificuldade em se concentrar em uma única tarefa. Ao colorir, a pessoa dedica tempo e energia ao que está fazendo. Ela se concentra", avalia a psicóloga.
Livros de colorir lideram lista de mais vendidos no Brasil na última semana de maio
Arquivo Pessoal
A especialista indica outras atividades que proporcionam momentos de relaxamento. São elas:
Escrever ou desenhar livremente;
Escutar música que desperte afetos;
Caminhar, dançar e cozinhar;
Conversas genuínas e encontros afetivos;
Sonhar acordado.
"Na psicanálise, podemos falar em qualquer atividade que permita uma elaboração simbólica, ou seja, representar ideias e emoções."
'Surfando na onda'
Algumas cafeterias decidiram aproveitar o fenômeno e passaram a oferecer um espaço para quem deseja dedicar algumas horas do dia colorindo, e, claro, saboreando itens do cardápio.
Em Sorocaba, uma cafeteria localizada na zona leste da cidade incorporou a atividade de colorir livros ao seu cardápio de experiências. Os clientes podem levar seus próprios livros e materiais ou adquirir um kit de pintura vendido no local. A proposta, segundo a proprietária, Fabiana Alves Ribeiro, é proporcionar aos frequentadores um ambiente onde possam compartilhar esse hobby.
"Percebemos que os livros de colorir estão incentivando que as pessoas voltem a se reunir presencialmente e com frequência, além de ajudar a ficarem desconectados um pouco dos celulares", explica.
"Inicialmente faríamos a ação somente em dois dias da semana, mas tivemos que ampliar para a semana toda, pois a procura foi muito grande. Já tivemos alguns momentos em que 90% das nossas mesas eram de pessoas colorindo. E conversando com os clientes, notamos que a maioria já vem com a intenção de colorir", completa.
Fabiana Alves Ribeiro, idealizadora do 'Café com Gato', implantou a atividade de colorir na cafeteria localizada em Sorocaba (SP).
Café com gato/Divulgação
Segundo a psicóloga, outro benefício da prática é justamente a possibilidade de realizá-la em grupo, promovendo momentos de socialização.
"Ela permite a construção de laços, a partilha de vivências e até o alívio de tensões. Em um tempo em que as relações estão cada vez mais mediadas por telas e vividas no modo online, o encontro presencial, mediado por algo criativo e lúdico, funciona como um verdadeiro antídoto contra o isolamento social", afirma Kelly.
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