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IPCA: preços sobem 0,24% em junho, e país estoura meta de inflação

IPCA: preços sobem 0,24% em junho, e país estoura meta de inflação
Nos últimos 12 meses, a inflação somou 5,35%, bem acima do teto. Com isso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, deverá publicar uma nova carta aberta ao ministro Fernando Haddad. IPCA de junho fica em 0,24%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços registraram uma alta de 0,24% em junho, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na janela de 12 meses, o IPCA acumulou 5,35%. Com o resultado, ficou confirmado que o Brasil descumpriu a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
? A meta central de inflação é de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — ou seja, a inflação pode variar entre 1,5% e 4,5% sem que a meta seja considerada oficialmente descumprida.
Pela nova regra da meta contínua — em vigor desde janeiro — há descumprimento quando a inflação oficial permanece fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.
E foi exatamente o que ocorreu: de janeiro a junho, o IPCA acumulado em 12 meses ficou acima do teto de 4,50%. (veja abaixo os grupos e itens que mais contribuíram para o estouro)
Com isso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, deverá publicar uma nova carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos do desvio e as medidas que serão adotadas.

Em junho, o principal destaque de alta foi a energia elétrica residencial, com alta de 2,96% no mês e maior impacto individual no índice (0,12 p.p.). No primeiro semestre, a alta da conta de luz foi de 6,93%, também com o principal impacto positivo individual (0,27 p.p.).
“Esta variação é a maior para um primeiro semestre desde 2018, quando foi de 8,02%”, destaca Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
O especialista destaca que a trajetória da energia em 2025: “no início do ano, com o bônus de Itaipu, houve queda em janeiro, reversão em fevereiro e, depois, bandeira verde. No mês passado, entrou em vigor a bandeira amarela e, agora, a vermelha”, explica.
Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas teve o primeiro recuo em nove meses (-0,18%), ajudando a conter a inflação do mês. A contribuição negativa foi de 0,04 p.p.
Ainda assim, o grupo teve a maior alta percentual e de peso no IPCA em 12 meses. (veja abaixo)
Veja o resultado dos grupos do IPCA em maio
Oito dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta:
Habitação: 0,99%
Artigos de residência: 0,08%;
Vestuário: 0,75%;
Transportes: 0,27%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,07%;
Despesas pessoais: 0,23%;
Educação: 0,00%;
Comunicação: 0,11%.
Apenas um item dos grupos pesquisados teve queda:
Alimentação e bebidas: -0,18%

O que contribuiu para o estoura da meta
Segundo Fernando Gonçalves, ao longo desse período houve aumento relevente na alimentação, educação e transporte (incluindo a gasolina), o que ajuda a explicar o resultado da inflação em 12 meses ter ultrapassado o teto da meta.
O grupo Alimentação e bebidas teve a maior variação em 12 meses, e a maior peso no índice geral (1,44 p.p.).
Veja a variação dos grupos em 12 meses:
Alimentação e bebidas: 6,66%
Educação: 6,21%
Despesas pessoais: 5,81%
Habitação: 5,30%
Saúde e cuidados pessoais: 5,16%
Transportes: 5,11%
Vestuário: 4,68%
Artigos de residência: 2,66%
Comunicação: 2,16%
Dentre os 377 subitens do IPCA, as carnes tiveram a maior contribuição para o resultado final.
Veja os que mais contribuíram para a alta em 12 meses:
Carnes: 0,55 p.p. (variação de 23,63%)
Gasolina: 0,34 p.p. (variação de 6,60%)
Café: 0,32 p.p. (variação de 77,88%)
Cursos regulares: 0,29 p.p. (variação de 6,50%)
Plano de saúde: 0,28 p.p. (variação de 7,03%)
Conta de luz pesou na inflação do mês
Segundo o IBGE, o que mais pesou na inflação no mês foi energia elétrica residencial, que contou com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 no mês de junho, adicionando R$4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos.
?️Segundo a Aneel, a medida foi adotada diante da queda no volume de chuvas e da diminuição da geração de energia por hidrelétricas, conforme projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Para compensar a baixa nas afluências, será necessário acionar usinas termoelétricas, que têm custo de produção mais elevado.
A energia elétrica residencial (2,96%) foi o subitem com o maior impacto individual no índice do mês (0,12 p.p.). Foram registrados, também, reajustes em Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro.
No ano, energia elétrica residencial acumula uma alta de 6,93%, destacando-se como o principal impacto individual (0,27 p.p.) no resultado acumulado do IPCA (2,99%). Esta variação (6,93%) é a maior para um primeiro semestre desde 2018 quando o acumulado foi de 8,02%.
O grupo Habitação (0.99%) foi, ainda, influenciado pela alta na taxa de água e esgoto (0,59%). No mês, o grupo contribuiu com 0,15 p.p. para o índice geral.
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TV Verdes Mares/Reprodução
Queda nos alimentos
Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas registrou a primeira queda (-0,18%) em 9 meses, contribuindo com -0,04 p.p. na taxa geral. Em maio, o grupo teve uma alta de 0,17%.
Segundo o IBGE, a queda foi influenciado pela alimentação no domicílio, que saiu de 0,02% em maio para -0,43% em junho, com quedas no ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). Em alta, se destaca o tomate (3,25%).
Já a alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,46% em junho, frente ao 0,58% de maio. O lanche passou de 0,51% em maio para 0,58% em junho, e a refeição, por sua vez, saiu de 0,64% em maio para 0,41% em junho.
A queda na alimentação e bebidas se reflete no índice de difusão do mês de junho, ou seja, no percentual de subitens que tiveram resultado positivo, que passou de 60% em maio para 54% em junho.
Entre os alimentícios, o índice caiu de 60% para 46% e entre os não alimentícios, manteve-se a taxa de 60%. O IBGE atribui a queda ao aumento na produção da safra.
“Foi o menor índice de difusão desde julho de 2024 (47%), quando o grupo Alimentação também apresentou uma redução em sua taxa (-1,00%)”, observa o gerente. “Se tirássemos os alimentos do cálculo do IPCA, a inflação do mês seria de 0,36%. E se tirássemos a energia elétrica, ficaria em 0,13%”, conclui Fernando Gonçalves.
O Transportes também teve contribuição positiva relevante no mês (0,05 p.p), aumentando 0,27% após recuo de 0,37% em maio.
Mesmo com a queda dos combustíveis (-0,42%), as variações no transporte por aplicativo (13,77%) e no conserto de automóvel (1,03%) impulsionaram a alta.
No Vestuário (0,75%), que contribuiu com 0,04 p.p. em junho, destacam-se as altas na roupa masculina (1,03%), nos calçados e acessórios (0,92%) e na roupa feminina (0,44%).
INPC fica em 0,23%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado como referência para reajustes do salário mínimo e que calcula a inflação para famílias de renda mais baixa, registrou uma alta de 0,23% em junho. Em maio, o índice havia subido 0,35%.
Com isso, o INPC acumulou uma alta de 5,18% nos 12 meses até maio de 2025.

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