Serra Pelada: a história da fotografia mais famosa de Sebastião Salgado

The New York Times incluiu a imagem entre as 25 imagens que definem a modernidade desde 1955, destacando a escala impressionante e a força visual da composição. Fotografia de Serra Pelada
Divulgação / Sebastião Salgado
Uma das fotos mais icônicas de Sebastião Salgado é “Serra Pelada”, registrada em 1986. O The New York Times a incluiu entre as 25 imagens que definem a modernidade desde 1955, destacando sua escala impressionante e a força visual da composição.
Serra Pelada, no coração da floresta amazônica, no leste do Pará, ficou conhecida como o maior garimpo a céu aberto do mundo. Ao chegar, Salgado ficou profundamente impactado. “Eu nunca vi nada parecido. Vi passar diante de mim, em frações de segundo, a história do humano, da humanidade, a Torre de Babel”, afirmou.
Ele descreveu a cena: “Só se ouvia o murmúrio de 50 mil pessoas dentro de um imenso buraco. Conversas, sons humanos misturados ao trabalho. Era como se eu ouvisse o murmúrio da alma de todos ali”.
O Fantástico visitou a região em 2019. A paisagem havia mudado drasticamente: o que era uma elevação de 150 metros virou um buraco de 200 metros de profundidade. Cerca de 110 mil homens escavaram 50 toneladas de ouro, trabalho que durou até 1992 — seis anos após a famosa foto ser feita.
Mais de quatro décadas depois, um lago cobre a mina submersa. Ainda assim, centenas de garimpeiros permanecem no local, recusando-se a abandonar o sonho de enriquecer.
Documentário da Globoplay: O Sal da Terra
Reprodução/Globoplay
No documentário da Globoplay, O Sal da Terra, Salgado relembra: “As pessoas subiam e desciam 50 ou 60 vezes por dia, movidas pela esperança de encontrar ouro. À primeira vista, parecem escravos, mas não eram. Eram escravos apenas do desejo de enriquecer.”
Todo tipo de gente buscou sorte em Serra Pelada — de intelectuais a trabalhadores rurais e urbanos. Salgado contou que, quando alguém encontrava ouro, todos que participaram da busca tinham direito a uma parte. “Todos tentavam a sorte”, lembrou.
Nenhum homem que toca o ouro consegue largar
Reconhecimento internacional
O The New York Times destacou que um dos aspectos mais impactantes da foto é a escala: milhares de homens — corpos curvados e frágeis — parecem miniaturas diante da imensa cratera aberta na terra.
Na imagem, a maioria dos trabalhadores aparece subindo ou descendo, carregando ferramentas ou sacos por escadas estreitas e encostas íngremes. O fotógrafo escolheu não incluir o horizonte no enquadramento, criando uma sensação sufocante, onde não se vê onde termina aquela jornada exaustiva.
?Foi a série de fotos do final dos anos 1980 sobre Serra Pelada que tornou Sebastião Salgado um fotógrafo consagrado no Brasil e no mundo.
The New York Times a incluiu entre as 25 imagens que definem a modernidade desde 1955
Reprodução/The New York Times
? Para saber mais, assista no documentário da Globoplay: O Sal da Terra
Sebastião Salgado: Bob Wolfenson diz que morte do fotógrafo é uma perda para humanidade
Divulgação / Sebastião Salgado
Uma das fotos mais icônicas de Sebastião Salgado é “Serra Pelada”, registrada em 1986. O The New York Times a incluiu entre as 25 imagens que definem a modernidade desde 1955, destacando sua escala impressionante e a força visual da composição.
Serra Pelada, no coração da floresta amazônica, no leste do Pará, ficou conhecida como o maior garimpo a céu aberto do mundo. Ao chegar, Salgado ficou profundamente impactado. “Eu nunca vi nada parecido. Vi passar diante de mim, em frações de segundo, a história do humano, da humanidade, a Torre de Babel”, afirmou.
Ele descreveu a cena: “Só se ouvia o murmúrio de 50 mil pessoas dentro de um imenso buraco. Conversas, sons humanos misturados ao trabalho. Era como se eu ouvisse o murmúrio da alma de todos ali”.
O Fantástico visitou a região em 2019. A paisagem havia mudado drasticamente: o que era uma elevação de 150 metros virou um buraco de 200 metros de profundidade. Cerca de 110 mil homens escavaram 50 toneladas de ouro, trabalho que durou até 1992 — seis anos após a famosa foto ser feita.
Mais de quatro décadas depois, um lago cobre a mina submersa. Ainda assim, centenas de garimpeiros permanecem no local, recusando-se a abandonar o sonho de enriquecer.
Documentário da Globoplay: O Sal da Terra
Reprodução/Globoplay
No documentário da Globoplay, O Sal da Terra, Salgado relembra: “As pessoas subiam e desciam 50 ou 60 vezes por dia, movidas pela esperança de encontrar ouro. À primeira vista, parecem escravos, mas não eram. Eram escravos apenas do desejo de enriquecer.”
Todo tipo de gente buscou sorte em Serra Pelada — de intelectuais a trabalhadores rurais e urbanos. Salgado contou que, quando alguém encontrava ouro, todos que participaram da busca tinham direito a uma parte. “Todos tentavam a sorte”, lembrou.
Nenhum homem que toca o ouro consegue largar
Reconhecimento internacional
O The New York Times destacou que um dos aspectos mais impactantes da foto é a escala: milhares de homens — corpos curvados e frágeis — parecem miniaturas diante da imensa cratera aberta na terra.
Na imagem, a maioria dos trabalhadores aparece subindo ou descendo, carregando ferramentas ou sacos por escadas estreitas e encostas íngremes. O fotógrafo escolheu não incluir o horizonte no enquadramento, criando uma sensação sufocante, onde não se vê onde termina aquela jornada exaustiva.
?Foi a série de fotos do final dos anos 1980 sobre Serra Pelada que tornou Sebastião Salgado um fotógrafo consagrado no Brasil e no mundo.
The New York Times a incluiu entre as 25 imagens que definem a modernidade desde 1955
Reprodução/The New York Times
? Para saber mais, assista no documentário da Globoplay: O Sal da Terra
Sebastião Salgado: Bob Wolfenson diz que morte do fotógrafo é uma perda para humanidade
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