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Mãe relembra processo para adotar irmãos no RJ: 'Queria que desse certo o nosso amor'

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Mãe relembra processo para adotar irmãos no RJ: 'Queria que desse certo o nosso amor'
Neste Dia Nacional da Adoção, g1 conversou com a Luena Largem, moradora de Barra Mansa, que é mãe solo de um adolescente e de uma menina. Luena Lage e os dois filhos
Arquivo pessoal
"Tive a certeza que eu queria muito que desse certo o nosso amor, nosso vínculo e a nossa família". Este é o relato de Luena Largem, de 45 anos, que adotou dois irmãos em Barra Mansa (RJ). Neste domingo (25), que é comemorado o Dia Nacional da Adoção, o g1 conversou com a psicóloga sobre como foi o processo e os desafios da maternidade.
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Luena é mãe de um adolescente, que atualmente tem 14 anos, e uma menina, de 10. O processo de adoção começou em 2020 durante a pandemia. Desde quando era mais nova, Luena já sonhava em ser mãe e adotar uma criança.
"Ser mãe era algo que eu tinha como meta e eu tinha já com 19 anos o desejo de adotar. Adoção já fazia a parte das minhas metas, das minhas vontades, né? Junto com esse desejo de ser mãe", lembrou.
Este foi só o primeiro passo de uma longa caminhada até o encontro com os dois filhos. À época, o menino estava com 10 anos e a irmã tinha 6.
Como era pandemia, a maior parte do processo foi virtual. Neste mesmo ano, ela enviou os documentos e passou por avaliação com um assistente social. Em 2021, Luena foi avaliada por um psicólogo e fez um curso preparatório sobre a adoção.
" A adoção precisa ter amor, mas não só amor. A adoção traz para a gente muito marcado que só o amor não é o suficiente. O amor é importante, faz diferença, mas só ele não é o suficiente. É preciso que a gente se disponha mesmo a estudar, a entender, a aprender sobre o que é ser uma mãe adotiva, o que é ter filhos adotivos", comentou.
Normalmente, demora um certo tempo até que as pessoas que estão na fila de adoção sejam chamadas para conhecer uma criança. Mas, no caso, de Luena a espera durou pouco mais de 48 horas. O curso preparatório terminou em uma sexta-feira e na segunda-feira seguinte ela recebeu uma ligação dizendo para marcar o dia para conhecer o filho.
Além do telefonema para marcar a data, a mãe ainda teve uma outra surpresa: o menino que estava disponível para adoção tinha uma irmã. Luena não precisou pensar muito e logo respondeu que queria adotar os dois.
"Eu sempre brinco que um dia eu não era mãe e outro dia eu era mãe de dois. Eu tenho gêmeos de idades diferentes, sempre falo sobre isso. Porque os dois chegaram ao mesmo tempo. Então, a minha reação foi ficar muito feliz, literalmente, foi ficar muito feliz. O telefonema para mim foi assim o marco do início da minha família", recordou Luena.
O primeiro encontro
Ansiedade, animação e curiosidade. O dia em que mãe e filhos se conheceram foi um marco na história deles. A data ficou marcada na memória: 15 de junho de 2021.
Na ocasião, as crianças não sabiam que Luena seria a mãe deles, a orientação do abrigo era não dizer nada inicialmente.
"Eu me lembro perfeitamente do primeiro olhar, o olhar da minha menina era um olhar desconfiado [...] E o meu menino, eu me lembro também dessa expressão que ele também tem até hoje, que é uma expressão de desatenção", disse.
O primeiro contato foi de muita curiosidade e atenção por parte de Luena, que explicou que fez questão de se atentar aos mínimos detalhes dos irmãos: "fisicamente, emocionalmente, como que eles andam, como que eles falam, como é a voz deles".
Daquele dia em diante, mãe e filhos não deixaram de se ver mais. As crianças não sabiam ainda, mas no coração de Luena aquele era o início da família deles.
'Queria que desse certo'
À medida que os encontros no abrigo iam acontecendo, eles iam se aproximando mais e tendo uma convivência frequente. O desejo em querer dar certo era dos dois lados, das crianças e da Luena.
"Quando eu percebi que eles também queriam foi fantástico. Me marcou muito, porque a gente sempre tem essa ideia, a gente que é adulto, que a gente quer, a gente procura, a gente faz, a gente como protagonista, como sujeito da ação. Mas, quando eu percebi que eles também queriam, que eles também estavam empenhados, que eles estavam se dedicando para que aquilo desse certo, isso para mim foi muito mágico", contou.
Pouco mais de um ano depois do primeiro encontro, no dia 2 de setembro de 2021, as visitas ao abrigo acabaram e as crianças foram morar com Luena.
Neste domingo, Dia Nacional da Adoção, Luena e os filhos comemoram esta data tão especial e celebram o amor e a família que construíram juntos.
"Como é bom ser mãe do meu menino e da minha menina. Como é bom estar nesse lugar que eu esperei por tanto tempo e que agora que eu estou, eu estou em paz. Eu estou, realmente, mesmo com todos os desafios, que é criar uma adolescente, que é criar uma pré-adolescente. Mas, nada substitui o amor que eu tenho de ser mãe dos dois. Nada", finalizou Luena.
Conselho para quem quer adotar
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Getty Images/via BBC
O desejo de adotar uma criança nasce no coração de muitas pessoas, algumas impulsionadas pela impossibilidade de uma gestação natural, outras simplesmente movidas pelo sonho de formar uma família por meio do amor escolhido.
Ao g1, Luena deixou conselhos para quem quer seguir no caminho da adoção: estudar, se preparar, buscar apoio jurídico, psicológico, emocional e ter paciência para lidar com o processo.
"Nós temos que ter a certeza que a adoção é um processo que exige muito preparo. O amor faz toda a diferença, mas ele não é suficiente. É necessário que a gente estude, que a gente busque apoio profissional, jurídico, psicológico, apoio emocional com as nossas famílias, com os nossos amigos, com as pessoas que são da nossa confiança para que a gente inicie esse processo com muita paciência, muito amor, muito respeito pela criança, pelo adolescente que vai ser adotado pela gente", explicou Luena.
A psicóloga esclareceu também como os pais adotivos podem ajudar a criança a lidar com o passado da família biológica e agora com a nova realidade, como o apoio é fundamental.
"No começo eu tinha uma dificuldade de como lidar com a família biológica das minhas crianças. E aí depois eu fui percebendo que com o tempo a nossa família, a nossa nova família, ela vai trazendo para mim e para os meus filhos mais histórias. Eles conversavam muito, falavam muito da família biológica, porque era o maior arsenal que eles tinham. Mesmo com a violência, era o maior arsenal que eles tinham de fatos, de histórias [...] A gente foi trazendo um para o outro mais histórias, outras histórias. Mas, aí é sempre lembrar que a gente vai adicionando, a gente não vai substituindo. Não tem como substituir a perda da família de origem, esses traumas passados. Tem como ressignificar, tem como adicionar", finalizou Luena.
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