Delegado demitido por corrupção, professor e advogado: alvo da PF por fraude no INSS ensinava direito previdenciário nas redes sociais

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Ex-delegado da Polícia Civil, Marcello Renault e oito advogados especializados em conseguir benefícios para venezuelanos em Roraima foram alvos. R$ 16 milhões em bens foram bloqueados. Alvo da PF por fraude no INSS ensinava direito previdenciário nas redes sociais
Ex-delegado demitido por corrupção e falsidade ideológica, acusado de coação por conselheiros tutelares, professor efetivo na Universidade Estadual de Roraima (UERR) e advogado. Marcello Renault, de 53 anos, foi alvo da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (24) por suspeita de fraudar INSS e aplicar golpes em venezuelanos. Nas redes sociais, ele publicava vídeos onde ensinava sobre benefícios e direito previdenciário para os seguidores. (Veja os vídeos acima).
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? A Operação Cessatio, como foi batizada, investiga os chamados "golpes do INSS". O grupo é suspeito de fraudar o Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas) que é pago a venezuelanos em Roraima. Outros sete advogados previdenciários são alvos das investigações e foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Boa Vista e em Pacaraima, município na fronteira com a Venezuela.
De acordo com as apurações, agenciadores cooptavam idosos venezuelanos no país vizinho, falsificando documentos e cadastros governamentais para garantir o acesso ao BPC-Loas. Em seguida, muitos dos beneficiários retornavam à Venezuela, continuando a receber o benefício indevidamente.
LEIA MAIS:
Ex-delegado e advogados suspeitos de fraudar INSS e aplicar golpes em venezuelanos são alvos de operação da PF, em RR
Ele ingressou como delegado da Polícia Civil em 2004 e, em 2012, foi exonerado por falsidade ideológica e corrupção. À época, atuava como delegado titular da comarca de Rorainópolis, Sul de Roraima. Ele negociou a fiança de um agricultor em troca de um motor de luz e uma motosserra.
Mesmo condenado e demitido da Civil por corrupção, Marcello tem matrícula ativa como advogado ativa na Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima (OAB-RR). Ele atua como professor de direito efetivo na Universidade Estadual de Roraima (UERR) desde 2006.
O g1 procurou Marcello, mas não foi respondido até a última atualização desta matéria. A reportagem procurou a OAB-RR e a UERR, questionou se há o interesse em se posicionar e aguarda resposta.
A Polícia Civil, por meio de nota, afirmou que Marcello exerceu a função de delegado de polícia, mas foi demitido em 3 de julho de 2012, por decisão administrativa, após a conclusão de Processo Administrativo Disciplinar. Destacou que ele não pertence aos "quadros da instituição, nem como delegado em atividade nem como aposentado".
??? Professor e advogado previdenciário
Marcello Renault com o reitor da UERR, Claudio Travassos, recebendo uma comenda em nome do curso de direito
Reprodução/Instagram
Marcello é formado em direito pela Universidade Estadual de Maringá e mestre em segurança pública pela UERR. Nas redes sociais, ele afirma ser doutor pela Universidade Federal Fluminense (embora não tenha nenhum registro) e membro da Escola Superior de Advocacia.
Como professor na UERR, ele atuou como coordenador do curso de direito, de 2012 à 2016, depois novamente no biênio 2021-2022 e também em 2023 e 2024, quando chegou a ganhar comendas da universidade em nome do curso de direito.
Como advogado, ele foca em casos trabalhistas e previdenciários. Em vídeos publicados no Instagram, ele informa sobre como conseguir benefícios tributários no INSS. Os seguidores comentam tirando dúvidas.
Marcello Renault publicava vídeos tirando dúvidas sobre o INSS nas redes sociais
Reprodução/Redes sociais
Fraude no INSS: como descobrir se você teve valores descontados e o que fazer; passo a passo
? Delegado demitido da Civil
Sede da Delegacia de Rorainópolis
Divulgação/Polícia Civil/Arquivo
Marcello era titular da delegacia de Rorainópolis e foi acusado de cobrar propinas nas fianças dos presos no município em troca da liberdade.
Em 2010, ele foi flagrado negociando a fiança de um agricultor por um motor de luz e uma motosserra. O então delegado pagou a fiança do agricultor em troca do equipamento e ainda entregou R$ 20 para que ele fosse até a casa e pegasse o equipamento. Em outro episódio, ele negociou uma moto com um preso em flagrante.
Em 2011, ele foi detido de forma preventiva e, mais tarde, acabou condenado pelos crimes de corrupção passiva e falsidade ideológica.
Em 2009, conselheiros tutelares acusaram Marcello de nada fazer para defender as crianças e adolescentes de Rorainópolis. Na denuncia feita, os conselheiros afirmaram à época que a Marcello "só sabe fazer aqui é dormir e abusar da autoridade, prendendo as pessoas de bem e depois extorquindo".
Também afirmaram que Marcello "tem o costume de pegar adolescente, colocá-los dentro do carro e retirar informações na agressão, só depois aciona o conselho para termo de entrega do adolescente".
Após isso, os conselheiros acusaram Marcello de tentar intimidá-los. Em 2011, a Justiça extinguiu a punibilidade de Renault no caso.
Operação Cessatio
PF mira suspeitos de fraudes no INSS em Roraima
Divulgação/PF
A operação aconteceu em Boa Vista e em Pacaraima, município na fronteira com a Venezuela, e cumpre 14 mandados de busca e apreensão. A Justiça Federal autorizou o bloqueio de bens e valores dos investigados no valor aproximado de R$ 16 milhões.
De acordo com a PF, também foram deferidas, pelo poder judiciário, "medidas cautelares diversas da prisão em desfavor de alguns investigados, consistente na suspensão de atividade de natureza econômica".
Também foram recebidas denúncias acerca de beneficiários de programas sociais que não residiriam no Brasil.
As investigações tiveram início a partir de informações apuradas na Operação Ataktos, deflagrada em outubro de 2024. Foram identificados elementos indicando a atuação de diversos grupos criminosos organizados e independentes, que atuavam na obtenção fraudulenta do benefício assistencial.
Essa é a sexta operação deflagrada pela PF em Roraima com o objetivo de combater fraudes na concessão de Benefício Assistencial pago pelo INSS.
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.
Ex-delegado demitido por corrupção e falsidade ideológica, acusado de coação por conselheiros tutelares, professor efetivo na Universidade Estadual de Roraima (UERR) e advogado. Marcello Renault, de 53 anos, foi alvo da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (24) por suspeita de fraudar INSS e aplicar golpes em venezuelanos. Nas redes sociais, ele publicava vídeos onde ensinava sobre benefícios e direito previdenciário para os seguidores. (Veja os vídeos acima).
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? A Operação Cessatio, como foi batizada, investiga os chamados "golpes do INSS". O grupo é suspeito de fraudar o Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas) que é pago a venezuelanos em Roraima. Outros sete advogados previdenciários são alvos das investigações e foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Boa Vista e em Pacaraima, município na fronteira com a Venezuela.
De acordo com as apurações, agenciadores cooptavam idosos venezuelanos no país vizinho, falsificando documentos e cadastros governamentais para garantir o acesso ao BPC-Loas. Em seguida, muitos dos beneficiários retornavam à Venezuela, continuando a receber o benefício indevidamente.
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Ex-delegado e advogados suspeitos de fraudar INSS e aplicar golpes em venezuelanos são alvos de operação da PF, em RR
Ele ingressou como delegado da Polícia Civil em 2004 e, em 2012, foi exonerado por falsidade ideológica e corrupção. À época, atuava como delegado titular da comarca de Rorainópolis, Sul de Roraima. Ele negociou a fiança de um agricultor em troca de um motor de luz e uma motosserra.
Mesmo condenado e demitido da Civil por corrupção, Marcello tem matrícula ativa como advogado ativa na Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima (OAB-RR). Ele atua como professor de direito efetivo na Universidade Estadual de Roraima (UERR) desde 2006.
O g1 procurou Marcello, mas não foi respondido até a última atualização desta matéria. A reportagem procurou a OAB-RR e a UERR, questionou se há o interesse em se posicionar e aguarda resposta.
A Polícia Civil, por meio de nota, afirmou que Marcello exerceu a função de delegado de polícia, mas foi demitido em 3 de julho de 2012, por decisão administrativa, após a conclusão de Processo Administrativo Disciplinar. Destacou que ele não pertence aos "quadros da instituição, nem como delegado em atividade nem como aposentado".
??? Professor e advogado previdenciário
Marcello Renault com o reitor da UERR, Claudio Travassos, recebendo uma comenda em nome do curso de direito
Reprodução/Instagram
Marcello é formado em direito pela Universidade Estadual de Maringá e mestre em segurança pública pela UERR. Nas redes sociais, ele afirma ser doutor pela Universidade Federal Fluminense (embora não tenha nenhum registro) e membro da Escola Superior de Advocacia.
Como professor na UERR, ele atuou como coordenador do curso de direito, de 2012 à 2016, depois novamente no biênio 2021-2022 e também em 2023 e 2024, quando chegou a ganhar comendas da universidade em nome do curso de direito.
Como advogado, ele foca em casos trabalhistas e previdenciários. Em vídeos publicados no Instagram, ele informa sobre como conseguir benefícios tributários no INSS. Os seguidores comentam tirando dúvidas.
Marcello Renault publicava vídeos tirando dúvidas sobre o INSS nas redes sociais
Reprodução/Redes sociais
Fraude no INSS: como descobrir se você teve valores descontados e o que fazer; passo a passo
? Delegado demitido da Civil
Sede da Delegacia de Rorainópolis
Divulgação/Polícia Civil/Arquivo
Marcello era titular da delegacia de Rorainópolis e foi acusado de cobrar propinas nas fianças dos presos no município em troca da liberdade.
Em 2010, ele foi flagrado negociando a fiança de um agricultor por um motor de luz e uma motosserra. O então delegado pagou a fiança do agricultor em troca do equipamento e ainda entregou R$ 20 para que ele fosse até a casa e pegasse o equipamento. Em outro episódio, ele negociou uma moto com um preso em flagrante.
Em 2011, ele foi detido de forma preventiva e, mais tarde, acabou condenado pelos crimes de corrupção passiva e falsidade ideológica.
Em 2009, conselheiros tutelares acusaram Marcello de nada fazer para defender as crianças e adolescentes de Rorainópolis. Na denuncia feita, os conselheiros afirmaram à época que a Marcello "só sabe fazer aqui é dormir e abusar da autoridade, prendendo as pessoas de bem e depois extorquindo".
Também afirmaram que Marcello "tem o costume de pegar adolescente, colocá-los dentro do carro e retirar informações na agressão, só depois aciona o conselho para termo de entrega do adolescente".
Após isso, os conselheiros acusaram Marcello de tentar intimidá-los. Em 2011, a Justiça extinguiu a punibilidade de Renault no caso.
Operação Cessatio
PF mira suspeitos de fraudes no INSS em Roraima
Divulgação/PF
A operação aconteceu em Boa Vista e em Pacaraima, município na fronteira com a Venezuela, e cumpre 14 mandados de busca e apreensão. A Justiça Federal autorizou o bloqueio de bens e valores dos investigados no valor aproximado de R$ 16 milhões.
De acordo com a PF, também foram deferidas, pelo poder judiciário, "medidas cautelares diversas da prisão em desfavor de alguns investigados, consistente na suspensão de atividade de natureza econômica".
Também foram recebidas denúncias acerca de beneficiários de programas sociais que não residiriam no Brasil.
As investigações tiveram início a partir de informações apuradas na Operação Ataktos, deflagrada em outubro de 2024. Foram identificados elementos indicando a atuação de diversos grupos criminosos organizados e independentes, que atuavam na obtenção fraudulenta do benefício assistencial.
Essa é a sexta operação deflagrada pela PF em Roraima com o objetivo de combater fraudes na concessão de Benefício Assistencial pago pelo INSS.
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