Cobras picam quase 2 pessoas por dia em MS em 2025; saiba como se proteger

Em Jateí, um pescador foi mordido por uma sucuri e precisou ir ao hospital para receber atendimento médico. g1 ouviu especialistas que deram dicas de como se prevenir contra os acidentes. Rafael Gandine mostra momento em que sofre mordida rara de sucuri
De janeiro a julho deste ano, 314 pessoas foram picadas por cobras em Mato Grosso do Sul, o que representa 54,7% do total de 574 casos registrados em todo o ano passado. Os dados são da Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
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A maioria dos casos se concentra em pelo menos 10 cidades. Campo Grande lidera o ranking, com 12% dos ataques de todo estado. Em seguida aparecem:
Corumbá - 14 casos;
Aquidauana - 12 casos;
Dourados - 9 casos;
Porto Murtinho - 9 casos;
Três Lagoas - 9 casos;
Rio Verde de Mato Grosso - 6 casos;
Coxim - 6 casos;
São Gabriel do Oeste - 6 casos;
Miranda - 6 casos.
Mordidas são sinais de defesa
Segundo especialistas, as picadas ocorrem como forma de defesa das serpentes. De acordo com a SES, 75,5% dos casos aconteceram na zona rural.
Um pescador e influenciador digital de Jateí (MS) foi atacado por uma sucuri — situação considerada rara. Um dos dentes da cobra ficou preso em sua perna. Segundo o médico que o atendeu, o maior risco era de infecção, pois a boca de animais silvestres costuma abrigar muitas bactérias.
O Corpo de Bombeiros informou que, em 70% dos atendimentos, as vítimas eram homens. Apesar de os números se manterem na média do ano anterior, a corporação reforça a importância da prevenção para evitar acidentes com serpentes.
A SES orienta a população sobre o que fazer — e o que evitar — em caso de picada de cobra.
LEIA TAMBÉM:
Mordida de sucuri: entenda como os 100 dentes de anzol da cobra gigante levam a infecções graves
'Rei das sucuris': dente de cobra fica preso na pele de influencer após mordida rara; VÍDEO
DNA de caseiro morto no Pantanal é encontrado em fezes de onça-pintada, confirma polícia
⚠️?O que fazer em caso de picada
Lave o local com água e sabão.
Deite a vítima e eleve o membro afetado.
Mantenha a hidratação.
Procure atendimento médico o mais rápido possível.
Se possível, tire uma foto da cobra para ajudar na identificação.
??O que não fazer
Não amarre o local com torniquete ou garrote.
Não corte ou perfure a área da picada.
Não aplique substâncias como folhas, pó de café ou outros produtos.
Não ingira álcool, querosene ou qualquer substância tóxica.
??Como evitar acidentes com serpentes
Use botas de cano alto, perneiras de couro ou sapatos fechados — isso pode evitar até 80% das picadas.
Use luvas ao manusear folhas secas, lixo, lenha ou palhas. Não coloque as mãos em buracos. Cerca de 15% das picadas ocorrem nas mãos ou antebraços.
Cuidado ao mexer em locais quentes, escuros e úmidos, como pilhas de lenha ou palhadas. Cupinzeiros também exigem atenção.
Onde há ratos, há cobras. Mantenha paióis e terreiros limpos, sem lixo acumulado.
Elimine entulhos, pedras e madeiras próximas à casa e mantenha o mato sempre baixo. Esses locais atraem pequenos animais que servem de alimento para as serpentes.
Influencer mordido por sucuri
No caso do influenciador, o médico Felipe Targino disse que o atendimento foi simples porque a sucuri não é uma cobra peçonhenta.
"Não foi necessário usar soro antiofídico. A principal preocupação era com a lesão física (...). Fiz a assepsia, limpeza com água oxigenada e curativo", explicou o médico.
A maior preocupação foi com a infecção, já que a boca de animais silvestres é rica em bactérias. Antes de buscar atendimento, Rafael aplicou álcool na ferida. No entanto, o médico não recomenda esse tipo de medida.
"O álcool resseca a pele e pode prejudicar tecidos saudáveis. A limpeza com soro fisiológico ou água oxigenada é mais eficaz", explicou.
Rafael Gandine foi mordido por uma sucuri em maio deste ano.
Arquivo Pessoal
Mais de 100 encontros
Rafael já teve mais de 100 encontros com sucuris gigantes. Muitos deles foram gravados em vídeo e publicados em suas redes sociais, que têm mais de 1 milhão de seguidores.
"A região aqui é bem preservada, com muita água e vegetação. É o habitat natural das sucuris. Pesco frequentemente, o que facilita esses encontros. Não é todo dia que vejo, mas já tive uns 100 encontros ao longo dos anos", disse Rafael ao g1.
Morador da região desde criança, Rafael vive há dez anos no assentamento. Em 2015, criou um canal no YouTube sobre pescarias e, nos últimos cinco anos, transformou o conteúdo em sua principal fonte de renda.
O especialista em serpentes Henrique Abrahão Charles, informou que o grande número de sucuris na área se deve à preservação da região.
"A partir do momento em que você tem um encontro de uma fauna bem diversificada, como ele mostra nos vídeos, uma fauna e flora preservada, você pode ter, sim, um berçário de sucuris, como é o caso dessa região".
As sucuris são as maiores serpentes do Brasil e estão entre as maiores do mundo. A sucuri-verde (Eunectes murinus) pode atingir até 7 metros de comprimento, mas exemplares com mais de 5 metros são considerados grandes.
Dados da Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica.
Secretaria de Estado de Saúde (SES)
Sucuri flagrada durante expedição de fotógrafos, em MS.
Daniel De Granville/Photo in Natura
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
De janeiro a julho deste ano, 314 pessoas foram picadas por cobras em Mato Grosso do Sul, o que representa 54,7% do total de 574 casos registrados em todo o ano passado. Os dados são da Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
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A maioria dos casos se concentra em pelo menos 10 cidades. Campo Grande lidera o ranking, com 12% dos ataques de todo estado. Em seguida aparecem:
Corumbá - 14 casos;
Aquidauana - 12 casos;
Dourados - 9 casos;
Porto Murtinho - 9 casos;
Três Lagoas - 9 casos;
Rio Verde de Mato Grosso - 6 casos;
Coxim - 6 casos;
São Gabriel do Oeste - 6 casos;
Miranda - 6 casos.
Mordidas são sinais de defesa
Segundo especialistas, as picadas ocorrem como forma de defesa das serpentes. De acordo com a SES, 75,5% dos casos aconteceram na zona rural.
Um pescador e influenciador digital de Jateí (MS) foi atacado por uma sucuri — situação considerada rara. Um dos dentes da cobra ficou preso em sua perna. Segundo o médico que o atendeu, o maior risco era de infecção, pois a boca de animais silvestres costuma abrigar muitas bactérias.
O Corpo de Bombeiros informou que, em 70% dos atendimentos, as vítimas eram homens. Apesar de os números se manterem na média do ano anterior, a corporação reforça a importância da prevenção para evitar acidentes com serpentes.
A SES orienta a população sobre o que fazer — e o que evitar — em caso de picada de cobra.
LEIA TAMBÉM:
Mordida de sucuri: entenda como os 100 dentes de anzol da cobra gigante levam a infecções graves
'Rei das sucuris': dente de cobra fica preso na pele de influencer após mordida rara; VÍDEO
DNA de caseiro morto no Pantanal é encontrado em fezes de onça-pintada, confirma polícia
⚠️?O que fazer em caso de picada
Lave o local com água e sabão.
Deite a vítima e eleve o membro afetado.
Mantenha a hidratação.
Procure atendimento médico o mais rápido possível.
Se possível, tire uma foto da cobra para ajudar na identificação.
??O que não fazer
Não amarre o local com torniquete ou garrote.
Não corte ou perfure a área da picada.
Não aplique substâncias como folhas, pó de café ou outros produtos.
Não ingira álcool, querosene ou qualquer substância tóxica.
??Como evitar acidentes com serpentes
Use botas de cano alto, perneiras de couro ou sapatos fechados — isso pode evitar até 80% das picadas.
Use luvas ao manusear folhas secas, lixo, lenha ou palhas. Não coloque as mãos em buracos. Cerca de 15% das picadas ocorrem nas mãos ou antebraços.
Cuidado ao mexer em locais quentes, escuros e úmidos, como pilhas de lenha ou palhadas. Cupinzeiros também exigem atenção.
Onde há ratos, há cobras. Mantenha paióis e terreiros limpos, sem lixo acumulado.
Elimine entulhos, pedras e madeiras próximas à casa e mantenha o mato sempre baixo. Esses locais atraem pequenos animais que servem de alimento para as serpentes.
Influencer mordido por sucuri
No caso do influenciador, o médico Felipe Targino disse que o atendimento foi simples porque a sucuri não é uma cobra peçonhenta.
"Não foi necessário usar soro antiofídico. A principal preocupação era com a lesão física (...). Fiz a assepsia, limpeza com água oxigenada e curativo", explicou o médico.
A maior preocupação foi com a infecção, já que a boca de animais silvestres é rica em bactérias. Antes de buscar atendimento, Rafael aplicou álcool na ferida. No entanto, o médico não recomenda esse tipo de medida.
"O álcool resseca a pele e pode prejudicar tecidos saudáveis. A limpeza com soro fisiológico ou água oxigenada é mais eficaz", explicou.
Rafael Gandine foi mordido por uma sucuri em maio deste ano.
Arquivo Pessoal
Mais de 100 encontros
Rafael já teve mais de 100 encontros com sucuris gigantes. Muitos deles foram gravados em vídeo e publicados em suas redes sociais, que têm mais de 1 milhão de seguidores.
"A região aqui é bem preservada, com muita água e vegetação. É o habitat natural das sucuris. Pesco frequentemente, o que facilita esses encontros. Não é todo dia que vejo, mas já tive uns 100 encontros ao longo dos anos", disse Rafael ao g1.
Morador da região desde criança, Rafael vive há dez anos no assentamento. Em 2015, criou um canal no YouTube sobre pescarias e, nos últimos cinco anos, transformou o conteúdo em sua principal fonte de renda.
O especialista em serpentes Henrique Abrahão Charles, informou que o grande número de sucuris na área se deve à preservação da região.
"A partir do momento em que você tem um encontro de uma fauna bem diversificada, como ele mostra nos vídeos, uma fauna e flora preservada, você pode ter, sim, um berçário de sucuris, como é o caso dessa região".
As sucuris são as maiores serpentes do Brasil e estão entre as maiores do mundo. A sucuri-verde (Eunectes murinus) pode atingir até 7 metros de comprimento, mas exemplares com mais de 5 metros são considerados grandes.
Dados da Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica.
Secretaria de Estado de Saúde (SES)
Sucuri flagrada durante expedição de fotógrafos, em MS.
Daniel De Granville/Photo in Natura
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
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