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Fã dos Paralamas do Sucesso conhece banda e diz que músicas ajudaram no tratamento da depressão: 'Algumas músicas a gente vive'

Fã dos Paralamas do Sucesso conhece banda e diz que músicas ajudaram no tratamento da depressão: 'Algumas músicas a gente vive'
Encontro aconteceu antes do show na Festa Junina de Votorantim (SP), no sábado (14). Kelly Rufino também homenageou Os Paralamas do Sucesso na epígrafe de sua dissertação de mestrado, com um trecho da canção 'Lanterna dos Afogados'. Kelly Rufino conheceu integrantes da banda Os Paralamas do Sucesso na Festa Junina de Votorantim (SP)
Kelly Rufino/Arquivo pessoal
Anos de admiração e gratidão pelas canções da banda Os Paralamas do Sucesso foram recompensados para uma fã de Votorantim (SP) com um encontro marcante no sábado (14). Kelly Rufino, professora de literatura e orientadora pedagógica, pôde agradecer pessoalmente aos músicos que lhe ajudaram no tratamento da depressão e contou a eles que foram homenageados em sua dissertação de mestrado.
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Kelly, natural de Votorantim, tem 38 anos e adora rock nacional desde os seis. Ao g1, a professora contou que costumava ouvir músicas com a família com frequência, especialmente com a sua mãe. Juntas, elas sintonizavam o rádio e curtiam sucessos dos anos 1990 e 2000. Entre as mais tocadas da época, estava "Uma Brasileira", canção dos Paralamas do Sucesso.
"Eu também gostava bastante de ouvir 'Lanterna dos Afogados', que eu digo que é minha música de conforto. Além de Paralamas, meu pai me ensinou a ouvir Raul Seixas, de quem eu sou muito fã, e também Legião Urbana", disse Kelly.
Kelly Rufino pôde conhecer a banda favorita, Os Paralamas do Sucesso, em Votorantim (SP)
Kelly Rufino/Arquivo pessoal
Durante a adolescência, Kelly e o irmão precisaram lidar com a separação dos pais de forma repentina e intensa. Segundo a professora, foi um episódio bastante traumático e doloroso, que a afetou psicologicamente e a fez desenvolver um quadro de depressão.
"Me apegava muito às músicas que eu ouvia na infância, inclusive as músicas que eu ouvia com a minha mãe e com o meu pai também. [...] Eu vi ali, naquele espaço da música, já que sempre gostei de poesia, um espaço de evasão, sabe? Do sentimento", explicou.
Estar conectada com as canções que um dia fizeram parte de uma fase alegre da vida ajudou Kelly a tratar a depressão. A professora também contou que a paixão pela banda carioca só aumentou quando começou a ouvir não apenas as músicas mais famosas, mas os álbuns completos.
Professora Kelly Rufino, de Votorantim (SP), é fã dos Paralamas do Sucesso desde os seis anos
Kelly Rufino/Arquivo pessoal
O ska, gênero musical de origem jamaicana que mistura elementos do punk e rock com músicas caribenhas, é o que mais chama atenção no grupo Os Paralamas do Sucesso para a professora, pois, segundo ela, os artistas conseguem incrementar elementos da música brasileira neste formato com o baião, samba, carimbó e batuque.
"Eu comecei a deixar os Paralamas como se fosse um plano de fundo, uma trilha sonora da minha vida. E eu gosto muito de ler, sempre gostei muito de ler, e descobri que 'Lanterna dos Afogados' é uma música que foi inspirada no romance do Jorge Amado 'Jubiabá'. O livro descreve uma vila de pescadores e, nessa vila, tem um bar chamado Lanterna dos Afogados, uma espécie de parada para as pessoas que ou vão se suicidar no mar ou para as esposas dos pescadores que ficam esperando eles voltarem. Quando o Herbert compôs a música, ele estava lendo esse livro", contou Kelly.
Professora Kelly Rufino, de Votorantim (SP), com a camiseta da música 'Meu Erro', dos Paralamas do Sucesso
Kelly Rufino/Arquivo pessoal
? Quando tá escuro e ninguém te ouve... ?
A música "Lanterna dos Afogados" foi composta por Herbert Vianna e lançada pelos Paralamas do Sucesso em 1989. Inspirada no livro de Jorge Amado, a canção é lembrada por seus versos impactantes, como: "Quando tá escuro e ninguém te ouve. Quando chega a noite e você pode chorar. Há uma luz no túnel, dos desesperados. Há um cais de porto para quem precisa chegar. Eu tô na Lanterna dos Afogados. Eu tô te esperando, vê se não vai demorar".
Assim como Herbert Vianna se inspirou em uma obra para criar outra, Kelly se inspirou na canção para desenvolver sua dissertação de mestrado em filologia e língua portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP), sobre um manuscrito de Castro Alves chamado "A Cascata de Paulo Afonso".
Ela decidiu homenagear a banda na epígrafe do trabalho e explicou ao g1 como a mensagem transmitida pela música lhe ajudou a concluir o projeto.
"Toda vez que eu queria desistir, eu achava que não ia dar certo, eu colocava a música para ouvir e, aí, eu ficava melhor, sabe? Me livrou de muita tristeza na adolescência, foi realmente uma lanterna para mim, para eu não cair em um poço mais profundo ainda. É por isso que a banda é tão importante para mim, é uma história realmente de vida, parece que foi a trilha sonora da minha vida até aqui", disse.
Epígrafe da dissertação de mestrado da professora Kelly Rufino, de Votorantim (SP), dedicada à banda Os Paralamas do Sucesso
Kelly Rufino/Arquivo pessoal
? Encontro na Festa Junina de Votorantim
Depois de vencer um sorteio promovido pela prefeitura da cidade, Kelly conseguiu um par de pulseiras para conhecer os Paralamas, minutos antes do grupo subir ao palco da Festa Junina de Votorantim Viva+, no sábado.
'Padrinhos' da Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso agitam público da Festa Junina de Votorantim com repertório nostálgico
Ela e o marido, Rodrigo Rodolfo Baltazar de Souza, levaram o livro escrito por João Barone "1,2,3,4! Contando o tempo com Os Paralamas do Sucesso" para ser autografado pela banda e registraram partes do encontro em vídeo. Assista abaixo.
Fã dos Paralamas do Sucesso encontra ídolos em Votorantim
Depois do show, Kelly fez uma publicação nas redes sociais dedicada ao encontro com a banda responsável pela trilha sonora de sua vida. No post, ela escreveu: "O tempo desacelerou. Entrei em um sonho com trilha sonora viva. Fui seguindo estrelas e encontrei Herbert, Bi Ribeiro e João Barone".
"Meu erro foi crer que Bi Ribeiro não notaria minha camiseta com a letra de 'Meu Erro', mas ele notou! Disse que era linda, mostrou ao Herbert. E Herbert, com sua intensidade de sempre no olhar, ouviu cada palavra que eu disse, me respondeu com a voz tão familiar, porque ele sabia que, por trás das minhas lentes, também bate um coração. Naqueles minutos, virei verso, acorde, refrão e entendi: algumas músicas a gente não apenas escuta — a gente vive", escreveu Kelly.
Kelly Rufino e o marido, no camarim da banda Os Paralamas do Sucesso, em Votorantim (SP)
Beatriz Pereira/g1
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