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Júri de oficial da Marinha acusado de matar casal de idosos a facadas é adiado para dezembro de 2025

Júri de oficial da Marinha acusado de matar casal de idosos a facadas é adiado para dezembro de 2025
Cristiano Lacerda foi preso em flagrante pelo assassinato dos pais do namorado, Geraldo e Oselia.
Reprodução/Facebook
O júri popular do oficial da Marinha Cristiano da Silva Lacerda, preso acusado de matar um casal de idosos a facadas em 2022, foi adiado para dezembro de 2025.
A audiência, que começou pouco depois de 14h, foi interrompida depois que a defesa de Cristiano deixou o local. Felipe Coelho, filho do casal e ex-marido de Cristiano, lamentou a decisão de adiar o julgamento:
"Recebo com tristeza e indignação a notícia do adiamento do julgamento, em cima da hora, por conta de um movimento covarde da defesa que se retirou do julgamento, impossibilitando dar continuidade", disse ele.
"É muito doloroso ver mais uma vez nossa esperança por justiça ser adiada. Cada dia de espera é mais um dia de luto reaberto, mais um dia em que minha família e eu precisamos encontrar forças para suportar o que já deveria ter sido encerrado há muito tempo."
Pouco antes da audiência, Felipe pediu a condenação do ex-namorado. O militar foi preso por matar Geraldo Coelho, de 73 anos, e Osélia Coelho, de 72, em um apartamento no Jardim Botânico.
"Estou aqui com o coração firme, em nome da memória dos meus pais, representando toda a nossa família: tios, tias, irmãos, netos e amigos, que ainda carregam a dor irreparável da perda de duas vidas tão preciosas para nós", disse Felipe ao g1.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Cristiano cometeu o duplo homicídio de forma premeditada, por motivo torpe, com extrema crueldade e impedindo qualquer chance de defesa das vítimas.
O militar está preso preventivamente desde o dia do crime, quando foi detido em flagrante no local. A Justiça entende que ele ainda representa risco à integridade do ex-companheiro e filho das vítimas, Felipe Coelho.
Crime por vingança
De acordo com a denúncia do MPRJ, o oficial da Marinha surpreendeu as vítimas durante a madrugada de 25 de junho de 2022, quando elas já estavam deitadas em um sofá-cama.
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O ataque foi brutal, com um “elevado número” de facadas, caracterizando meio cruel e impossibilidade de defesa. Para o juiz Alexandre Abrahão, responsável por levar o caso a júri, o crime teve como motivação uma vingança.
Cristiano estaria inconformado com o término do relacionamento com Felipe e, com o objetivo de causar-lhe sofrimento extremo, assassinou os pais do ex-companheiro. Na decisão, o magistrado destacou que o réu "ainda nutre intenso desejo de impor sofrimento e punição" ao ex-namorado.
Em uma das audiências preparatórias, Felipe pediu para prestar depoimento sem a presença do acusado, alegando temor e abalo emocional. O juiz atendeu ao pedido, considerando necessário garantir “o mínimo de paz e segurança” à testemunha.
Cristiano responde por homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras apontadas pela acusação são:
Motivo torpe: desejo de vingança pelo fim do relacionamento com o filho das vítimas;
Meio cruel: uso de múltiplas facadas, causando sofrimento intenso;
Dificuldade de defesa: vítimas foram atacadas enquanto dormiam.
Relembre o caso
O crime aconteceu na madrugada de um sábado, no apartamento onde Cristiano morava com Felipe, mesmo após a separação do casal. Segundo a investigação, os dois estavam rompidos havia cerca de dois meses, após uma agressão cometida por Cristiano.
Na noite anterior ao crime, Felipe havia saído para uma festa em Ipanema. Tomado por uma crise de ciúmes, Cristiano teria decidido se vingar.
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Felipe Coelho/ Arquivo pessoal
Durante a madrugada, matou os pais do ex-companheiro, que estavam hospedados no apartamento.
Para atrair Felipe de volta para casa, o oficial ligou dizendo que a mãe do rapaz estaria passando mal. Quando Felipe retornou, encontrou os pais mortos na sala.
Cristiano foi encontrado dopado no apartamento e preso em flagrante. Desde então, ele permanece em prisão preventiva à disposição da Justiça.
Estratégia da acusação
A estratégia de acusação tem como estratégia derrubar a alegação dos advogados de Cristiano da Silva Lacerda. A acusação espera que a defesa do réu vá alegar "transtorno psiquiátrico" para tentar pedir a inimputabilidade de Cristiano.
O auxiliar de acusação, o advogado Ricardo Sidi, informou ao g1 que fotos feitas no local do crime mostram marcas de sangue em uma garrafa de bebida alcoólica e embalagens de medicamentos. O que, segundo ele, comprova que o réu estava lucido quando cometeu o crime.
"Nós sustentamos que ele deu muitos sinais de lucidez na hora do crime. Foram mensagens ardilosas para atrair Felipe para a cena do crime e ver o que ele preparou", disse Ricardo.
"Encontramos sangue nas cartelas de remédios e garrafa de whisky. Isso mostra que já tinha matado ao começar a se envenenar", concluiu o advogado.
Cronologia
A acusação também vai apresentar aos jurados a ordem cronológica dos fatos, que segundo o advogado Ricardo Sidi, comprova que Cristiano tentou atrair o ex-companheiro para o local do crime com mensagens "mentirosas e ardilosas".
De acordo com o advogado, as mensagens foram retiradas do telefone de Cristiano.
22h24: O réu paga a conta e sai do bar
22h38: Réu envia áudio a um amigo "demonstrando total lucidez", segundo a acusação.
22h41: O réu chega em casa e se conecta à rede Wi-fi do apartamento.
22h53: O réu envia mensagem à Felipe: 'Nego, sua mãe tá passando mal".
22h54: Felipe faz 12 ligações para o réu. Nenhuma é atendida.
22h57: Felipe faz duas ligações para a mãe, mas não é atendido.
23h14: O réu liga para Felipe e diz: "sua mãe ta passando mal, vai continuar com seus amigos ricos?"
23h24: Felipe envia mensagem para Cristiano: "a caminho".
23h26: Felipe liga novamente para a mãe, mas não é atendido.
23h33: Felipe chega em casa e PM é acionada.

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