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Adeus a Arlindo Cruz: relembre trajetória de um dos maiores sambistas do Brasil

Adeus a Arlindo Cruz: relembre trajetória de um dos maiores sambistas do Brasil
Morre, no Rio, um dos maiores nomes do samba: Arlindo Cruz
Morreu nesta sexta-feira (8), no Rio, um dos maiores nomes do samba: Arlindo Cruz, aos 66 anos. Arlindo lutava contra complicações de um AVC desde 2017 e teve falência de múltiplos órgãos.
Um sambista... e um parceiro inseparável. Era difícil ver Arlindo Cruz sem a companhia do instrumento. Foi pelas mãos do artista que o banjo se popularizou nas rodas de samba.
"Cê tem que ver a maravilha que ele faz quando ele toca esse banjo. Mostra aí, Arlindinho", diz uma pessoa.
Adeus a Arlindo Cruz: relembre trajetória de um dos maiores sambistas do Brasil
Jornal Nacional
Se o banjo era o instrumento, o lugar de Arlindo era Madureira, bairro do subúrbio carioca. Como diz a música, cercado de "luta, suor e esperança num mundo melhor". Ele era filho de músico amador, Arlindão, que adorava organizar rodas de samba em casa. Mas Arlindo tratou de fazer do samba uma profissão.
O dom de Arlindo se aperfeiçoou nas rodas de samba do Cacique de Ramos, um dos blocos mais tradicionais do subúrbio do Rio, onde nasceu uma das referências do pagode: o grupo "Fundo de Quintal". Logo ele se revelou mais que um instrumentista, um grande compositor. Fez mais de 500 músicas sozinho ou em parcerias com amigos - sob a benção da madrinha, Beth Carvalho.
Só de sambas-enredo para a escola do coração, o Império Serrano, compôs mais de dez.
"Eu não nasci Império Serrano, mas o Império me conquistou. Eu sou Império Serrano hoje, brigo pelo Império, choro pelo Império, me emociono pelo Império Serrano", disse Arlindo Cruz.
Mas a música sempre esteve acima de todas as paixões. Também é de Arlindo o samba que deu o campeonato à outra escola, a Vila Isabel, em 2013.
"Ele é o próprio samba. Ele é um dos maiores compositores que eu conheço em toda a minha vida. O grande, querido, Arlindo Cruz", disse Roberto Carlos.
Ele fez parte do elenco do programa "Esquenta".
"Sempre digo, esse homem não precisa de apresentação, mas a gente ajuda aqui. Para quem não lembra - o que eu acho difícil - mas, enfim", diz uma apresentadora.
Foi comentarista nas transmissões de carnaval da Globo e deu o tom às vinhetas de fim de ano.
O futebol era outra paixão, um flamenguista roxo. Arlindo entrou em campo no Maracanã no show de encerramento da Copa das Confederações.
Em 2017, a voz de Arlindo Cruz se calou e o banjo teve que ser deixado de lado por causa de um acidente vascular cerebral hemorrágico. Arlindo não podia mais falar, andar, e ficou com movimentos bastante comprometidos. Começava uma luta longa - que, apesar de todos os esforços, Arlindo Cruz não conseguiu vencer.
No carnaval de 2018, sem a presença de Arlindo Cruz na Sapucaí, Arlindinho levou o banjo do pai para o desfile do Império Serrano. "Tudo para ele. Esse samba é para ele", disse Arlindinho. Em 2023, Arlindo Cruz foi o enredo da escola, marcando a volta do Império Serrano para o grupo especial. Ele surpreendeu a todos ao desfilar de cadeira de rodas no último carro alegórico.
Arlindo Cruz passou por quinze cirurgias. Uma batalha enfrentada com o apoio e a força da família, especialmente da mulher e empresária, Babi. Ela e Arlindo viveram juntos por mais de 35 anos.
Arlindo Cruz conquistou um lugar na música popular brasileira que vai muito além de Madureira. A voz de Arlindo vai ser sempre ouvida em qualquer roda de samba, em todo lugar.

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