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Ecoansiedade: o que é e quais os sintomas do medo ligado às mudanças ambientais

Ecoansiedade: o que é e quais os sintomas do medo ligado às mudanças ambientais
Ecoansiedade é objeto de estudo pós enchente de 2024
Embora ainda não seja classificada como uma condição clínica, a ecoansiedade já é reconhecida por especialistas como uma resposta emocional intensa diante das transformações ambientais.
Medo, angústia, insônia e até sintomas de depressão e estresse pós-traumático são alguns dos sinais que podem surgir dessa ansiedade climática.
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Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em colaboração com a USP e instituições internacionais, mergulhou no universo emocional de 3,5 mil jovens entre 20 e 21 anos para compreender como a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em 2024 afetou a saúde mental dessa geração.
A enchente histórica provocou danos em quase todos os municípios, devastou cidades em sua maioria na Região Metropolitana e Vale do Taquari, retirou milhares de casa e deixou 184 mortos.
A coordenadora da pesquisa, Luciana Tovo, revela dados que merecem atenção: cerca de 10% dos entrevistados relataram sentir nervosismo ou inquietação ao pensar nas mudanças climáticas. Outros 5% enfrentam dificuldades para dormir, atormentados por pensamentos sobre o futuro do planeta.
"Além disso, nós vimos que comparando a ecoansiedade antes das enchentes com o período pós-enchentes, nós vimos que aqueles que foram mais afetados pelas enchentes no ano passado tiveram maiores sintomas de ecoansiedade nesse momento", comenta Luciana.
O pescador Nilton Sabino vive esse impacto diariamente:
"A gente fica bem apreensivo quando vê um pouco da maré da água encher, a gente fica com um pensamento meio alto, porque vai encher de novo, será que vai vir outra vez a água aqui? É difícil, a gente às vezes fica até perder o sono",
Ou seja, o sofrimento não se limita ao momento do evento climático, como observa a psicóloga Marília Madrid:
"Um medo, uma tristeza, raiva, uma preocupação muito intensa sobre o futuro relacionado a essas mudanças climáticas", aponta Marília. "Então, é natural que as pessoas, principalmente as que já passaram por um evento climático desse porte [como a enchente], fiquem com algum sofrimento emocional", diz.
Fotografia 'Rowing', do brasileiro Gerson Turelly
Gerson Turelly
Consciência ambiental
Apesar do cenário preocupante, a pesquisa também revelou um lado positivo: a ecoansiedade tem despertado uma consciência ambiental mais ativa entre os jovens.
Segundo Luciana Tovo, 40% dos participantes passaram a economizar energia com mais frequência. Outros 10% reduziram o consumo de produtos com embalagens excessivas, e cerca de 20% começaram a separar o lixo com mais cuidado.
A estudante Lara Lourenço compartilha um sentimento comum entre os jovens: a sensação de que o mundo está mudando rápido demais.
“Desde a pandemia, está acontecendo muitas coisas no mundo que a gente não está acostumado, que a gente não tem noção da magnitude que pode acontecer", relata.
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