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MP recorre da decisão que mandou soltar o influenciador Vítor Belarmino, que atropelou e matou noivo na orla do Rio

MP recorre da decisão que mandou soltar o influenciador Vítor Belarmino, que atropelou e matou noivo na orla do Rio
Promotores afirmam que conduta do influenciador representa grave risco à ordem pública, destacando que ele abandonou o corpo da vítima na rua e fugiu sem prestar socorro, evidenciando 'total menosprezo pela vida humana'. Bruna Toshiro chega para depor
Henrique Coelho/g1
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com um recurso contra a decisão de soltura do influenciador Vítor Belarmino, que atropelou e matou o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, na orla do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.
O fisioterapeuta tinha acabado de se casar, em julho do ano passado, quando foi atingido pelo carro de Vítor. O influenciador fugiu do local e passou 10 meses foragido até se entregar no mês passado. Ele é réu pelo atropelamento.
Vítor foi solto por decisão da juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal da Capital, que acatou a tese da defesa de que não há mais risco à instrução do processo nem à ordem pública.
A magistrada determinou sua liberdade mediante o cumprimento de medidas cautelares (veja abaixo quais são).
No entanto, a 2ª Promotoria de Justiça Junto ao I Tribunal do Júri da Capital afirma que a conduta do influenciador indica "grave risco à ordem pública, ressaltando que o acusado retirou o corpo da vítima do veículo, o largou em via pública e escapou sem prestar socorro - uma demonstração de total menosprezo pela vida humana."
No recurso, os promotores sustentam que o acusado acumula mais de 20 multas por excesso de velocidade e ressaltam que a suspensão da habilitação se mostra ineficaz, diante do histórico de o réu continuar dirigindo mesmo sem autorização legal.
"Portanto, em razão da gravidade concreta do caso, que colocou em risco concreto a vida de diversas pessoas, e culminou na violenta e prematura morte dolosa (eventual) de jovem que havia literalmente acabado de se casar, além do histórico reiterado e recente de infrações de trânsito pelo recorrido, cabível a imediata restauração de sua prisão preventiva, para assegurar a ordem púbica", descreve trecho do recurso.
Segundo a advogada Tathiana Costa, que representa a viúva Bruna Toshiro, a família da vítima confia que Vitor Belarmino será condenado ao final do processo.
"Óbvio que para a família, para a Bruna, para os amigos, dá uma sensação de impunidade, de tristeza mesmo, de desapontamento. A palavra é desapontamento (com a decisão que revogou a prisão). Mas eles confiam que no julgamento ele vai ser condenado e responder pelas ações dele", disse a advogada.
Influenciador é procurado pela polícia por atropelar e matar noivo na noite do casamento
O MPRJ já havia se manifestado contra o pedido de revogação de prisão, alegando que o acusado ficou foragido por 10 meses, durante quase toda a fase de instrução processual, e que ainda haveria risco à apuração dos fatos, já que testemunhas e a viúva da vítima ainda serão ouvidas em nova fase do julgamento.
Apesar disso, a juíza entendeu que os fundamentos que justificaram a prisão preventiva em 2024 não se mantêm válidos atualmente.
Entre os argumentos para a soltura estão o fato de o acusado ser réu primário, ter bons antecedentes e que, das 97 infrações registradas em sua habilitação, apenas 11 são diretamente atribuídas a ele — nenhuma por direção perigosa em alta velocidade.
A magistrada ainda ressaltou que decisões judiciais não devem se basear em pressões sociais ou comoção pública, mas sim nos critérios legais objetivos.
Vitor Belarmino se apresentou no dia 19 de maio e foi preso após 10 meses foragido.
Reprodução
Restrições
Como condição para responder ao processo em liberdade, Vitor Belarmino deverá cumprir as seguintes medidas cautelares:
comparecimento mensal à Justiça para informar atividades e endereço;
proibição de dirigir qualquer veículo automotor e recolhimento da CNH;
proibição de frequentar casas noturnas entre 22h e 6h;
proibição de se aproximar da viúva da vítima num raio de 500 metros;
proibição de contato com as testemunhas, familiares da vítima ou da viúva, inclusive por redes sociais;
proibição de sair da comarca por mais de 30 dias sem autorização da Justiça;
manutenção do passaporte recolhido.
A decisão prevê que, em caso de descumprimento das condições impostas, a prisão preventiva pode ser novamente decretada.
Além disso, a juíza também revogou a revelia que havia sido decretada anteriormente, enquanto ele esteve foragido por 10 meses, reconhecendo que o réu se apresentou voluntariamente às autoridades.
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Relembre o atropelamento
Fábio Toshiro Kikuda tinha acabado de se casar e atravessava a Avenida Lúcio Costa em direção à praia com a noiva, Bruna, quando foi atingido pela BMW de Belarmino no dia 13 de julho de 2024.
Um vídeo incluído no inquérito mostra o instante seguinte ao choque. Fábio é arremessado, e seu corpo gira várias vezes no ar. A BMW só para metros adiante, mas depois vai embora. Segundos depois, a noiva surge no quadro, em desespero.
Belarmino, então, volta a acelerar e vai embora sem prestar socorro. Cinco mulheres que estavam no carro com Belarmino também são rés por omissão de socorro.
Câmera de segurança mostra atropelamento de noivo após casamento no Recreio
Carro que atropelou Fábio foi apreendido pela Polícia Civil do Rio
Betinho Casas Novas/ TV Globo

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