Do fogo à fé: um ano após enfrentar muralha de fogo, cidade no Pantanal se une para celebrar São João; veja vídeo
Em Corumbá, a festa de São João é feriado municipal. Neste ano, 111 festeiros estão oficialmente cadastrados na Fundação de Cultura de Corumbá. Celebração de São João no Pantanal de MS
Há exatamente 1 ano, a população de Corumbá (MS) enfrentava um momento devastador. De um lado do rio Paraguai, fiéis celebravam com muita fé, o tradicional banho de São João. Do outro, uma muralha de fogo incontrolável consumia o Pantanal.
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Um ano após a muralha de fogo consumir o local e o registro viralizar nas redes sociais, o g1 retornou ao mesmo ponto onde a imagem foi registrada. A festa, em 2025 é outra. A fé e a devoção ao santo se mantêm as mesmas. Veja o vídeo mais acima.
"Foi uma tragédia, uma cena muito impactante. A gente não acreditava naquela imagem. Como que o Pantanal e toda a sua biodiversidade estava passando por aquilo?", relembra a Luciana Scanoni, festeira de São João de Corumbá, e antropóloga.
Mas como este cenário se encontra em 2025?
Ao contrário de 2024, quando as queimadas no Pantanal aumentaram 157% em relação ao ano anterior, segundo o MapBiomas, 2025 apresenta um cenário bem diferente. Neste ano, o bioma se recupera. O que um dia foi fogo, agora dá espaço para o verde da vegetação, que se regenera lentamente.
⚠️O fogo faz parte do ecossistema do bioma, que passa anualmente por dois períodos distintos: o do fogo e o da água. No entanto, especialistas alertam que as mudanças climáticas e a ação humana têm intensificado as queimadas nos últimos anos.
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Banho de São João: Patrimônio Histórico
Em 2025, a união das famílias de Corumbá é o principal ingrediente do banho de São João nas águas do rio Paraguai. Segundo especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a "festa junina do Pantanal" pode ser explicada como um culto ao São João Batista e ao orixá Xangô. A festividade reúne inúmeros símbolos religiosos e icônicos.
Uma das práticas durante a celebração realizada há mais de 100 anos, é a descida da Ladeira Cunha e Cruz com o andor para banhar a imagem do Santo na prainha, à margem direita do rio Paraguai.
Confecção de andores
A montagem dos andores, símbolo da festa, começaram logo após o fim do evento anterior. Para muitos festeiros, a devoção ao santo é passada de geração em geração.
“No começo do ano, a gente já começa a falar, e o São João, e o São João? Aí guarda lanterninha, guarda não sei o quê”, conta a atriz e produtora Bianca Machado.
A preparação dos andores ocorre nas casas dos festeiros. Primeiro, monta-se a estrutura. Depois, vem a parte mais sensível, que é a decoração com flores, fitas, rendas e enfeites, que variam a cada edição. Cada detalhe carrega fé, promessa e gratidão.
Além da família, vizinhos e amigos também participam, em um trabalho coletivo que reforça os laços da comunidade.
“Para São João tem algo novo, né? São João nos surpreende. Por mais que a gente prepara, tenta, planeja, mas acontece tudo conforme a vontade dele”, diz o festeiro Alfredo Ferraz.
Neste ano, 111 festeiros estão oficialmente cadastrados na Fundação de Cultura de Corumbá. São pessoas de diferentes bairros, com um objetivo comum: manter viva a tradição de São João Batista.
Banho de São João
Reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil
Em 2021, a celebração foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A decisão em esfera federal veio mais de 10 anos após a festa ser reconhecida como símbolo imaterial de Mato Grosso do Sul.
A antropóloga Luciana conta que a celebração se tornou um símbolo muito forte de cultura e tradição e crença no município e por isso é tão respeitado.
"É um momento de muita crença, justamente na noite de São João nessa passagem do dia 23 para o dia 24, que o rio recebe capacidades curativas. Nessa noite a água fica mágica, tem essa capacidade de curar e abençoar", detalha Luciana.
Em Corumbá, a festa de São João é feriado municipal. A Prefeitura oficializou a data aos feriados locais por meio da Lei nº 2.986/2025, que também estabelece ponto facultativo no dia 23 de junho.
Banho de São João no Rio Paraguai, em 2025.
Maressa Mendonça
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
Há exatamente 1 ano, a população de Corumbá (MS) enfrentava um momento devastador. De um lado do rio Paraguai, fiéis celebravam com muita fé, o tradicional banho de São João. Do outro, uma muralha de fogo incontrolável consumia o Pantanal.
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Um ano após a muralha de fogo consumir o local e o registro viralizar nas redes sociais, o g1 retornou ao mesmo ponto onde a imagem foi registrada. A festa, em 2025 é outra. A fé e a devoção ao santo se mantêm as mesmas. Veja o vídeo mais acima.
"Foi uma tragédia, uma cena muito impactante. A gente não acreditava naquela imagem. Como que o Pantanal e toda a sua biodiversidade estava passando por aquilo?", relembra a Luciana Scanoni, festeira de São João de Corumbá, e antropóloga.
Mas como este cenário se encontra em 2025?
Ao contrário de 2024, quando as queimadas no Pantanal aumentaram 157% em relação ao ano anterior, segundo o MapBiomas, 2025 apresenta um cenário bem diferente. Neste ano, o bioma se recupera. O que um dia foi fogo, agora dá espaço para o verde da vegetação, que se regenera lentamente.
⚠️O fogo faz parte do ecossistema do bioma, que passa anualmente por dois períodos distintos: o do fogo e o da água. No entanto, especialistas alertam que as mudanças climáticas e a ação humana têm intensificado as queimadas nos últimos anos.
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Banho de São João: Patrimônio Histórico
Em 2025, a união das famílias de Corumbá é o principal ingrediente do banho de São João nas águas do rio Paraguai. Segundo especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a "festa junina do Pantanal" pode ser explicada como um culto ao São João Batista e ao orixá Xangô. A festividade reúne inúmeros símbolos religiosos e icônicos.
Uma das práticas durante a celebração realizada há mais de 100 anos, é a descida da Ladeira Cunha e Cruz com o andor para banhar a imagem do Santo na prainha, à margem direita do rio Paraguai.
Confecção de andores
A montagem dos andores, símbolo da festa, começaram logo após o fim do evento anterior. Para muitos festeiros, a devoção ao santo é passada de geração em geração.
“No começo do ano, a gente já começa a falar, e o São João, e o São João? Aí guarda lanterninha, guarda não sei o quê”, conta a atriz e produtora Bianca Machado.
A preparação dos andores ocorre nas casas dos festeiros. Primeiro, monta-se a estrutura. Depois, vem a parte mais sensível, que é a decoração com flores, fitas, rendas e enfeites, que variam a cada edição. Cada detalhe carrega fé, promessa e gratidão.
Além da família, vizinhos e amigos também participam, em um trabalho coletivo que reforça os laços da comunidade.
“Para São João tem algo novo, né? São João nos surpreende. Por mais que a gente prepara, tenta, planeja, mas acontece tudo conforme a vontade dele”, diz o festeiro Alfredo Ferraz.
Neste ano, 111 festeiros estão oficialmente cadastrados na Fundação de Cultura de Corumbá. São pessoas de diferentes bairros, com um objetivo comum: manter viva a tradição de São João Batista.
Banho de São João
Reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil
Em 2021, a celebração foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A decisão em esfera federal veio mais de 10 anos após a festa ser reconhecida como símbolo imaterial de Mato Grosso do Sul.
A antropóloga Luciana conta que a celebração se tornou um símbolo muito forte de cultura e tradição e crença no município e por isso é tão respeitado.
"É um momento de muita crença, justamente na noite de São João nessa passagem do dia 23 para o dia 24, que o rio recebe capacidades curativas. Nessa noite a água fica mágica, tem essa capacidade de curar e abençoar", detalha Luciana.
Em Corumbá, a festa de São João é feriado municipal. A Prefeitura oficializou a data aos feriados locais por meio da Lei nº 2.986/2025, que também estabelece ponto facultativo no dia 23 de junho.
Banho de São João no Rio Paraguai, em 2025.
Maressa Mendonça
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
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