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Projeto social de Campinas forma 1ª turma de pessoas em situação de rua para o mercado de trabalho: 'Sonho ter uma vida digna'

Projeto social de Campinas forma 1ª turma de pessoas em situação de rua para o mercado de trabalho: 'Sonho ter uma vida digna'
Ação é realizada pelo Instituto Há Esperança, uma ONG que dá abrigo e refeições para 200 pessoas por dia. Projeto social de Campinas faz formatura para turma de pessoas em situação de rua
Quem antes só tinha a calçada como destino, ganhou reconhecimento e novos horizontes por meio de um projeto social de Campinas (SP) que oferece cursos gratuitos profissionalizantes para pessoas em situação de rua. A oportunidade garante a reinserção no mercado de trabalho e na sociedade.
? Com uma beca e um sorriso no rosto, a 1ª turma foi presentada com uma cerimônia de formatura clássica na última sexta-feira (6). A ação é realizada pelo Instituto Há Esperança, uma ONG que dá abrigo e refeições para 200 pessoas por dia.
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Cristiane Duarte da Silva se formou em confeitaria e informática. Após 20 anos vivendo nas ruas, esse é o primeiro passo para ela realizar o seu sonho: arrumar um emprego e sair da calçada.
"Meu sonho é ter uma vida digna", diz Cristiane.
Trilhando um novo caminho, a formanda conta que o curso a tem ajudado muito e as aulas tem lhe trazido aprendizados novos a cada dia.
Reprodução/EPTV
Ida às ruas após tentativa de abuso
A formanda explica que foi parar nas ruas há muitos anos, após uma tentativa de abuso sexual de seu padrasto. Com o descrédito da mãe, ela só viu uma alternativa.
Vivendo nas calçadas, Cristiane enfrentou a fome, o medo e o frio. Também viu o preconceito e o descaso de perto. "Às vezes, tem uns que chegam a jogar até lixo na gente", relata.
Trilhando um novo caminho, a formanda conta que o curso a tem ajudado muito e as aulas tem lhe trazido aprendizados novos a cada dia. Com lágrimas nos olhos, ela comemora a conquista.
"É uma emoção. A gente faz o curso e acaba tendo um diploma. Nunca imaginei que isso poderia acontecer", finaliza.
Na cerimônia, as histórias se unem e o reconhecimento transborda em emoção.
Reprodução/EPTV
? A cerimônia
Antes de lançarem o capelo ao ar, os alunos frequentaram as salas de aula com assiduidade por três meses.
Na cerimônia, as histórias se unem e o reconhecimento transborda em emoção. Com muita dedicação em busca de um futuro fora das ruas, alguns vestiam a beca pela primeira vez.
Lázaro Candido, de 62 anos, nunca imaginou que vestiria uma beca. Agora formado como eletricista, ele só tinha estudado até a 4ª série.
"Minha vida vai mudar para melhor", diz Lázaro.
Lázaro Candido, de 62 anos, nunca imaginou que vestiria uma beca.
Reprodução/EPTV
Jair Rosa também vestia a beca pela primeira vez, e nem imaginava que conquistaria esse feito. Após a formatura, Jair passa a correr atrás de dois novos sonhos: recuperar o vínculo familiar e ter a sua própria barbearia.
"Graças a Deus estou me formando e, em breve, estarei com a minha própria barbearia para cortar muito cabelo das pessoas de Campinas", diz.
Jair Rosa também vestia a beca pela primeira vez, e nem imaginava que conquistaria esse feito.
Reprodução/EPTV
"Os cursos profissionalizantes, além de capacitar para o mercado de trabalho, ele muda a autoestima de uma pessoa. É o resgate de uma cidadania. Muitos já tinham perdido isso", diz Robson Teixeira Gondin, fundador do Instituto Há Esperança.
Alunos descalços
Os cursos são voltados para alunos que frequentam o albergue do Instituto Há Esperança, no Jardim do Lago. Com duração de três meses, os alunos precisam ter 70% de presença para garantir o diploma.
? Mesmo quem tem os pés descalços pode estudar para se tornar um confeiteiro, um eletricista, um barbeiro ou até mesmo aprender a trabalhar com computadores.
Mesmo quem tem os pés descalços, pode estudar para se tornar um confeiteiro, um eletricista, um barbeiro ou até mesmo aprender a trabalhar com computadores.
Reprodução/EPTV
Cássio Cristino, professor de confeitaria, explica que os estudantes aprendem a desenvolver vários pratos durante os estudos. Complementando as aulas teóricas, os alunos colocam a mão na massa.
"Eles aprendem a fazer o pão de ló, que é mais simples. Após assado, eles aprendem a fazer o bolo de aniversário [...]. Aprendem a fazer coisas mais simples, a confeitaria básica para não dificultar para eles", explica o docente.
Na barbearia, os alunos treinam as habilidades com os outros moradores de rua. E, em frente aos computadores, os estudantes aprendem a como redigir um texto e a como preparar um currículo.
Na oficina elétrica, os estudantes descobrem tudo que um eletricista precisa saber.
Antes de ficar desempregado e parar nas ruas, Julio Cesar trabalhava como pintor. Com os novos conhecimentos, ele espera uma recolocação no mercado de trabalho.
"Até na parte da pintura eu precisava saber da parte elétrica e não sabia. Agora eu vou sem medo", diz.
Antes de ficar desempregado e parar nas ruas, Julio Cesar trabalhava como pintor.
Reprodução/EPTV
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