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Falta d'água: Piracicaba anuncia obra emergencial de R$ 9,6 milhões em ETA para resolver problema de abastecimento; entenda

Falta d'água: Piracicaba anuncia obra emergencial de R$ 9,6 milhões em ETA para resolver problema de abastecimento; entenda
Presença de resíduos em processo de tratamento de água foi apontado como um dos motivos para falta d'água na cidade. Veja detalhes na reportagem. Prefeitura anuncia obra emergencial em ETA para resolver problemas de falta d'água em Piracicaba
Reprodução/EPTV
O excesso de lodo resultante do processo de tratamento de água em Piracicaba (SP) é um dos principais motivos pelos constantes problemas de falta de abastecimento na cidade, segundo o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae). Isso porque o desafio da Prefeitura de Piracicaba e da autarquia era a destinação correta do resíduo, que leva cerca de um ano para secar.
?️Para tentar resolver o problema, a Prefeitura e o Semae anunciaram o início de uma obra emergencial de reestruturação da Estação de Tratamento de Água (ETA) II – Luiz de Queiroz, no Centro de Piracicaba, que atende 179 bairros da cidade. O valor do serviço é estimado em R$ 9,65 milhões.
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?A obra, aponta a prefeitura, ainda prevê reparar o problemas de perdas d´água na cidade. De acordo com a autarquia, atualmente, o índice de perdas de água limpa é de 54%. Ou seja, mais da metade de tudo que é tratado fica pelo caminho e não chega na torneira da população.
A ação, ainda conforme a prefeitura, tem como foco evitar desabastecimentos que bairros que abrangem 122 mil piracicabanos – incluindo 22 escolas, 36 unidades de saúde, além de hospitais e órgãos de segurança pública – em 179 bairros da cidade atendidos pela Estação.
Conforme projeto, entre as principais melhorias, a obra emergencial prevê:
instalação de raspadores mecanizados e sistema automatizado para remoção contínua do lodo eliminando a necessidade de paradas
reforma dos decantadores com novos módulos tubulares e canaletas para melhorar a
sedimentação substituição completa dos materiais filtrantes em cinco unidades, assegurando a qualidade da água tratada
Excesso de lodo foi armazenado em bags
Edijan Del Santo/EPTV
O prefeito de Piracicaba Helinho Zanatta (PSD), a obra estima restabelecer a capacidade produtiva da ETA 2 para 400 litros por segundo (34,5 milhões de litros/dia), atualmente reduzida para cerca de 260 litros por segundo (22,4 milhões de litros/dia).
“Essa reestruturação vai assegurar o abastecimento estável para quase um terço da população piracicabana. Além disso, a obra traz benefícios como maior eficiência operacional, redução dos custos com limpeza manual frequente, melhor qualidade da água tratada e adequação ambiental com vistas à futura Estação de Tratamento de Lodo (ETL)”, disse.
Caminhões retiram excesso de lodo em Estação de Tratamento de água de Piracicaba
Em janeiro, após uma ação de retirada do excesso de lodo da estação, a capacidade de tratamento voltou a operar quase em volume máximo, aponta o Semae.
Despejo de resíduos
Em janeiro deste ano, o excesso de lodo retirado do processo de tratamento de água e esgoto ficou armazenado em quatorze bolsas nas estações de tratamento de esgoto São Jorge e Ponte do Caixão. Leva cerca de 12 meses para que o resíduo seque e possa ser descartado.
O coordenador de serviços da concessionária, Luís Gustavo Theodoro dos Santos, conta um pouco sobre o porquê de o processo precisar de tanto tempo para ser concluído.
"Fica um bom tempo porque o bag exige que seja drenado a água do lodo, junto com a ação do sol ajudando nesse processo natural de secagem, e depois de seco a gente faz a remoção e encaminha pra aterro sanitário", explica.
O diretor do Semae de Piracicaba, Ronald Pereira da Silva, explica que o processo de destinação e despejo do excesso de logo pode ser caro e precisa ser analisado com cuidado pela pasta.
"As possibilidades de retirada em definitivo estão sendo analisadas pelo Semae, vários estudos estão ocorrendo aqui pra que a gente ache a alternativa mais barata e mais eficiente pra população também", detalha.
Ainda segundo o diretor, uma solução definitiva para o problema depende de recursos e só deve ser resolvida a médio ou longo prazo.
Justiça
ETA Luiz de Queiroz em Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba
Em dezembro de 2024, a justiça de Piracicaba determinou que a prefeitura e o Semae parassem de despejar o material do rio, e que fosse criado um sistema de tratamento desses resíduos, entre outras medidas.
A liminar, publicada no dia 19 de dezembro, determinava que o Poder Público municipal deveria cumprir as seguintes exigências. ? Relembre, abaixo:
Parar imediatamente de lançar resíduos e efluentes (lodo dos decantadores e águas de lavagem de filtros) das Estações de Tratamento de Água (ETAs) Luiz de Queiroz I e II no Rio Piracicaba, sem o devido tratamento e em desacordo com os padrões legais estabelecidos;
Realizar a correta destinação final dos resíduos gerados pelas ETAs, conforme exigido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pela legislação, apresentando relatórios bimestrais de comprovação;
Elaborar, em até 15 dias, um Plano de Contingência e Racionamento que preveja medidas para mitigar os impactos no fornecimento de água e prevenir riscos à saúde pública, entregando ele à agência reguladora e à Vigilância Sanitária Municipal;
Implantar um sistema definitivo de tratamento dos resíduos das ETAs Luiz de Queiroz I e II, com início de operação até 31 de março de 2026, além de apresentar, em até 15 dias, um cronograma detalhado das ações a serem adotadas.
Em 14 de janeiro de 2025, o Tribunal de Justiça (TJ) acatou recurso da prefeitura e do Semae e suspendeu a decisão anterior.
De acordo com o TJ, a suspensão da liminar é uma medida excepcional destinada a resguardar a ordem, a saúde, a segurança e a economia públicas, após apresentação da administração municipal de que a medida anterior impactava no fornecimento de água em Piracicaba e, por consequência, a ordem pública.
Problemas ambientais
Lodo na estação de tratamento de água em Piracicaba
Edijan Del Santo/EPTV
Entre os motivos citados durante a liminar que proibiu momentaneamente o despejo do lodo no Rio Piracicaba, estão os fatores ambientais.
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o material poderia atrapalhar a piracema, período de reprodução dos peixes do Rio Piracicaba.
Aterro
Segundo a ambientalista Sílvia Regina Lobo, o lodo gerado pela captação de água pode ser altamente tóxico, e que até que não haja nenhum tipo de estudo que investigue a fundo a qualidade do resíduo, não deve ser despejado no rio novamente.
"Como a gente tem a questão de esgoto clandestino que muitas vezes vem de empresas, pode ter metais pesados, pode ter produtos tóxicos. A água do rio ainda pode receber de imediato agora nas chuvas, restos de fertilizantes e defensivos químicos. O aterro é o melhor destino, é caro mas nesse momento até que você não tenha um estudo muito profundo sobre a qualidade desse lodo, é a melhor solução", analisa.
O diretor do Semae frisa que, atualmente, a Pasta pretende evitar ao máximo que volte a haver despejo desse tipo de resíduo dentro do Rio Piracicaba, mas que não há entendimento por parte do órgão sobre a possibilidade do lodo ser tóxico.
"Estamos evitando chegar nesse ponto. Que fique bem claro que nós estamos possibilitamos a voltar a despejar esse lodo no Rio Piracicaba, porque é um lodo do próprio rio e no nosso entender ele não tem essa nocividade ao meio ambiente como foi falado", aponta.
Falta d'água
De acordo com o Semae, responsável pelo serviço de abastecimento na cidade, o resíduo como um dos motivos dos constantes problemas de falta de água no município, que tem acometido diversos bairros ao longo do último ano.
Em ocorrências mais recentes, moradores de chegaram a ficar até cinco dias sem abastecimento. ?Relembre aqui.
Falta de água em Piracicaba é alvo de reclamação de moradores
O presidente do Semae explica que o local onde o resíduo estava parado na verdade deveria estar ocupado por água em estado de decantação, diminuindo a capacidade de tratamento da estação.
"Precisamos retirar de forma urgente o lodo que está no tanque de decantação para que volte a produção de água com sua capacidade plena. Nós temos na estação Luiz de Queiroz a capacidade de tratamento de 750 litros de água por segundo, e hoje está tratando 400 litros de água [por segundo]", explica Ronald.
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