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6h

Laudo revela que jovem foi baleado em abordagem da PM antes de bater moto em poste, na PB

Laudo revela que jovem foi baleado em abordagem da PM antes de bater moto em poste, na PB
À esquerda, Guilherme Pereira, e no lado direito da imagem, Ana Luiza
TV Cabo Branco
O jovem Guilherme Pereira, morto junto com a namorada Ana Luiza, após a moto em que estava bater em um poste no bairro de Muçumagro, foi atingido com um tiro na cabeça antes da colisão, é o que revela um laudo da Polícia Civil que o g1 teve acesso com exclusividade nesta terça-feira (22). A Polícia Civil também indiciou um policial militar que, segundo outro documento que reportagem teve acesso, atirou contra a vítima.
Oficialmente a Polícia Civil não divulgou os laudos periciais realizados após a exumação dos corpos dos jovens. O g1 entrou em contato com a Polícia Civil, por meio da delegada que investiga o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
A reportagem entrou em contato também com a Polícia Militar, assim como com o advogado de Tiago Almeida Filho, policial militar investigado. A defesa do policial disse que não teve acesso ao documento de indiciamento do cliente e que vai se posicionar quando tiver.
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O laudo, assinado por três peritos do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC), aponta que o cadáver de Guilherme apresenta perfuração transfixante no crânio resultante de tiro de arma de fogo, ou seja, o jovem foi atingido com um tiro na cabeça. O documento constatou que a bala entrou pelo lado esquerdo da cabeça da vítima e saiu no lado direito.
Para chegar na conclusão do laudo, os peritos analisaram não somente o corpo do jovem, mas também fizeram análises no capacete utilizado por Guilherme enquanto pilotava a moto. Nessas análises, conforme o documento, houve a constatação de que o capacete também foi perfurado pelo projétil.
Relatório da Polícia Civil mostra marcas compatíveis com perfuração por projétil de arma de fogo no capacete da vítima
Reprodução
O outro documento que o g1 teve acesso trata-se de um relatório da Polícia Civil, assinado pela delegada Luísa Correia, que indiciou o policial militar pois considerou que a munição que atingiu o jovem era "similiar a utilizada em fuzis" da PMPB.
No mesmo documento de indiciamento, foi informado que policiais militares que participaram da ronda que seguiu a moto dos jovens em novembro de 2024 tiveram pedido protocolado junto ao Comando da Polícia Militar para verificação das armas utilizadas naquele dia. Dois dos policiais disseram, em depoimento para a polícia, que portavam fuzis durante a ação. O documento diz que “o policial efetuou o disparo de arma de fogo que atingiu o jovem na cabeça e provocou a colisão da moto”.
O depoimento dos policiais militares foi colhido pela Polícia Civil e todos os agentes negaram, nos autos, terem atirado contra o jovem, inclusive o que foi indiciado.
O policial militar foi indiciado por duplo homicídio qualificado consumado contra os dois jovens.
Em relação ao laudo de Ana Luiza, a outra jovem que morreu com o acidente, o laudo que a reportagem teve acesso constatou que uma pancada forte na cabeça foi a causa da morte. Conforme o documento, "nenhum elemento de munição ou fragmentos de munição" foram encontrados no corpo da mulher.
A exumação dos corpos e a versão da família
Os corpos dos jovens foram exumados em julho, após pedido do pai do jovem, que alega que o casal foi morto a tiros, e responsabiliza policiais militares. Esse caso, que antes era investigado pela Delegacia de Crimes de Trânsito da capital, foi transferido e reaberto para ser investigado pela Delegacia de Homicídios.
Os jovens foram enterrados novamente após a exumação na quinta-feira (17), no cemitério Nossa Senhora da Boa Morte, em Bayeux.
O pai de Guilherme Pereira, jovem que pilotava a moto quando houve a batida em um poste, Joselito Pereira, afirmou que os jovens foram mortos a tiros e que os disparos foram feitos por policiais militares. Conforme relato do pai, ele solicitou um laudo pericial particular para constatar a causa da morte e, neste laudo, houve o apontamento de que tiros haviam perfurado os corpos dos jovens e que isso causou as mortes. Joselito disse que esse laudo e outros indícios foram estão com a Polícia Civil.
Relembre o caso
Imagens de circuito de segurança mostram momento em que moto atinge poste
TV Cabo Branco/Reprodução
Os dois jovens morreram na madrugada do dia 30 de novembro de 2024, no bairro Muçumagro, em João Pessoa.
Segundo informações repassadas pela PM à TV Cabo Branco, as equipes policiais foram informadas durante a madrugada sobre uma festa ilegal que estaria acontecendo na região da Praia do Sol. Quando as equipes estavam nesse deslocamento para fazer o patrulhamento, se depararam com três motocicletas em alta velocidade.
Ainda conforme o relato da PM à época, os agentes ainda conseguiram parar uma dessas motocicletas, abordou um desses casais. Cada moto tinha um casal. Só que as outras duas motos seguiram, uma foi pela contramão e a outra foi por cima da calçada, que foi nesse momento que o piloto acabou perdendo o controle e batendo com poste.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas não houve tempo para socorro. Os dois jovens acabaram morrendo na hora.
Exumação dos corpos de Guilherme e Ana Luiza reacende suspeita de crime
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