Linnpy

G
G1
9h

A aposta arriscada de Trump que pode dar certo — se Israel e Irã interromperem ataques

A aposta arriscada de Trump que pode dar certo — se Israel e Irã interromperem ataques
Presidente americano inseriu os EUA na guerra entre Irã e Israel e isso pode provocar o fim do conflito — se tudo der certo. Donald Trump
Getty Images via BBC
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumiu um grande risco ao inserir os EUA no tenso conflito entre Israel e Irã. Mas esse risco poder ter valido a pena — pelo menos por enquanto.
Trump anunciou na noite de segunda-feira (23) que os dois países concordaram com um cessar-fogo que, segundo ele, poderia levar a uma paz duradoura.
AO VIVO: Acompanhe as últimas atualizações do conflito
Se o presidente americano de fato encerrou o que ele chamou de "Guerra dos 12 Dias", isso representaria um passo significativo para evitar um conflito que parecia prestes a engolir a região — e os próprios EUA, depois dos seus ataques aéreos a instalações nucleares iranianas.
"Desde que o regime israelense interrompa sua agressão ilegal contra o povo iraniano até as 4 da manhã, horário de Teerã, não temos intenção de continuar nossa resposta depois disso", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, em um comunicado.
Mais tarde, o governo israelense disse que concordou com a proposta após "atingir os objetivos" de seus ataques ao Irã.
As duas partes pareciam estar prestes a diminuir a pressão quando o prazo final das 4h (21h30 de segunda-feira no horário de Brasília) chegou em Teerã, e os ataques israelenses teriam cessado.
Mas a fragilidade do acordo ficou evidente apenas duas horas depois, quando o ministro da Defesa de Israel acusou o Irã de violar o cessar-fogo e prometeu responder com firmeza. O Irã, por sua vez, negou qualquer violação.
O governo Trump sem dúvida espera que isso seja passageiro, devido às tensões óbvias, e que o cessar-fogo seja respeitado por ambos os lados.
Donald Trump anuncia cessar-fogo entre Irã e Israel
Isso acontece após um dia tumultuado na região, quando o Irã cumpriu sua promessa de retaliar o ataque americano de sábado.
De acordo com os primeiros relatos, todos os mísseis iranianos direcionados à enorme base americana no Catar foram interceptados e não houve vítimas ou danos aos americanos.
Durante seu discurso à nação na noite de sábado, o presidente Trump havia alertado que haveria uma resposta americana esmagadora a quaisquer ataques iranianos contra interesses americanos. Ele prometeu que havia mais alvos que poderiam ser atingidos pelas forças americanas, se necessário.
Por mais de 24 horas, o mundo esperou para ver o que o Irã faria. Assim que o Irã agiu, a atenção se voltou para o presidente dos EUA e, depois de algumas horas, ele falou pela primeira vez.
"O Irã respondeu oficialmente à nossa destruição de suas instalações nucleares de forma muito fraca, o que esperávamos, e combatemos de forma muito eficaz", postou Trump em sua rede social.
Israel disse ter sido atacado por Irã nesta terça (24/6) e prometeu reagir, colocando em dúvida o esforço de cessar-fogo
EPA via BBC
Ele disse, ainda, que "talvez o Irã possa agora prosseguir rumo à paz e à harmonia na região".
Embora os danos aos EUA tenham sido aparentemente limitados, Trump parecia inclinado a não contra-atacar na esperança de que os iranianos estivessem dispostos a negociar seriamente.
E, nos bastidores, a Casa Branca afirma que ele estava conversando com mediadores do Catar e com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para acertar os detalhes do cessar-fogo.
O ataque de Trump ao Irã no fim de semana foi uma manobra de alto risco, mas um cenário em que os resultados já estão aparecendo.
Uma dinâmica semelhante ocorreu em janeiro de 2020, quando Trump ordenou o assassinato seletivo do líder da Guarda Revolucionária Iraniana, Qasem Soleimani, em Bagdá.
O Irã lançou mísseis contra bases militares no Iraque, ferindo mais de 100 soldados americanos, mas os EUA optaram por não intensificar a ofensiva. A calma acabou prevalecendo.
De acordo com a imprensa dos EUA, em seu último ataque na segunda-feira, o Irã disparou um número de mísseis contra bases americanas, igual ao número total de bombas lançadas por aviões de guerra dos EUA durante o ataque do fim de semana.
Isso, juntamente com o aviso prévio que o Irã deu ao governo do Catar antes do lançamento, pelo qual Trump disse estar grato, sugere que os iranianos estão buscando proporcionalidade — e não escalada.
Durante a maior parte do dia, Trump estava mais focado no preço do petróleo, na cobertura da mídia americana e na sugestão do ex-presidente russo Dimitry Medvedev de que uma nação estrangeira fornecesse armas nucleares ao Irã.
Autoridades dos EUA declararam que Trump, o atual presidente, cumpre suas ameaças, ao contrário de alguns de seus antecessores.
Se o Irã lançasse outra rodada de ataques — e houvesse mortes ou danos significativos de americanos — a pressão para que Trump respondesse aumentaria.
No momento, porém, ele parece estar de olho em como evitar mais combates, e ambos os países parecem dispostos a considerar isso.
LEIA TAMBÉM:
Trump chama ataque do Irã contra base americana no Catar de 'fraco' e agradece por aviso prévio
Aviso com antecedência e mísseis interceptados: os sinais de que o revide do Irã aos EUA foi ensaiado e simbólico
INFOGRÁFICO: O ataque sem precedentes dos EUA ao Irã e a resposta de Teerã

Para ler a notícia completa, acesse o link original:

Ler notícia completa

Comentários 0

Não há mais notícias para carregar