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Israel x Irã: tudo o que se sabe até o momento sobre o conflito

Israel x Irã: tudo o que se sabe até o momento sobre o conflito
Desde sexta-feira (13), mais de 240 pessoas morreram nos dois países, segundo autoridades locais — instituições independentes indicam que o número pode ser maior. Entenda os motivos do conflito, quem são os envolvidos, os principais episódios da escalada e o que pode acontecer a partir de agora. Conflito Israel x Irã chega ao 6º dia com chance de entrada dos Estados Unidos
O confronto entre Israel e Irã segue em rápida escalada, com ataques de longo alcance, ameaças de represálias e a pressão crescente pelo envolvimento dos Estados Unidos. O cenário é considerado o mais grave entre os dois países em décadas.
AO VIVO: acompanhe a cobertura do g1 sobre o conflito entre Israel e Irã
Desde sexta-feira (13), mais de 240 pessoas morreram nos dois países, segundo autoridades locais. Já o grupo independente Human Rights Activists estima ao menos 585 mortos apenas no Irã.
Israel diz que mira instalações nucleares iranianas. Já o Irã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, e classificou os ataques como “crimes de guerra”. Líderes militares iranianos foram mortos nos ataques.
Movimentações militares e declarações de Donald Trump levantam possibilidade de uma ação direta dos EUA contra o Irã. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, falou em “consequências irreparáveis” caso os EUA ataquem.
Por enquanto, não há previsão de um acordo de cessar-fogo.
Veja perguntas e respostas sobre o conflito:
Por que Israel está atacando a Irã?
Como o Irã está reagindo?
Os Estados Unidos podem entrar no conflito?
Onde Israel atacou o Irã?
Onde o Irã atacou Israel?
Quem é mais forte: Irã ou Israel?
Qual a origem do conflito entre Israel e Irã?
O Irã representa uma ameaça nuclear?
Qual o arsenal dos dois países?
O conflito vai continuar?
Por que Israel está atacando o Irã?
Na noite de quinta-feira (12), as Forças de Defesa de Israel atingiram dezenas de alvos no Irã. Explosões foram registradas em Teerã e em outras cidades do país.
Militares israelenses afirmaram que a operação tem como objetivo frear o avanço do programa nuclear iraniano. Segundo o governo de Israel, o Irã já acumulou material suficiente para produzir até nove bombas nucleares — e um terço desse urânio foi enriquecido apenas nos últimos três meses.
A Embaixada de Israel no Brasil acusou o Irã de ser o "principal patrocinador do terrorismo global" e uma "ameaça existencial" ao Estado israelense, afirmando que o regime iraniano busca a "aniquilação do Estado de Israel" por meio de um "extenso e clandestino programa de armas nucleares".
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que Israel não permitiria que o Irã obtivesse armas de destruição em massa.
Ataque de Israel em Terã, capital do Irã
Vahid Salemi/AP
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Como o Irã está reagindo?
O Irã está reagindo aos ataques israelenses com uma série de ofensivas, incluindo o lançamento de mísseis balísticos e drones contra Israel.
"A nação iraniana não permitirá que o sangue de seus valiosos mártires fique sem vingança, nem ignorará a violação de seu espaço aéreo", afirmou o líder supremo iraniano Ali Khamenei em meio aaos ataques iranianos contra Israel.
Pouco depois do início da ofensiva iraniana, Khamenei acusou Israel de ter iniciado uma guerra e declarou que o governo israelense cometeu "um grande erro".
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Os Estados Unidos podem entrar no conflito?
Líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e o presidente dos EUA, Donald Trump
WANA (West Asia News Agency) via Reuters; Nathan Howard/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou a reunião do G7 no Canadá antes do previsto para tratar do conflito entre Israel e Irã. Nesta terça-feira (17), o americano se reuniu com membros do Conselho de Segurança Nacional e deu sinais de que poderia entrar de vez no conflito:
Em uma rede social, Trump usou a palavra "nós" — em provável referência à aliança com Israel — ao afirmar que "já tinha o controle do céu do Irã".
O presidente disse saber onde o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, estaria escondido e escreveu que não o mataria “por enquanto”, mas que a paciência estava chegando ao fim.
Trump exigiu uma rendição incondicional do Irã.
Os Estados Unidos enviaram mais caças para o Oriente Médio e reforçaram a presença militar na região. Além disso, segundo a Reuters, grande número de aeronaves americanas saiu da Europa em direção ao Oriente Médio.
Nesta quarta-feira (18), no entanto, Trump afirmou durante coletiva de imprensa que "não pode dizer" se os Estados Unidos vão atacar o Irã. Também afirmou ter sido procurado pelo governo iraniano, que, segundo ele, queria se reunir com o presidente norte-americano na Casa Branca.
"Eu disse que é tarde demais. O Irã deveria ter negociado antes. A paciência acabou", disse.
Para Priscila Caneparo, doutora em Direito Internacional, a entrada dos EUA pode provocar um conflito ainda mais sangrento, com mortes de civis.
"O que a gente observa que os Estados Unidos são os únicos atores competentes que teriam o poder num contexto mundial para neutralizar o programa nuclear iraniano, já que possuem artilharia para tanto, diferentemente de Israel", afirma a especialista.
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Onde Israel atacou o Irã?
Israel atacou várias cidades do Irã, principalmente a capital do país, Teerã. Os ataques tiveram como alvo áreas residenciais, instalações nucleares e de petróleo, bases militares, bases de defesa aérea e prédios estatais.
Um dos principais alvos foi a usina nuclear de Natanz, onde foram destruídos a infraestrutura elétrica, os geradores de emergência e uma seção dedicada ao enriquecimento de urânio. Também houve danos significativos nas instalações nucleares de Isfahan.
Durante uma transmissão ao vivo, a TV estatal iraniana também foi bombardeada por Israel. O governo do Irã afirmou que o ataque à emissora constituiu um crime de guerra.
Israel ataca TV estatal do Irã durante transmissão ao vivo, diz imprensa local
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Onde o Irã atacou Israel?
Desde que foi atacado por Israel na quinta (12), o Irã tem reagido com uma série de ofensivas. O país iraniano atacou várias cidades israelenses, sobretudo Tel Aviv, Bat Yam e Haifa. Os ataques tiveram como alvo áreas residenciais e prédios comerciais.

As autoridades israelenses declararam que os bombardeios iranianos mataram até agora ao menos 24 civis e afetaram mais de 3 mil pessoas, que precisaram deixar suas casas.
Equipes de resgate vasculham escombros de prédios residenciais destruídos por mísseis iranianos, usando cães farejadores e escavadeiras pesadas para procurar sobreviventes.
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Quem é mais forte: Irã ou Israel?
Mesmo diante de retaliação por parte de Teerã, especialistas apontam vantagem das forças israelenses ao realizarem ataques que conseguem contornar a defesa aérea iraniana, matar autoridades e atingir instalações nucleares.
Os ataques de Irã a Israel deixaram danos menores. Desde o início do conflito, não há registros de ataques de grande porte bem-sucedidos contra instalações ou comandantes militares.
Como Israel contornou defesa, atingiu instalações nucleares e matou autoridades iranianas
De acordo com especialistas, o conflito expõe a dificuldade de Irã em defender seu território e atacar o adversário. Seu orçamento militar é de US$ 8 bilhões de dólares, o que corresponde a cerca de 1/3 do israelense, US$ 34 bilhões, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.
Um dos fatores que permitiram a Israel construir a vantagem atual foi uma operação realizada em outubro de 2024. À época, Israel lançou três ondas de ataques com foco em neutralizar baterias de defesa aérea iranianas, como o sistema S-300.
"O objetivo era degradar, essa capacidade defensiva do Irã, abrindo o caminho para ataques mais profundos no futuro", disse Vitelio Brustolin, pesquisador da Universidade de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vitelio Brustolin.
Além disso, outros fatores contribuem para que Israel tenha vantagem no conflito, como explicou esta reportagem do g1.
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Qual a origem do conflito entre Israel e Irã?
Entenda a cronologia da escalada de tensões entre Irã e Israel
A rivalidade entre os países, descrita como uma "guerra nas sombras", intensificou-se após a Revolução Islâmica de 1979 no Irã. Antes disso, as relações eram cordiais, e o Irã foi o segundo país islâmico a reconhecer Israel.
Irã e Israel já foram 'amigos' e se ajudaram no passado; saiba por que a relação implodiu
O regime dos aiatolás impôs uma república islâmica que se apresentava como defensora dos oprimidos e tinha como principais marcas a rejeição ao "imperialismo" americano e a Israel, rompendo relações com Tel Aviv. O novo governo também cedeu a embaixada israelense à OLP (Organização pela Libertação Palestina), que então liderava a luta por um Estado palestino.
Com o tempo, Israel começou a ver o Irã como uma ameaça existencial devido ao seu programa nuclear e ao financiamento de grupos como Hamas e Hezbollah. A guerra em Gaza e ataques mútuos a oficiais e instalações já haviam escalado a tensão entre os países.
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O Irã representa uma ameaça nuclear?
Segundo Israel, a ameaça existe e é iminente. O Irã, por sua vez, diz que seu programa nuclear é pacífico.
O governo israelense alega que o Irã acumulou urânio enriquecido suficiente para fazer de nove a quinze bombas nucleares, com um terço desse volume enriquecido nos últimos três meses, e que está em um estágio avançado de um programa nuclear secreto para desenvolver uma bomba.
Em março de 2023, a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU também afirmou que o Irã estava enriquecendo urânio. Um dia antes do ataque de Israel, o Conselho de Governadores da AIEA censurou o Irã pela primeira vez em 20 anos, por falta de cooperação com seus inspetores. Em resposta à censura, o Irã anunciou que estabeleceria uma terceira unidade de enriquecimento no país.
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Pessoas seguram bandeiras iraniana e israelense em local alvo de ataque do Irã em Rishon LeZion, Israel
Ammar Awad/Reuters
Qual o arsenal dos dois países?
Israel tem uma vantagem tecnológica em seu arsenal aéreo, com 340 caças, incluindo modelos avançados como o F-35, F-16 e F-15, importados dos EUA. Seu sistema de defesa aérea também é considerado mais avançado, com sistemas como Seta, Domo de Ferro e Viga de Ferro.
Israel ainda possui cerca de 90 ogivas nucleares e tem os Estados Unidos como seus principais aliados. O país tem um orçamento militar anual de US$ 19,4 bilhões (em 2022) e efetivo de 169,5 mil militares na ativa e 465 mil reservistas.
Os EUA têm apoiado Israel com armas, mas até agora os americanos não deram acesso à única bomba que provavelmente seria capaz de penetrar no complexo nuclear subterrâneo do Irã em Fordow.
O Irã é uma potência militar na região, com o segundo maior efetivo (610 mil militares ativos e 350 mil reservistas) e um orçamento de US$ 44 bilhões (em 2022). Possui 273 caças, mas sua frota é composta por jatos mais antigos ou obsoletos, incluindo caças da União Soviética.
Além disso, o Irã tem 13 vezes mais veículos de artilharia e lançadores de mísseis que Israel e produz drones de alta tecnologia, como o Shahed-136 e Mohajer 10.
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O conflito vai continuar?
As ameaças do Irã e a retórica de Israel indicam que sim. O porta-voz militar israelense, Effie Defrin, declarou, após os bombardeios, que os militares do país estavam trabalhando em um plano de ataque em fases, e que a operação poderia ser longa.
Por enquanto, não há previsão de reuniões diretas ou acordos entre Israel e Irã. As negociações nucleares que poderiam oferecer uma saída diplomática para a crise foram canceladas após os ataques israelenses a instalações iranianas na sexta.
O Irã chegou a declarar que está disposto a aceitar um acordo, desde isso que não negue seu direito ao enriquecimento de urânio — o que não é aceito por Israel e líderes europeus como chanceler alemão. O país também se negou a um cessar-fogo, enquanto estiver sob ataque de Israel.
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Ataque israelense contra o Irã mata 78 pessoas

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