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Travesti lidera projeto de dança que transforma a vida de jovens de baixa renda: 'Existir com potência'

Travesti lidera projeto de dança que transforma a vida de jovens de baixa renda: 'Existir com potência'
Além de arte-educadora e multiartista, Sol Mourão é presidenta da Associação de Travestis, Transgêneres e Transsexuais de Juiz de Fora. No Dia do Orgulho LGBT+ ela celebra a luta de criar espaços onde corpos dissidentes possam existir com potência. Sol Mourão atua como diretora e coreógrafa do grupo Remiwl, em Juiz de Fora
Sol Mourão/Arquivo Pessoal
Na batida intensa das danças urbanas e no deslizar expressivo da cultura Ballroom, Sol Mourão, de 26 anos, encontrou um mundo inclusivo.
Travesti, arte-educadora e multiartista, ela se tornou diretora do grupo Remiwl, um projeto social que oferece formação artística gratuita para jovens de baixa renda em Juiz de Fora. Além disso, ocupa o cargo de presidenta da Associação de Travestis, Transgêneres e Transsexuais da cidade (Astra-JF).
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Neste sábado (28), Dia do Orgulho LGBT+, o destaque vai para uma iniciativa que envolve mais do que passos de dança: carrega histórias, lutas, afetos e possibilidades.
Diretora e coreógrafa do Remiwl, grupo formado em 2005 por Thiago Miranda, que já não atua mais, Sol Mourão começou aos 16 anos como dançarina e desde 2018 coordena o movimento.
“Comecei dançando na Escola Municipal Áurea Bicalho do meu bairro, o Linhares. Foi ali, com 11 anos, no projeto 'Gente em Primeiro Lugar', que tudo começou. Aos 16, entrei para o Remiwl como bailarina, e nunca mais saí”, relembra Sol.
Grupo Remiwl oferece aulas gratuitas para jovens de baixa renda em Juiz de Fora
Sol Mourão/Arquivo Pessoal
Atualmente, ela atua em três frentes no projeto:
Remiwl Base: oferece aulas gratuitas a 50 jovens no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas;
Grupo Remiwl Base: com 23 integrantes em processo de profissionalização;
Remiwl Street Crew: equipe profissional formada por 9 dançarinos que já se apresentou em festivais pelo país.
Além do Remiwl, Sol também é uma das principais vozes da cultura Ballroom em Juiz de Fora, uma manifestação artística que surgiu nos Estados Unidos a partir das vivências de pessoas trans negras e latinas.
Na cidade, ela ainda ministra aulas no projeto JF is Burning, que reúne cerca de 40 participantes, e organiza eventos como o Baile do Manifesto e a Marcha Trans.
"A Ballroom é sobre celebrar quem a gente é, com orgulho. É resistência em forma de arte. E é isso que fazemos aqui: criamos espaços onde corpos dissidentes possam existir com potência", afirma Sol.
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Grupo deu profissão, direção e lar
Sol Mourão durante a Marcha Trans em Juiz de Fora
Arquivo Pessoal
Ao g1, Sol destacou como o grupo Remiwl abriu portas ao longo do caminho. “Foi por meio dele que conheci outros estados, participei de grandes eventos de dança pelo Brasil, competições e encontros. Grande parte do que aprendi sobre a cultura urbana veio dessa experiência”, complementou.
"No Remiwl nunca sofri preconceito, pois somos um grupo muito diverso. Aqui foi um lugar onde eu pude ser eu mesma, onde fui abraçada e onde vi tantas outras pessoas também serem abraçadas. É um espaço muito especial, que transforma vidas e transformou a minha também. A arte me deu profissão, direção e um lar", diz.
A trajetória de Sol é marcada por desafios — especialmente financeiros — que nunca diminuíram a determinação de continuar no universo artístico.
“Para viajar, a gente dançava no sinal, vendia bombom, organizava festival de torta. Nunca deixamos ninguém para trás", conta. A força coletiva do grupo garantiu que todos os corpos pudessem ocupar espaços, independentemente das barreiras impostas pela sociedade.
Neste Mês do Orgulho, o trabalho de Sol Mourão é um lembrete vivo de que celebrar a diversidade também é garantir oportunidades, alimentar sonhos e afirmar que todas as vidas importam.
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Como participar?
Para participar do projeto Remiwl, basta comparecer às aulas. Os horários são os seguintes:
Remiwl Base: toda terça e quinta, das 17h45 às 19h45, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM).
JF is Burning: também às terças e quintas, das 19h45 às 21h, no CCBM.
*estagiária sob supervisão de Carol Delgado.
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