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Peixe com pneumonia? Aquecedores na água são aliados no frio em maior aquário de água doce do mundo

Peixe com pneumonia? Aquecedores na água são aliados no frio em maior aquário de água doce do mundo
Tanques com aquecedores, feno nos recintos e estufas são algumas das alterações realizadas para minimizar o frio para animais do Bioparque Pantanal. Aquecedores são instalados nos tanques dos peixes durante frio em Mato Grosso do Sul.
Bioparque Pantanal
Com a ‘friaca’ tomando conta, a rotina no maior aquário de água doce do mundo, em Mato Grosso do Sul, é alterada para garantir que os animais abrigados no Bioparque Pantanal não sofram com a mudança de clima, nem contraiam doenças, como pneumonia.
Isso mesmo, o pirarucu, por exemplo, pode desenvolver pneumonia. Segundo o biólogo e curador do Bioparque, Heriberto Gimenes Junior, o peixe é uma espécie amazônica que respira fora d’água. Para evitar que ele pegue resfriado e adoeça, uma estufa foi adaptada em seu recinto, mantendo a temperatura ambiente sempre acima dos 26 °C, o ideal para seu bem-estar.
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“Os animais recebem um tratamento especial. Peixes e jacarés, por exemplo, dispõem de aquecedores nos habitats, de forma a manter uma temperatura constante e adequada às suas necessidades”, explicou o especialista.
Pitón Capitu em habitat adaptado com feno durante frio no Bioparque Pantanal.
Bioparque Pantanal
Heriberto ainda detalhou que algumas espécies, como répteis e jabutis, tendem a se tornar mais letárgicas durante os períodos frios, ou seja, entram em estado de sonolência excessiva e apresentam falta de energia. No entanto, esse é um comportamento natural e esperado para esses animais.
Os habitats deles também contam com a presença de feno, contribuindo para o conforto térmico.
Agora caso algum dos animais adoeça dentro do Bioparque, é encaminhado a uma área de quarentena específica para acolhimento, com uma equipe de médicos veterinários disponível para realizar os tratamentos necessários.
Atualmente, o local abriga 239 tanques: 31 de exposição, um de abastecimento, um de reúso e descarte de efluentes, 38 destinados à quarentena e 168 voltados exclusivamente à pesquisa, conservação, bioeconomia e sustentabilidade.
Habitat de jabuti e cobras contam com a presença de feno, contribuindo para o conforto térmico em aquário de MS
Bioparque Pantanal
Os recintos são adaptados às variações de temperatura, por isso, não é necessário aplicar cuidados adicionais quando o clima volta ao normal.
“No entanto, a equipe técnica realiza avaliações diárias ao longo de todo o ano, monitorando o comportamento dos animais e fazendo os ajustes necessários para garantir seu bem-estar e qualidade de vida durante os 365 dias do ano”, concluiu.
E na natureza?
Ainda usando os peixes como exemplo, eles são afetados pelo frio, porém, não ‘tremem’, por não sentir as baixas temperaturas da mesma forma que os seres humanos. São animais ectotérmicos, que precisam de fontes externas de calor para manter a temperatura corporal.
Segundo o Domingos Garrone Neto, coordenador do Laboratório de Ictiologia e Conservação de Peixes Neotropicais do Campus da Unesp em Registo, São Paulo, os peixes também mudam de comportamento, ficando menos ativos quando estiver muito frio, porém procuram ficar na corrente dos rios mais confortável ao clima.
“As espécies de hábitos diurnos permanecem durante o dia na calha do rio, na parte mais funda, se movimentando, nadando, em uma água que é mais corrente e está menos sujeita ao esfriamento. A noite, quando a atividade de forrageamento diminui, esses peixes encostam mais na margem procurando por conforto térmico. Isso porque nas áreas mais rasas tem as pedras que se aquecem durante o dia e liberam esse calor na água durante a noite".
Peixe pirarucu no Bioparque Pantanal
Aquário de água doce
Com a expectativa de unir cultura, turismo e conhecimento, o Bioparque Pantanal foi inaugurado em 2022. Desde então, o parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, passou a abrigar o maior aquário de água doce do mundo, com quase 5 milhões de litros de água.
O principal atrativo do Bioparque Pantanal é o circuito que forma o maior aquário de água doce do mundo, onde o visitante tem contato com as principais espécies de peixes do Pantanal e dos 5 continentes. A cenografia dos 33 tanques é de autoria do artista plástico, cenógrafo e ambientalista, Roberto Alves Gallo, que reproduz os ambientes de forma fiel.
Os animais típicos do Pantanal como jacarés, sucuris e vários peixes compõe o ambiente aberto ao público. Uma passarela ainda na área externa conduz ao mirante de contemplação de aves e outros animais em seu habitat natural, o Parque das Nações Indígenas.
Além da visitação, o Bioparque oferece uma experiência que une educação, pesquisa e conservação, promovendo projetos de pesquisa e conservação de espécies, valorizando o bem-estar dos animais e orientando seus visitantes pela educação ambiental.
Cenografia está presente em todos os atrativos.
Renata Fontoura
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