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Após velório, irmã de Juliana Marins diz que caçula a motivava: 'Ensinou a ir atrás dos sonhos'

Após velório, irmã de Juliana Marins diz que caçula a motivava: 'Ensinou a ir atrás dos sonhos'
O cortejo para o sepultamento começou por volta de 15h15 desta sexta-feira (4) no Cemitério Parque da Colina, em Niterói. Irmã de Juliana Marins, Mariana fala sobre a despedida
A irmã da jovem Juliana Marins, que morreu após cair em uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, fez um desabafo emocionado durante o velório. Mariana Marins contou que a relação entre as duas era muito próxima e que ela já está com saudades. O velório encerrou por volta de 15h15, com um cortejo para o sepultamento.
"Juliana era uma força que chegou na nossa vida para trazer muita alegria e uma passagem muito rápida aqui entre nós. Ela deixou muita alegria, muito amor. Ela ensinou a gente a ir atrás dos nossos sonhos, a fazer coisas que a gente quer e muitas vezes deixa de lado por obstáculos que podem aparecer na nossa vida", afirma.
Juliana tinha apenas 26 anos, era formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e estava em um mochilão pela Ásia.
"Antes da Juliana nascer eu queria 20 irmãos, pelo menos 10, Juliana nasceu e veio com muito, muita força, muita alegria, ocupando um espaço muito grande. Aí eu falei para minha mãe que não queria mais ninguém, queria só a Juliana. Fico muito feliz de poder ter compartilhado esses 26 anos ao lado dela", relata a irmã.
"Vinte e seis anos de muito amor, muito carinho, muita parceria. Juliana era minha amiga, além de ser minha irmã. Quando a gente perde um amigo é muito ruim, mas perder um amigo que é seu irmão é pior ainda. Eu queria dizer o quanto eu amo a Juliana, o quanto ela é importante e sempre vai ser pra mim", emenda ela.
Para ela, a saudade só vai aumentar conforme passar o tempo.
"Eu já tô com muita saudade da Juliana, essa saudade só vai aumentar. Ao mesmo tempo eu sou muito grata por a gente ter conseguido trazer a Juliana de volta para se despedir dela. Acho que se a gente não tivesse conseguido isso, seria um vazio muito grande no nosso coração. Sou muito grata de verdade", afirma.
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Mariana Marins, irmã de Juliana
Rafael Nascimento/g1 Rio
O velório foi feito no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói - cidade onde ela morava. A cerimônia só foi feita dez dias após ela ser encontrada morta. A jovem morreu após cair em uma trilha do vulcão Rinjani, na Indonésia, e o corpo só foi resgatado quatro dias depois.
Segundo a organização, a cerimônia foi dividida em dois momentos: das 10h às 12h, o público pôde prestar as últimas homenagens. Das 12h30 até as 15h, o acesso foi restrito a familiares e amigos próximos.
A família da publicitária chegou ao local por volta das 10h20.
“Vocês não sabem o que estou sentindo por dentro”, disse emocionado Manoel Marins, pai de Juliana.
O pai da publicitária informou que a família desistiu da cremação. A intenção inicial era cremar o corpo de Juliana, mas a decisão foi revista para possibilitar uma eventual autópsia no futuro. A Justiça já tinha autorizado o procedimento.
"Pedimos ao juiz, por meio da Defensoria Pública, para que a Juliana pudesse ser cremada. Mas o juiz tinha dito não pois é uma morte suspeita, talvez, não sei se o termo é esse. Então ela teria que ser enterrada caso precisasse fazer uma exumação futura."
Manoel Marins, pai de Juliana
Rafael Nascimento/g1 Rio
"Agora de manhã, quando eu acordei, fui surpreendido com a informação de que a Defensoria havia conseguido que ela fosse cremada. Mas já tínhamos decidido mesmo pelo sepultamento. Então ela vai ser sepultada."
Manoel afirmou que a família gosta de turismo de aventura e contou que, enquanto ele e Estela estavam na Chapada Diamantina, Juliana estava na Indonésia. Relatou que, na Chapada, nos trechos mais difíceis, havia cordas e o auxílio de guias, e que o mesmo deveria ter ocorrido na Indonésia.
"Lá na Chapada, nos locais difíceis, tem corda, e o guia nos ajuda. Isso deveria acontecer na Indonésia. Estou citando o Brasil, como país de terceiro mundo como a Indonésia.”
Ele agradeceu o trabalho dos voluntários, falou sobre as limitações da Defesa Civil local (Bassarnas) e afirmou que o país precisa reavaliar os protocolos de segurança em trilhas.
"Agradecemos muito aos voluntários. Pois eles que chegaram até a Juliana. Um país como a Indonésia, que vive do turismo, precisa rever seus protocolos para que outras julianas não venham a perder a vida."
"Eles [Bassarnas] têm boa vontade, eles têm muita vontade, mas eles não têm recurso. Inclusive, se os voluntários não tivessem chegado, é bem provável que Juliana não fosse resgatada. Porque o pessoal da Defesa Civil de lá conseguiu chegar até 400 m. Juliana estava a 600. Aqueles últimos 200 m só foram alcançados pelos voluntários."
Manoel reiterou o agradecimento ao povo brasileiro pela mobilização, afirmando que, graças a esse apoio, a família conseguiu algumas respostas.
"Eu quero, como eu já disse antes, agradecer ao povo brasileiro, que se mobilizou, e através da mobilização do povo brasileiro é que nós conseguimos ter algumas respostas. Ainda não todas, ainda precisamos de respostas. Algumas só virão depois desse segundo exame de necropsia que foi feito, cujo resultado ainda não saiu."
Negligência
Manoel disse que a família ainda avalia a possibilidade de entrar com um processo e que aguardava o resultado do laudo no Brasil para decidir quais medidas tomar.
Manoel Marins, pai de Juliana, é confortado por amigos
Rafael Nascimento/g1 Rio
"Uma negligência tremenda e eu vou dizer uma coisa para vocês, vocês devem ter visto isso nos vídeos. O caminho lá onde ela caiu é um caminho que começa mais largo, com cerca de 2 metros, e ele vai afunilando. Ela provavelmente caiu aquela parte que afunila por conta da negligência do dia que o guia foi fumar."
"Trata-se de despreparo, trata-se de descaso com a vida humana, trata-se de negligência, trata-se de precariedade dos serviços daquele país. Infelizmente, é um país turístico, um destino turístico mundialmente conhecido, um país que depende do turismo para sobreviver e que deveria ter mais estrutura."
Velório de Juliana Marins, em Niterói
Rafael Nascimento/g1 Rio
De acordo com o pai de Juliana, as autoridades indonésias informaram que o resultado final deve ficar pronto em até 12 dias após a realização do exame.
“Eu vi pela televisão e viemos cortejar a família. Somos de Niterói. Eu acompanhei o resgate e na esperança de salvá-la”, disse o bombeiro hidráulico Carlos Antônio de Souza.
“Eu cheguei a vender biscoitos para ela. Quando eu vi (pela televisão) eu disse: ‘conheci ela de algum lugar’. Trabalho em Camboinhas, há algum tempo. Ela era uma pessoa muito bacana. A gente guarda o sentimento para a família”, falou Marcos Aurélio Francisco Lopes, o Marcão, que trabalha como ambulante na Praia de Camboinhas.
Juliana Marins morreu na Indonésia
Reprodução

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