Em vídeo, jovem do interior de SP pede justiça para pai baleado em Goiás após suspeito ser liberado pela polícia: 'Pesadelo'

Giovanna Casagrande, de Marília (SP), pede ajuda às autoridades para que solucionem o caso. Pai dela, Alexandre Casagrande, permanece internado em estado grave em Goiânia (GO). Jovem de Marília repercute pai baleado em Goiás e pede ajuda
Uma jovem de 25 anos, natural de Marília, no interior de São Paulo, viralizou nas redes sociais ao postar um vídeo pedindo justiça para o pai, que foi baleado em Israelândia, no interior de Goiás. O suspeito foi ouvido e liberado pela polícia.
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Giovanna Casagrande decidiu contar a história nas redes sociais devido à falta de informações sobre o caso. Até a manhã desta terça-feira (17), o vídeo soma mais de 6 milhões de visualizações no TikTok e meio milhão no Instagram. Assista acima.
O pai da jovem, Alexandre Casagrande, de 54 anos, foi baleado no dia 7 de junho, um sábado. Segundo testemunhas, ele estava trabalhando em uma fazenda, quando encontrou por acaso o suspeito e os dois tiveram uma discussão acalorada no local.
Ainda de acordo com testemunhas, após a briga, o suspeito saiu da fazenda, retornando posteriormente com uma arma e atirando na direção da vítima.
Conforme relatos do boletim de ocorrência, havia mais pessoas no local, e, após o tiro, Alexandre perdeu a força e começou a sangrar pelo pescoço, sendo levado até a unidade de saúde da cidade. Algumas horas depois, ele foi transferido para Goiânia (GO).
O suspeito se apresentou à polícia dias depois, prestou depoimento e, por ter fugido e não poder ser preso em flagrante, foi solto. O caso foi registrado como tentativa de homicídio qualificado pelo motivo fútil e pela utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública de Goiás sobre o caso, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.
Giovanna Casagrande com o pai, Alexandre Casagrande
Arquivo pessoal
'Não vejo a hora de acordar'
Atualmente morando no Paraná, Giovana disse ao g1 que sua família vive um pesadelo desde o ocorrido e que espera que o caso seja esclarecido o mais rápido possível. Após a publicação do vídeo nas redes sociais, ela recebeu várias mensagens de apoio.
"Ele sempre fez de tudo para dar do bom e do melhor para a gente, com suor, com o esforço do trabalho dele. Para mim, isso é um pesadelo, porque eu era muito chegada ao meu pai. Isso, para mim, é um pesadelo que a gente não sabe o que é. Não vejo a hora de acordar."
Jovem de Marília (SP) pede justiça para pai baleado em Israelândia (GO)
Arquivo pessoal
A jovem também reclama da demora no atendimento médico ao pai, que, segundo ela, só conseguiu passar por cirurgia oito horas depois de ter sido baleado. Alexandre foi levado de ambulância para Goiânia, onde passou por cirurgia no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL).
"Meu pai levou oito horas para conseguir atendimento e ser operado. Ele levou uma hora do lugar que ele tomou o tiro até chegar na UPA, depois foram três horas para chegar uma ambulância que o levou para o hospital. Na hora que chegou a ambulância, ele não tinha sangue. E ele teve que ser transferido para Iporá para conseguir o sangue e também conseguir fazer a intubação. E só depois ele conseguiu ser transferido para Goiânia, então por isso oito horas."
Giovana estava fora do país a trabalho durante o ocorrido, mas se juntou aos familiares em Goiânia após chegar ao Brasil. Ela afirma que a família vive um dia de cada vez, pois Alexandre continua internado e em estado grave.
"Ele está com um dreno no pulmão para tirar o sangue. Ele teve dois AVCs no caminho para o hospital, e teve a traqueia quebrada. A bala está alojada na coluna, a gente ainda não sabe se teve lesão na medula. O coração dele está fraco, sendo movido por adrenalina. Então, cada dia é um dia, a gente não tem certeza de nada [...] Ele vai ter que passar ainda por diversos procedimentos, inclusive para tirar o sangue da cabeça, que ele teve um AVC. E a gente torce para que fique tudo bem, a gente ora, porque é tudo que a gente consegue fazer."
Investigação
Em 2023, o suspeito registrou um boletim de ocorrência contra a vítima por calúnia e difamação, relatando que eles eram sócios em um negócio, porém, durante um balanço das contas, foi acusado pela vítima de estar roubando dinheiro e contestou os números apresentados.
A partir deste momento, ainda segundo o BO, Alexandre estaria caluniando o suspeito pela cidade, chegando a enviar áudios ao pai do mesmo falando que seu filho era ladrão.
Segundo o relatório da polícia, alguns dias após o disparo, as testemunhas do caso começaram a ser ouvidas. Um dos homens que estava no local afirma que, antes do ocorrido, houve uma discussão acalorada entre eles, com ameaças de ambos os lados, porém sem violência física.
Uma testemunha afirma que, depois do tiro, o suspeito teria gritado "Vou terminar de matar esse cara", mas foi contido por outros trabalhadores do local.
Três dias após o caso, ainda sem ser localizado pela polícia, o suspeito se apresentou espontaneamente à delegacia com seu advogado para prestar depoimento. À polícia, ele disse que estava arrependido do ocorrido e que "foi tomado por violenta emoção no momento da ação".
Em depoimento, ele afirmou que, após a briga inicial, foi até sua casa e, ao tirar a roupa, viu a arma do crime. O suspeito disse que estava descontrolado no momento e com medo de a vítima ir atrás dele. Então, com a arma em mãos, ele voltou à chácara e ouviu o homem falando mal dele para o grupo. Ao ouvir as acusações novamente, o suspeito ficou transtornado e atirou na vítima.
Depois do disparo, ele tirou o pente da arma e foi andando até a saída da chácara, descartando a munição e a arma em um mato próximo. A polícia só encontrou os itens quatro dias depois, durante diligência no local.
A polícia termina seu relatório indiciando o homem e pedindo a prisão dele. O caso foi encaminhado para o Ministério Público decidir se continua com as investigações e se confirma a prisão do indiciado.
Jovem de Marília (SP) pede justiça para pai baleado em Israelândia (GO)
Arquivo pessoal
'O que mais falta?'
Giovanna lamenta que, apesar de toda a repercussão do vídeo e das mensagens de apoio que recebeu, o caso pouco tenha avançado por enquanto.
"Os vídeos e reportagens têm dezenas de comentários apoiando. A família do meu pai, os amigos e conhecidos estão todos apoiando também, porém não vi nada de concreto no andamento do caso."
E completa: "O caso tem testemunha, tem o autor e a confissão, tem a arma. O que mais falta? Meu pai não é um homem que tem ou anda armado, estava indefeso, então eu me pergunto o que falta para a justiça ser feita".
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Uma jovem de 25 anos, natural de Marília, no interior de São Paulo, viralizou nas redes sociais ao postar um vídeo pedindo justiça para o pai, que foi baleado em Israelândia, no interior de Goiás. O suspeito foi ouvido e liberado pela polícia.
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Giovanna Casagrande decidiu contar a história nas redes sociais devido à falta de informações sobre o caso. Até a manhã desta terça-feira (17), o vídeo soma mais de 6 milhões de visualizações no TikTok e meio milhão no Instagram. Assista acima.
O pai da jovem, Alexandre Casagrande, de 54 anos, foi baleado no dia 7 de junho, um sábado. Segundo testemunhas, ele estava trabalhando em uma fazenda, quando encontrou por acaso o suspeito e os dois tiveram uma discussão acalorada no local.
Ainda de acordo com testemunhas, após a briga, o suspeito saiu da fazenda, retornando posteriormente com uma arma e atirando na direção da vítima.
Conforme relatos do boletim de ocorrência, havia mais pessoas no local, e, após o tiro, Alexandre perdeu a força e começou a sangrar pelo pescoço, sendo levado até a unidade de saúde da cidade. Algumas horas depois, ele foi transferido para Goiânia (GO).
O suspeito se apresentou à polícia dias depois, prestou depoimento e, por ter fugido e não poder ser preso em flagrante, foi solto. O caso foi registrado como tentativa de homicídio qualificado pelo motivo fútil e pela utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública de Goiás sobre o caso, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.
Giovanna Casagrande com o pai, Alexandre Casagrande
Arquivo pessoal
'Não vejo a hora de acordar'
Atualmente morando no Paraná, Giovana disse ao g1 que sua família vive um pesadelo desde o ocorrido e que espera que o caso seja esclarecido o mais rápido possível. Após a publicação do vídeo nas redes sociais, ela recebeu várias mensagens de apoio.
"Ele sempre fez de tudo para dar do bom e do melhor para a gente, com suor, com o esforço do trabalho dele. Para mim, isso é um pesadelo, porque eu era muito chegada ao meu pai. Isso, para mim, é um pesadelo que a gente não sabe o que é. Não vejo a hora de acordar."
Jovem de Marília (SP) pede justiça para pai baleado em Israelândia (GO)
Arquivo pessoal
A jovem também reclama da demora no atendimento médico ao pai, que, segundo ela, só conseguiu passar por cirurgia oito horas depois de ter sido baleado. Alexandre foi levado de ambulância para Goiânia, onde passou por cirurgia no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL).
"Meu pai levou oito horas para conseguir atendimento e ser operado. Ele levou uma hora do lugar que ele tomou o tiro até chegar na UPA, depois foram três horas para chegar uma ambulância que o levou para o hospital. Na hora que chegou a ambulância, ele não tinha sangue. E ele teve que ser transferido para Iporá para conseguir o sangue e também conseguir fazer a intubação. E só depois ele conseguiu ser transferido para Goiânia, então por isso oito horas."
Giovana estava fora do país a trabalho durante o ocorrido, mas se juntou aos familiares em Goiânia após chegar ao Brasil. Ela afirma que a família vive um dia de cada vez, pois Alexandre continua internado e em estado grave.
"Ele está com um dreno no pulmão para tirar o sangue. Ele teve dois AVCs no caminho para o hospital, e teve a traqueia quebrada. A bala está alojada na coluna, a gente ainda não sabe se teve lesão na medula. O coração dele está fraco, sendo movido por adrenalina. Então, cada dia é um dia, a gente não tem certeza de nada [...] Ele vai ter que passar ainda por diversos procedimentos, inclusive para tirar o sangue da cabeça, que ele teve um AVC. E a gente torce para que fique tudo bem, a gente ora, porque é tudo que a gente consegue fazer."
Investigação
Em 2023, o suspeito registrou um boletim de ocorrência contra a vítima por calúnia e difamação, relatando que eles eram sócios em um negócio, porém, durante um balanço das contas, foi acusado pela vítima de estar roubando dinheiro e contestou os números apresentados.
A partir deste momento, ainda segundo o BO, Alexandre estaria caluniando o suspeito pela cidade, chegando a enviar áudios ao pai do mesmo falando que seu filho era ladrão.
Segundo o relatório da polícia, alguns dias após o disparo, as testemunhas do caso começaram a ser ouvidas. Um dos homens que estava no local afirma que, antes do ocorrido, houve uma discussão acalorada entre eles, com ameaças de ambos os lados, porém sem violência física.
Uma testemunha afirma que, depois do tiro, o suspeito teria gritado "Vou terminar de matar esse cara", mas foi contido por outros trabalhadores do local.
Três dias após o caso, ainda sem ser localizado pela polícia, o suspeito se apresentou espontaneamente à delegacia com seu advogado para prestar depoimento. À polícia, ele disse que estava arrependido do ocorrido e que "foi tomado por violenta emoção no momento da ação".
Em depoimento, ele afirmou que, após a briga inicial, foi até sua casa e, ao tirar a roupa, viu a arma do crime. O suspeito disse que estava descontrolado no momento e com medo de a vítima ir atrás dele. Então, com a arma em mãos, ele voltou à chácara e ouviu o homem falando mal dele para o grupo. Ao ouvir as acusações novamente, o suspeito ficou transtornado e atirou na vítima.
Depois do disparo, ele tirou o pente da arma e foi andando até a saída da chácara, descartando a munição e a arma em um mato próximo. A polícia só encontrou os itens quatro dias depois, durante diligência no local.
A polícia termina seu relatório indiciando o homem e pedindo a prisão dele. O caso foi encaminhado para o Ministério Público decidir se continua com as investigações e se confirma a prisão do indiciado.
Jovem de Marília (SP) pede justiça para pai baleado em Israelândia (GO)
Arquivo pessoal
'O que mais falta?'
Giovanna lamenta que, apesar de toda a repercussão do vídeo e das mensagens de apoio que recebeu, o caso pouco tenha avançado por enquanto.
"Os vídeos e reportagens têm dezenas de comentários apoiando. A família do meu pai, os amigos e conhecidos estão todos apoiando também, porém não vi nada de concreto no andamento do caso."
E completa: "O caso tem testemunha, tem o autor e a confissão, tem a arma. O que mais falta? Meu pai não é um homem que tem ou anda armado, estava indefeso, então eu me pergunto o que falta para a justiça ser feita".
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