Ameaça invisível aos anfíbios é tema de minidocumentários produzidos por biólogas

Precisa de se destacar nas redes sociais.
Conheça nossos planos de gestão de mídias sociais a partir de R$590,00 mês. Entre em contato
BID Mídia Patrocinado

‘Fascínio e declínio dos Anfíbios da Mata Atlântica’ revela a vida de um dos menores anfíbios do Brasil e alerta sobre as principais causas para o desaparecimento de diferentes espécies. Terceiro episódio de minidocumentário aborda sobre declínio dos anfíbios
Divulgação
O que lhe vem à cabeça quando você se depara com a palavra ‘pandemia’? Com certeza, para a maioria das pessoas as principais lembranças são referentes ao período em que o mundo todo precisou se isolar e teve a vida alterada por conta da circulação global do SARS-CoV-2. Mas você sabia que há décadas existe uma pandemia acontecendo e atingindo diretamente a vida e as populações de anfíbios do mundo?
Essa é uma das temáticas abordadas em ‘Fascínio e declínio dos Anfíbios da Mata Atlântica’, uma produção audiovisual dividida em três episódios desenvolvidos pelas biólogas Júlia Checchinato e Juliane Lopes, formadas pela Unicamp. O trabalho fez parte do Edital Comunicar Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho, e contou com a supervisão do professor Felipe Toledo e apoio do LaHNAB.
Assista aos minidocumentários:
Episódio 1: Pingo da Floresta
Episódio 2: A Pandemia
Episódio 3: A Extinção
Sapinho pingo-de-ouro é protagonista do primeiro episódio
Divulgação
Os minidocumentários são divididos em temas e a proposta é que sejam assistidos de maneira sequencial. No primeiro episódio o protagonista é o sapinho pingo-de-ouro (Brachycephalus spp.), considerado um dos menores vertebrados terrestres do mundo, não ultrapassando os 2 cm. A gravação da espécie foi feita na Serra do Japi em Jundiaí, terra natal de uma das autoras.
“Uma das minhas principais intenções foi mostrar para as pessoas de Jundiaí que a gente tem muita vida na Serra do Japi. E o pingo-de-ouro é um sapinho bonitinho, pequeno e fofinho, e acredito que ele tem o poder de mudar um pouco a percepção que as pessoas têm sobre os anfíbios”, comenta Júlia.
Algumas cenas do sapinho pingo-de-ouro foram feitas em ambiente controlado
Juliane Lopes
Além da captação feita da espécie na floresta, as biólogas tiveram a experiência de gravar em um cenário ‘controlado’. Para gravação dessas cenas específicas elas contaram com o apoio da cinegrafista de natureza Bruna Luchese. O episódio traz curiosidades e um pouco dos desafios que esse sapinho minúsculo enfrenta para sobreviver e ainda proliferar.
Encontrar um par, não é nada fácil para esse serzinho laranja. Apesar de vocalizar tentando atrair uma parceira, por questões da evolução a cantaria que ele realiza não é efetiva nesse sentido, pois a espécie é incapaz de ouvir a própria voz.
De uma narrativa contemplativa e delicada a temática vai para um sinal de alerta para um grande problema que todos os anfíbios enfrentam, a quitridiomicose. A doença causada por um fungo quitrídio da espécie Batrachochytrium dendrobatidi, e que é popularmente conhecida pelos acadêmicos como BD.
Anfíbios vivem pandemia silenciosa que ameaça população global de espécies
Divulgação
Esse fungo, além dos efeitos da mudança climática, pode ser considerado uma das principais ameaças para o declínio da população de anfíbios no mundo. Causou a extinção de quase 100 espécies, e prejudica indivíduos de pelos menos 500 espécies diferentes. O segundo episódio decorre sobre essa pandemia silenciosa enfrentada pelos anfíbios há muitas décadas. O quitrídio está no mesmo ambiente que os anfíbios estão e se propaga pela água, e ele se desenvolveu a tal ponto que encontrou nesses animais a vítima perfeita para sobreviver.
Visualmente falando não é possível detectar se o sapo está infectado ou não, e até hoje não existe uma fórmula para mitigar a propagação do BD.
“A gente não sabe se o bicho tem ou não, ou ainda quão severa está a infecção. Apenas em casos que ele esteja letárgico já. Os sapos funcionam como um reservatório do quitrídio e eles vão passando um para o outro. Não existe uma forma de controlar isso a fundo na natureza, é algo muito difícil.”, explica Felipe Toledo.
Biólogas atuaram em campo para captar materiais e cenas na natureza
Bruna Luchese
A questão permeia o terceiro e último episódio ao abrir espaço para as demais ameaças enfrentadas pelos anfíbios, como o tráfico de animais, destruição e alteração dos ambientes naturais, e claro, os efeitos do aquecimento global.
Mas a ideia principal dos vídeos não é apenas revelar esses problemas, e por isso, o encaminhamento mostra que existem meios possíveis para amenizar os impactos e contribuir com a vida dos anfíbios e consequentemente do planeta. Para isso é preciso conscientizar a população, além de contar com esforços de cientistas e projetos de conservação.
“Eu acho que é fundamental que as pessoas entendam que é um problema global e nacional. O Brasil é o país com a maior diversidade de anfíbios do mundo, e grande parte das espécies está ameaçada, a gente precisa conscientizar as pessoas e a gente está tentando fazer isso com esses vídeos”, acrescenta Toledo.
Narrativa do sapinho pingo-de-ouro serve de estímulo para conscientização
Júlia Checchinato
Para Juliane, a produção desses minidocumentários foi mais do que um trabalho acadêmico, e tinha como objetivo uma missão de levar essa mensagem de alerta e ao mesmo tempo de conscientização para as pessoas que não fazem parte do meio acadêmico.
“A mensagem que eu gostaria que as pessoas levassem é essa questão da mudança de consciência. De olhar para esse perigo que esses animais estão passando e perceber que tem pessoas, tem cientistas que estão dedicando a vida para mitigar esse efeito e tentar entender melhor o que tem acontecido com os anfíbios, e que as pessoas apoiem a ciência”, comenta Juliane.
Olhar para essas ameaças invisíveis é uma forma de entender também como tudo está interligado, e que é possível, com boas ações, buscar um caminho mais harmonioso para todos.
“É preciso enxergar esse papel ecológico dos anfíbios. Eles são superimportantes para a cadeia alimentar, atuando como presas e predadores, controlando pragas inclusive. Se a gente perde essa parte da cadeia, tudo vai virar uma bagunça e causar um desequilíbrio enorme. Acho que tem sim essa mensagem de que não é só o urso polar que está sofrendo com as mudanças climáticas, na verdade o problema está aqui na nossa porta, com o sapinho que a gente via todo verão e agora não vê mais”, finaliza Júlia Checchinato.
Divulgação
O que lhe vem à cabeça quando você se depara com a palavra ‘pandemia’? Com certeza, para a maioria das pessoas as principais lembranças são referentes ao período em que o mundo todo precisou se isolar e teve a vida alterada por conta da circulação global do SARS-CoV-2. Mas você sabia que há décadas existe uma pandemia acontecendo e atingindo diretamente a vida e as populações de anfíbios do mundo?
Essa é uma das temáticas abordadas em ‘Fascínio e declínio dos Anfíbios da Mata Atlântica’, uma produção audiovisual dividida em três episódios desenvolvidos pelas biólogas Júlia Checchinato e Juliane Lopes, formadas pela Unicamp. O trabalho fez parte do Edital Comunicar Ciência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho, e contou com a supervisão do professor Felipe Toledo e apoio do LaHNAB.
Assista aos minidocumentários:
Episódio 1: Pingo da Floresta
Episódio 2: A Pandemia
Episódio 3: A Extinção
Sapinho pingo-de-ouro é protagonista do primeiro episódio
Divulgação
Os minidocumentários são divididos em temas e a proposta é que sejam assistidos de maneira sequencial. No primeiro episódio o protagonista é o sapinho pingo-de-ouro (Brachycephalus spp.), considerado um dos menores vertebrados terrestres do mundo, não ultrapassando os 2 cm. A gravação da espécie foi feita na Serra do Japi em Jundiaí, terra natal de uma das autoras.
“Uma das minhas principais intenções foi mostrar para as pessoas de Jundiaí que a gente tem muita vida na Serra do Japi. E o pingo-de-ouro é um sapinho bonitinho, pequeno e fofinho, e acredito que ele tem o poder de mudar um pouco a percepção que as pessoas têm sobre os anfíbios”, comenta Júlia.
Algumas cenas do sapinho pingo-de-ouro foram feitas em ambiente controlado
Juliane Lopes
Além da captação feita da espécie na floresta, as biólogas tiveram a experiência de gravar em um cenário ‘controlado’. Para gravação dessas cenas específicas elas contaram com o apoio da cinegrafista de natureza Bruna Luchese. O episódio traz curiosidades e um pouco dos desafios que esse sapinho minúsculo enfrenta para sobreviver e ainda proliferar.
Encontrar um par, não é nada fácil para esse serzinho laranja. Apesar de vocalizar tentando atrair uma parceira, por questões da evolução a cantaria que ele realiza não é efetiva nesse sentido, pois a espécie é incapaz de ouvir a própria voz.
De uma narrativa contemplativa e delicada a temática vai para um sinal de alerta para um grande problema que todos os anfíbios enfrentam, a quitridiomicose. A doença causada por um fungo quitrídio da espécie Batrachochytrium dendrobatidi, e que é popularmente conhecida pelos acadêmicos como BD.
Anfíbios vivem pandemia silenciosa que ameaça população global de espécies
Divulgação
Esse fungo, além dos efeitos da mudança climática, pode ser considerado uma das principais ameaças para o declínio da população de anfíbios no mundo. Causou a extinção de quase 100 espécies, e prejudica indivíduos de pelos menos 500 espécies diferentes. O segundo episódio decorre sobre essa pandemia silenciosa enfrentada pelos anfíbios há muitas décadas. O quitrídio está no mesmo ambiente que os anfíbios estão e se propaga pela água, e ele se desenvolveu a tal ponto que encontrou nesses animais a vítima perfeita para sobreviver.
Visualmente falando não é possível detectar se o sapo está infectado ou não, e até hoje não existe uma fórmula para mitigar a propagação do BD.
“A gente não sabe se o bicho tem ou não, ou ainda quão severa está a infecção. Apenas em casos que ele esteja letárgico já. Os sapos funcionam como um reservatório do quitrídio e eles vão passando um para o outro. Não existe uma forma de controlar isso a fundo na natureza, é algo muito difícil.”, explica Felipe Toledo.
Biólogas atuaram em campo para captar materiais e cenas na natureza
Bruna Luchese
A questão permeia o terceiro e último episódio ao abrir espaço para as demais ameaças enfrentadas pelos anfíbios, como o tráfico de animais, destruição e alteração dos ambientes naturais, e claro, os efeitos do aquecimento global.
Mas a ideia principal dos vídeos não é apenas revelar esses problemas, e por isso, o encaminhamento mostra que existem meios possíveis para amenizar os impactos e contribuir com a vida dos anfíbios e consequentemente do planeta. Para isso é preciso conscientizar a população, além de contar com esforços de cientistas e projetos de conservação.
“Eu acho que é fundamental que as pessoas entendam que é um problema global e nacional. O Brasil é o país com a maior diversidade de anfíbios do mundo, e grande parte das espécies está ameaçada, a gente precisa conscientizar as pessoas e a gente está tentando fazer isso com esses vídeos”, acrescenta Toledo.
Narrativa do sapinho pingo-de-ouro serve de estímulo para conscientização
Júlia Checchinato
Para Juliane, a produção desses minidocumentários foi mais do que um trabalho acadêmico, e tinha como objetivo uma missão de levar essa mensagem de alerta e ao mesmo tempo de conscientização para as pessoas que não fazem parte do meio acadêmico.
“A mensagem que eu gostaria que as pessoas levassem é essa questão da mudança de consciência. De olhar para esse perigo que esses animais estão passando e perceber que tem pessoas, tem cientistas que estão dedicando a vida para mitigar esse efeito e tentar entender melhor o que tem acontecido com os anfíbios, e que as pessoas apoiem a ciência”, comenta Juliane.
Olhar para essas ameaças invisíveis é uma forma de entender também como tudo está interligado, e que é possível, com boas ações, buscar um caminho mais harmonioso para todos.
“É preciso enxergar esse papel ecológico dos anfíbios. Eles são superimportantes para a cadeia alimentar, atuando como presas e predadores, controlando pragas inclusive. Se a gente perde essa parte da cadeia, tudo vai virar uma bagunça e causar um desequilíbrio enorme. Acho que tem sim essa mensagem de que não é só o urso polar que está sofrendo com as mudanças climáticas, na verdade o problema está aqui na nossa porta, com o sapinho que a gente via todo verão e agora não vê mais”, finaliza Júlia Checchinato.
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
0 curtidas
Notícias Relacionadas
Não há mais notícias para carregar
Comentários 0