A Europa finalmente acordou militarmente, diz chefe da União Europeia em cúpula para debater Irã e Rússia

Cúpula da Otan tem anúncio de expansão nos gastos de países-membros da aliança com Defesa para um mínimo de 5% do PIB, e falas sobre rearmamento europeu diante da ameaça representada pela Rússia. A chefe do Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, anuncia plano de 800 bi de euros da UE contra eventual saída dos EUA da Ucrânia, em 4 de março de 2025.
Yves Herman/ Reuters
A Europa finalmente acordou militarmente, afirmou nesta terça-feira (24) a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante cúpula da Otan em Haia, na Holanda. Neste despertar, resultado da guerra da Rússia contra a Ucrânia, que completou três anos em fevereiro e não tem final em vista, é necessário se rearmar, segundo Leyen.
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"Saibam que a Rússia poderá testar nossos compromissos de defesa mútua nos próximos cinco anos. Até 2030, a Europa deve ter tudo o que precisa para uma dissuasão. Mas isso exige uma nova mentalidade de todos nós. Precisamos estar dispostos a sair da nossa zona de conforto. Precisamos explorar novas formas de fazer as coisas, unindo tecnologia e defesa, civil e militar, dentro da Europa e além dela. Juntos, podemos dissuadir qualquer um que tente nos causar dano. Por uma Otan mais forte, e por uma Europa mais forte e mais segura", afirmou von der Leyen.
A fala da chefe da UE ocorreu um dia após o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, ter anunciado um "salto gigantesco" nos gastos em Defesa para os países-membros do bloco, além de investimento pesado em aparelhos de guerra como defesas aéreas e tanques de guerra.
Agora, cada país da aliança militar terá que destinar um mínimo de 5% do PIB para Defesa, um aumento considerável nos níveis investidos atualmente, e segundo autoridades do bloco, assegurará a segurança europeia "à medida que o mundo se torna mais perigoso". (Leia mais abaixo)
Rutte foi na mesma linha de von der Leyen ao mencionar a necessidade do rearmamento europeu, e foi enfático ao dizer que a Otan "tem que ganhar a guerra de produção militar" contra a Rússia. Segundo ele, "é impensável que os russos, com uma economia 10 vezes menor [que a da aliança], nos superar em poder de fogo e em capacidade de produção".
A Rússia, por sua vez, criticou a Otan nesta terça-feira por escalar a retórica bélica, e afirmou que a aliança militar estaria no caminho de uma "militarização desenfreada". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Otan foi criada para o confronto e não é uma instituição pacificadora.
Expansão de gastos em Defesa
Secretário-geral da Otan, Mark Rutte, anuncia aumento de gastos em Defesa para os países-membros da aliança em 23 de junho de 2025.
REUTERS/Yves Herman
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, anunciou nesta segunda-feira (23) que os países-membros da aliança militar terão que aumentar seus gastos mínimos em Defesa para no mínimo 5% do PIB, um aumento considerável nos níveis investidos atualmente. A decisão foi tomada durante a cúpula realizada em Haia, na Holanda.
Segundo ele, todos os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordaram com os termos, em prol de uma defesa coletiva, e o incremento representará um "salto gigantesco (...) à medida que o mundo se torna mais perigoso".
"O plano de investimento em Defesa que os aliados aprovarão em Haia estabelece uma nova base: 5% do PIB a serem investidos em Defesa. Isso representa um salto gigantesco — ambicioso, histórico e fundamental para garantir nosso futuro", disse Rutte a repórteres.
Rutte disse ainda que os países-membros quintuplicarão os investimentos em defesa aérea, "porque vemos diariamente o terror mortal da Rússia vindo do céu sobre a Ucrânia — e devemos ser capazes de nos defender contra esse tipo de ataque".
O secretário-geral disse que os países-membros da Otan fornecerão mais de 35 bilhões de euros (cerca de R$ 221 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia neste ano. Para Rutte, a entrada da Ucrânia na Otan é um processo irreversível e acontecerá em algum momento.
Ele foi incisivo ao dizer que "caso a Rússia nos ataque hoje, nossa resposta seria devastadora".
Além disso, o conflito direto entre Israel e Irã, que ganhou o envolvimento direto dos Estados Unidos no final de semana, também foi tema dos representantes dos países-membros presentes na cúpula. Rutte acusou o Irã de estar profundamente envolvido na guerra na Ucrânia — fornecendo drones Shahed aos russos — e disse que os EUA não feriram nenhuma lei internacional no ataque a instalações nucleares iranianas.
Salto no gasto com defesa
O aumento dos investimentos em Defesa pelos países-membros para 5% do PIB era algo que os Estados Unidos exigiam do bloco após Donald Trump reassumir a presidência, em janeiro deste ano. Os EUA são um dos poucos países que gastam acima desse nível, e os gastos atuais da maioria dos membros ficam entre 2 e 3,5%.
A Espanha, que se opõe ao aumento, assegura que a cúpula garantirá a ela espaço de manobra para não ser obrigada a alcançar a meta. O aumento do piso para 5% do PIB em Defesa não terá exceções, e o governo espanhol concordou com a meta, segundo Rutte.
A Alemanha planeja aumentar seu orçamento de Defesa para 3,5% do PIB até 2029, disseram nesta segunda-feira fontes do governo à agência de notícias AFP, o que estaria em conformidade com a nova meta da Otan para gastos militares. Atualmente, o país destina 2,4% do PIB para esse fim.
O premiê da Eslováquia, Robert Fico, afirmou que o país se reserva o direito de decidir o ritmo em que implementará o aumento de gastos em Defesa.
Zelensky admite ceder cargo se Ucrânia entrar na Otan
Yves Herman/ Reuters
A Europa finalmente acordou militarmente, afirmou nesta terça-feira (24) a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante cúpula da Otan em Haia, na Holanda. Neste despertar, resultado da guerra da Rússia contra a Ucrânia, que completou três anos em fevereiro e não tem final em vista, é necessário se rearmar, segundo Leyen.
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"Saibam que a Rússia poderá testar nossos compromissos de defesa mútua nos próximos cinco anos. Até 2030, a Europa deve ter tudo o que precisa para uma dissuasão. Mas isso exige uma nova mentalidade de todos nós. Precisamos estar dispostos a sair da nossa zona de conforto. Precisamos explorar novas formas de fazer as coisas, unindo tecnologia e defesa, civil e militar, dentro da Europa e além dela. Juntos, podemos dissuadir qualquer um que tente nos causar dano. Por uma Otan mais forte, e por uma Europa mais forte e mais segura", afirmou von der Leyen.
A fala da chefe da UE ocorreu um dia após o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, ter anunciado um "salto gigantesco" nos gastos em Defesa para os países-membros do bloco, além de investimento pesado em aparelhos de guerra como defesas aéreas e tanques de guerra.
Agora, cada país da aliança militar terá que destinar um mínimo de 5% do PIB para Defesa, um aumento considerável nos níveis investidos atualmente, e segundo autoridades do bloco, assegurará a segurança europeia "à medida que o mundo se torna mais perigoso". (Leia mais abaixo)
Rutte foi na mesma linha de von der Leyen ao mencionar a necessidade do rearmamento europeu, e foi enfático ao dizer que a Otan "tem que ganhar a guerra de produção militar" contra a Rússia. Segundo ele, "é impensável que os russos, com uma economia 10 vezes menor [que a da aliança], nos superar em poder de fogo e em capacidade de produção".
A Rússia, por sua vez, criticou a Otan nesta terça-feira por escalar a retórica bélica, e afirmou que a aliança militar estaria no caminho de uma "militarização desenfreada". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Otan foi criada para o confronto e não é uma instituição pacificadora.
Expansão de gastos em Defesa
Secretário-geral da Otan, Mark Rutte, anuncia aumento de gastos em Defesa para os países-membros da aliança em 23 de junho de 2025.
REUTERS/Yves Herman
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, anunciou nesta segunda-feira (23) que os países-membros da aliança militar terão que aumentar seus gastos mínimos em Defesa para no mínimo 5% do PIB, um aumento considerável nos níveis investidos atualmente. A decisão foi tomada durante a cúpula realizada em Haia, na Holanda.
Segundo ele, todos os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordaram com os termos, em prol de uma defesa coletiva, e o incremento representará um "salto gigantesco (...) à medida que o mundo se torna mais perigoso".
"O plano de investimento em Defesa que os aliados aprovarão em Haia estabelece uma nova base: 5% do PIB a serem investidos em Defesa. Isso representa um salto gigantesco — ambicioso, histórico e fundamental para garantir nosso futuro", disse Rutte a repórteres.
Rutte disse ainda que os países-membros quintuplicarão os investimentos em defesa aérea, "porque vemos diariamente o terror mortal da Rússia vindo do céu sobre a Ucrânia — e devemos ser capazes de nos defender contra esse tipo de ataque".
O secretário-geral disse que os países-membros da Otan fornecerão mais de 35 bilhões de euros (cerca de R$ 221 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia neste ano. Para Rutte, a entrada da Ucrânia na Otan é um processo irreversível e acontecerá em algum momento.
Ele foi incisivo ao dizer que "caso a Rússia nos ataque hoje, nossa resposta seria devastadora".
Além disso, o conflito direto entre Israel e Irã, que ganhou o envolvimento direto dos Estados Unidos no final de semana, também foi tema dos representantes dos países-membros presentes na cúpula. Rutte acusou o Irã de estar profundamente envolvido na guerra na Ucrânia — fornecendo drones Shahed aos russos — e disse que os EUA não feriram nenhuma lei internacional no ataque a instalações nucleares iranianas.
Salto no gasto com defesa
O aumento dos investimentos em Defesa pelos países-membros para 5% do PIB era algo que os Estados Unidos exigiam do bloco após Donald Trump reassumir a presidência, em janeiro deste ano. Os EUA são um dos poucos países que gastam acima desse nível, e os gastos atuais da maioria dos membros ficam entre 2 e 3,5%.
A Espanha, que se opõe ao aumento, assegura que a cúpula garantirá a ela espaço de manobra para não ser obrigada a alcançar a meta. O aumento do piso para 5% do PIB em Defesa não terá exceções, e o governo espanhol concordou com a meta, segundo Rutte.
A Alemanha planeja aumentar seu orçamento de Defesa para 3,5% do PIB até 2029, disseram nesta segunda-feira fontes do governo à agência de notícias AFP, o que estaria em conformidade com a nova meta da Otan para gastos militares. Atualmente, o país destina 2,4% do PIB para esse fim.
O premiê da Eslováquia, Robert Fico, afirmou que o país se reserva o direito de decidir o ritmo em que implementará o aumento de gastos em Defesa.
Zelensky admite ceder cargo se Ucrânia entrar na Otan
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