Médicos de UBSs paralisam atendimentos após profissional de saúde ser agredida em Juiz de Fora

Caso aconteceu na unidade do Bairro Furtado de Menezes, na quarta (25). Médica de 55 anos foi socorrida pelo Samu com vários ferimentos no rosto e nos braços. Prefeitura repudiou o ocorrido e informou que o local será reaberto na próxima segunda-feira (30). Médicos paralisam atendimentos após colega ser agredida na UBS do Bairro Furtado de Menezes, em Juiz de Fora
Gabriel Landim/TV Integração
Médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Juiz de Fora paralisaram as atividades nesta quinta (26) em apoio à profissional de 55 anos agredida por uma paciente dentro de um consultório da UBS do Bairro Furtado de Menezes, na quarta-feira (25).
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Em resposta ao episódio, a categoria realizou uma manifestação em frente à Prefeitura para cobrar mais segurança nas unidades e melhores condições de trabalho. Os profissionais foram recebidos para uma reunião com representantes do Executivo.
Ao g1, o secretário-geral do Sindicato dos Médicos, Geraldo Sette, confirmou que a paralisação foi massiva. A entidade afirmou, em nota, que a ausência de resposta às demandas contribuiu para o agravamento da situação.
A Prefeitura, por sua vez, informou que profissionais de mais de 20 unidades aderiram à manifestação parcial durante o turno da manhã e que, no entanto, a maioria deve retomar o atendimento ao longo da tarde, com exceção das UBSs dos bairros Borboleta, Jardim Natal, São Benedito e Vila Olavo Costa.
"A Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, tem acompanhado de perto cada uma das ocorrências e está em diálogo constante com as autoridades de segurança para que os autores sejam identificados e responsabilizados pelos crimes ocorridos”, complementou o Executivo. Veja os dois pronunciamentos na íntegra no fim da reportagem.
Ainda de acordo com o Executivo, a UBS do Bairro Furtado de Menezes volta a funcionar na próxima segunda-feira (30).
Médicos de Juiz de Fora paralisam atividades após profissional ser agredida na UBS do Bairro Furtado de Menezes
Gabriella Santiago/Arquivo Pessoal
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Profissional foi atingida com pedra
Ferimentos no rosto de médica agredida por paciente em Juiz de Fora
Arquivo Pessoal
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), a paciente havia sido atendida anteriormente na unidade, mas retornou exaltada porque a receita fornecida pela médica estava sem data. A profissional decidiu realizar um novo atendimento, mas foi agredida com socos, chutes, pontapés e uma pedra.
A mulher ainda teria usado um capacete para quebrar o vidro da recepção e fugiu do local. Até a última atualização desta matéria, não havia sido localizada.
O Samu prestou os primeiros socorros e encaminhou a médica ao Hospital da Unimed com traumatismo cranioencefálico, suspeita de fratura no nariz e no braço, sangramento e ferimentos no rosto, além de dor abdominal.
Conforme os moradores do bairro, a médica é nova na UBS e teria iniciado os atendimentos na semana passada.
Médica foi agredida em UBS do Bairro Furtado de Menezes, em Juiz de Fora
Letícia Damasceno/TV Integração
O que diz a Prefeitura?
"A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) reitera que os episódios recentes de agressão, ameaça e depredação registrados em unidades de saúde da cidade são absolutamente injustificáveis. Esses atos refletem uma cultura de violência que, longe de resolver problemas, apenas agrava os desafios enfrentados pela saúde pública e penaliza diretamente a população usuária do SUS.
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, tem acompanhado de perto cada uma das ocorrências e está em diálogo constante com as autoridades de segurança para que os autores sejam identificados e responsabilizados pelos crimes ocorridos.
A PJF informa, ainda, que todas as unidades de saúde municipais contam com o apoio da Guarda Municipal. Em situações de maior complexidade, como no caso das UPAs que têm gestão terceirizada, a segurança é de responsabilidade da instituição gestora, mas com apoio da Guarda sempre que necessário.
Com relação à paralisação temporária de atividades em parte das unidades básicas de saúde nesta quinta-feira (26), em ato de protesto realizado por profissionais da rede municipal, a Prefeitura confirma que mais de 20 unidades aderiram à paralisação parcial durante o turno da manhã. No entanto, a maioria retoma o atendimento ao longo da tarde, com exceção das UBSs dos bairros Borboleta, Jardim Natal, São Benedito e Vila Olavo Costa. A Prefeitura mantém-se aberta ao diálogo, reafirmando seu compromisso com a valorização dos profissionais de saúde e com a garantia de um serviço público de qualidade para toda a população.
Por fim, a Prefeitura reafirma que situações de violência nas unidades de saúde não podem ser naturalizadas nem toleradas. É preciso fortalecer o respeito e o pacto de civilidade entre profissionais e usuários do SUS. A PJF informa também que o atendimento na UBS Furtado de Menezes seguirá suspenso até esta sexta-feira (27) e será retomado na próxima segunda-feira (30). A medida é necessária para viabilizar o acolhimento da equipe profissional, que está passando por acompanhamento após a agressão sofrida por uma servidora, e para a realização de reparos no ambiente interno da unidade. A Prefeitura de Juiz de Fora informa ainda, que diante do episódio de violência registrado em uma unidade de saúde, já foram adotadas medidas concretas: oferta de atendimento psicológico e social à profissional agredida e a toda a equipe; definição de conduta para casos de agressão física, com interrupção imediata do serviço e avaliação pela gerência; e lançamento de campanhas institucionais nas redes sociais sobre o papel da Atenção Primária e o combate à violência. Também está agendada para a próxima quinta-feira uma reunião com o secretário de Segurança para discutir o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar às unidades".
Nota do Sindicato dos Médicos
"O Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata de Minas Gerais, na condição de legítima representação classista dos médicos que trabalham na Prefeitura de Juiz de Fora, vem por meio desta nota esclarecer que os serviços de atendimento nos postos de saúde da cidade foi suspenso na data de hoje, 26 de junho de 2025, em razão de fatos que se tornaram públicos. Uma médica da UBS Furtado de Menezes, que iniciava seus trabalhos no SUS, foi agredida em seu ambiente de trabalho, uma repartição pública municipal, com extrema violência e crueldade, evidenciando o potencial agressivo e violento da agressora. A profissional sofreu lesões corporais graves, estando sujeita até a risco de morte diante da agressão. Tal fato deve ser intolerável para todos e os médicos dos postos de saúde, em movimento rápido e coordenado, reagiram com dignidade, realizando manifestação pacífica na porta do prédio central da Prefeitura e solicitando escuta por parte dos responsáveis pela saúde no município. É de se destacar que o Sindicato dos Médicos incluiu em sua pauta de reivindicações de 2025 a questão da segurança nos locais de trabalho, não sendo este item específico da pauta, como todos os outros, atendido pela administração municipal. Esse descaso teria consequências. E teve. Não se constrói um SUS eficiente e humanizado desta forma, em cima das ruínas de uma classe ameaçada. Os dados são claros e mostram o aumento, a cada ano, de atos de violência contra profissionais de saúde e outras práticas delituosas em unidades de saúde, como furtos. Chegando ao cume com uma agressão de violência inaudita. É hora da classe médica e do gestor público pensarem, com empatia e responsabilidade, nesta situação. Nada garante que não se repetirá. O Sindicato exige respeito e diálogo. Essas reivindicações são o mínimo que se pode esperar da parte do empregador. Que essa mobilização seja um sinal para novos tempos e para a correção de tantas distorções e inconformidades que têm prejudicado o trabalho dos profissionais da saúde. A nossa luta não terminou, demos o primeiro passo, premidos pela necessidade e diante de um fato violento, disruptivo, cruel e que sensibilizou todos os trabalhadores dos serviços públicos de saúde e também a comunidade".
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Gabriel Landim/TV Integração
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Em resposta ao episódio, a categoria realizou uma manifestação em frente à Prefeitura para cobrar mais segurança nas unidades e melhores condições de trabalho. Os profissionais foram recebidos para uma reunião com representantes do Executivo.
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A Prefeitura, por sua vez, informou que profissionais de mais de 20 unidades aderiram à manifestação parcial durante o turno da manhã e que, no entanto, a maioria deve retomar o atendimento ao longo da tarde, com exceção das UBSs dos bairros Borboleta, Jardim Natal, São Benedito e Vila Olavo Costa.
"A Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, tem acompanhado de perto cada uma das ocorrências e está em diálogo constante com as autoridades de segurança para que os autores sejam identificados e responsabilizados pelos crimes ocorridos”, complementou o Executivo. Veja os dois pronunciamentos na íntegra no fim da reportagem.
Ainda de acordo com o Executivo, a UBS do Bairro Furtado de Menezes volta a funcionar na próxima segunda-feira (30).
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A mulher ainda teria usado um capacete para quebrar o vidro da recepção e fugiu do local. Até a última atualização desta matéria, não havia sido localizada.
O Samu prestou os primeiros socorros e encaminhou a médica ao Hospital da Unimed com traumatismo cranioencefálico, suspeita de fratura no nariz e no braço, sangramento e ferimentos no rosto, além de dor abdominal.
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Médica foi agredida em UBS do Bairro Furtado de Menezes, em Juiz de Fora
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O que diz a Prefeitura?
"A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) reitera que os episódios recentes de agressão, ameaça e depredação registrados em unidades de saúde da cidade são absolutamente injustificáveis. Esses atos refletem uma cultura de violência que, longe de resolver problemas, apenas agrava os desafios enfrentados pela saúde pública e penaliza diretamente a população usuária do SUS.
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, tem acompanhado de perto cada uma das ocorrências e está em diálogo constante com as autoridades de segurança para que os autores sejam identificados e responsabilizados pelos crimes ocorridos.
A PJF informa, ainda, que todas as unidades de saúde municipais contam com o apoio da Guarda Municipal. Em situações de maior complexidade, como no caso das UPAs que têm gestão terceirizada, a segurança é de responsabilidade da instituição gestora, mas com apoio da Guarda sempre que necessário.
Com relação à paralisação temporária de atividades em parte das unidades básicas de saúde nesta quinta-feira (26), em ato de protesto realizado por profissionais da rede municipal, a Prefeitura confirma que mais de 20 unidades aderiram à paralisação parcial durante o turno da manhã. No entanto, a maioria retoma o atendimento ao longo da tarde, com exceção das UBSs dos bairros Borboleta, Jardim Natal, São Benedito e Vila Olavo Costa. A Prefeitura mantém-se aberta ao diálogo, reafirmando seu compromisso com a valorização dos profissionais de saúde e com a garantia de um serviço público de qualidade para toda a população.
Por fim, a Prefeitura reafirma que situações de violência nas unidades de saúde não podem ser naturalizadas nem toleradas. É preciso fortalecer o respeito e o pacto de civilidade entre profissionais e usuários do SUS. A PJF informa também que o atendimento na UBS Furtado de Menezes seguirá suspenso até esta sexta-feira (27) e será retomado na próxima segunda-feira (30). A medida é necessária para viabilizar o acolhimento da equipe profissional, que está passando por acompanhamento após a agressão sofrida por uma servidora, e para a realização de reparos no ambiente interno da unidade. A Prefeitura de Juiz de Fora informa ainda, que diante do episódio de violência registrado em uma unidade de saúde, já foram adotadas medidas concretas: oferta de atendimento psicológico e social à profissional agredida e a toda a equipe; definição de conduta para casos de agressão física, com interrupção imediata do serviço e avaliação pela gerência; e lançamento de campanhas institucionais nas redes sociais sobre o papel da Atenção Primária e o combate à violência. Também está agendada para a próxima quinta-feira uma reunião com o secretário de Segurança para discutir o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar às unidades".
Nota do Sindicato dos Médicos
"O Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata de Minas Gerais, na condição de legítima representação classista dos médicos que trabalham na Prefeitura de Juiz de Fora, vem por meio desta nota esclarecer que os serviços de atendimento nos postos de saúde da cidade foi suspenso na data de hoje, 26 de junho de 2025, em razão de fatos que se tornaram públicos. Uma médica da UBS Furtado de Menezes, que iniciava seus trabalhos no SUS, foi agredida em seu ambiente de trabalho, uma repartição pública municipal, com extrema violência e crueldade, evidenciando o potencial agressivo e violento da agressora. A profissional sofreu lesões corporais graves, estando sujeita até a risco de morte diante da agressão. Tal fato deve ser intolerável para todos e os médicos dos postos de saúde, em movimento rápido e coordenado, reagiram com dignidade, realizando manifestação pacífica na porta do prédio central da Prefeitura e solicitando escuta por parte dos responsáveis pela saúde no município. É de se destacar que o Sindicato dos Médicos incluiu em sua pauta de reivindicações de 2025 a questão da segurança nos locais de trabalho, não sendo este item específico da pauta, como todos os outros, atendido pela administração municipal. Esse descaso teria consequências. E teve. Não se constrói um SUS eficiente e humanizado desta forma, em cima das ruínas de uma classe ameaçada. Os dados são claros e mostram o aumento, a cada ano, de atos de violência contra profissionais de saúde e outras práticas delituosas em unidades de saúde, como furtos. Chegando ao cume com uma agressão de violência inaudita. É hora da classe médica e do gestor público pensarem, com empatia e responsabilidade, nesta situação. Nada garante que não se repetirá. O Sindicato exige respeito e diálogo. Essas reivindicações são o mínimo que se pode esperar da parte do empregador. Que essa mobilização seja um sinal para novos tempos e para a correção de tantas distorções e inconformidades que têm prejudicado o trabalho dos profissionais da saúde. A nossa luta não terminou, demos o primeiro passo, premidos pela necessidade e diante de um fato violento, disruptivo, cruel e que sensibilizou todos os trabalhadores dos serviços públicos de saúde e também a comunidade".
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