Quem é o bailarino que teve visto negado nos EUA e interrompeu carreira após 10 anos no país

Luiz Fernando da Silva, de 29 anos, é morador de Barra Mansa (RJ). Ele atuou no Miami City Ballet e teve o visto de trabalho negado após ser contratado por uma companhia de Nova York. Bailarino brasileiro tem visto de trabalho negado pelos EUA
Amor pelo balé, conhecer lugares novos e gosto pela leitura. Estas são algumas das características de do bailarino brasileiro, Luiz Fernando da Silva, de 29 anos, que teve o visto negado nos Estados Unidos e interrompeu a carreira após 10 anos no país.
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O primeiro contato com o mundo da dança foi bem rápido em 2008, quando participou de um projeto em Barra Mansa. Logo depois, em 2010, aos 15 anos, fez um curso profissionalizante em Porto Real (RJ).
Em entrevista ao g1, Luiz explicou que apesar do amor pelo balé atualmente, ele não teve de imediato o sonho de se tornar bailarino desde novo, foi uma paixão que foi crescendo gradualmente a cada evolução que ele tinha nas aulas.
Bailarino brasileiro tem visto negado nos EUA e interrompe carreira após 10 anos no país
Arquivo pessoal
"Eu me apaixonei. E dali, diante, foi um reencontro mesmo de alma, sabe? Eu me encontrei no balé, na dança, e aí eu não me via mais sem o balé, aí o balé virou um sonho, o meu sonho virou ser bailarino", lembrou.
Ao longo desses 10 anos de carreira, Luiz já se apresentou inúmeras vezes, dançou em vários palcos, mas uma apresentação é considerada especial para ele: O Quebra-Nozes.
A apresentação foi em 2023, em Miami. Na ocasião, ele fez papel principal com a bailarina brasileira, Nathalia Arja, que para ele é uma referência como artista.
"Nessa mesma apresentação, eu tinha ao meu lado grandes amigos que dançavam comigo ali na companhia, durante aquele tempo, e eu via o rosto deles do palco torcendo, sorrindo, vibrando junto comigo, então eu vou guardar essa memória, essa apresentação para sempre na minha memória e no meu coração", contou Luiz.
Quem é o bailarino que teve o visto negado no EUA
Arquivo pessoal
Estar com pessoas especiais
Luiz contou ao g1 que nas horas vagas gosta de ter bons momentos ao lado da família e amigos, seja para conhecer um lugar novo ou tomar um café.
"Desde quando eu cheguei no Brasil, do ano passado pra cá, eu tenho passado muito tempo com minha família, com entes queridos, e sempre que eu tenho a oportunidade, uma hora vaga, que eu não estou fazendo alguma coisa, trabalhando, ou dançando, ou indo na academia, eu remeto ao encontro de pessoas queridas, pessoas que são muito especiais pra mim", comentou.
Luiz com os familiares
Arquivo pessoal
Barreira linguística
Para Luiz, um dos maiores desafios ao se mudar para os Estados Unidos foi o idioma, pois não sabia falar inglês e no início isso foi uma barreira.
"Tinha uma certa dificuldade para me comunicar com as pessoas e até passar aquele período de vergonha e de ficar acanhado para poder me comunicar com as pessoas por medo de errar, por medo de ser mal interpretado", recordou.
Um outro desafio apontado por Luiz foi o de manter a própria personalidade e lutar por tudo aquilo que acredita.
"Foi bem desafiador desde cedo e até mais tarde, manter os meus valores, manter a minha dignidade, a minha cabeça erguida, lutando pelo aquilo que eu acredito, lutando pelo correto, defendendo um mundo na dança onde as pessoas sejam tratadas. De formas iguais, onde não tenha favoritismo, onde não tenha exclusão, onde não tenha estereótipos", explicou.
Sobre a carreira
Bailarino brasileiro tem visto negado nos EUA e interrompe carreira após 10 anos no país
Arquivo pessoal
Em 2012, depois de participar de alguns festivais pelo Brasil, Luiz teve a primeira oportunidade de ir para o exterior. Na ocasião, ele participou de um festival de dança que ocorreu em Nova York. A oportunidade foi uma virada de chave para ele.
"Naquele momento, eu decidi que eu ia seguir isso como profissão, que eu ia lutar para ter uma carreira como bailarino profissional, dançar em uma companhia e realmente viver da minha arte, da minha dança", explicou.
Os planos deram certo! Luiz conseguiu uma bolsa na escola de dança, Miami City Ballet School, e, depois, integrou a companhia profissional até 2024, quando decidiu buscar novas oportunidades profissionais.
Quem é o bailarino que teve o visto negado no EUA
Arquivo pessoal
Ainda no ano passado, o dançarino foi aprovado em uma audição no Dance Theatre of Harlem, em Nova York, uma das mais prestigiadas companhias de dança dos EUA.
A partir desse novo passo, ele iniciou um novo processo: dar entrada no novo visto de trabalho. Luiz retornou ao Brasil em maio de 2024 para aguardar o visto, mas o pedido foi negado e agora ele vê a carreira ameaçada após uma década no exterior.
“Receber essa notícia foi bem triste, bem chocante para mim porque eu juntei todos os documentos, todas as provas, todos os materiais, nos últimos anos [...] cartas de recomendação de pessoas que eu trabalhei na dança, sendo coreógrafos, bailarinos, professores, e juntei tudo. Mas, eles alegaram que não era o suficiente, que eu não tinha materiais o suficiente para poder exercer aquela função como bailarino de uma companhia lá”, pontuou Luiz.
Diante da negativa, Luiz agora está pensando em outras possibilidades, como seguir carreira no Brasil, na Europa ou em algum outro país da América Latina.
Bailarino brasileiro tem visto negado nos EUA e interrompe carreira após 10 anos no país
Arquivo pessoal
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Amor pelo balé, conhecer lugares novos e gosto pela leitura. Estas são algumas das características de do bailarino brasileiro, Luiz Fernando da Silva, de 29 anos, que teve o visto negado nos Estados Unidos e interrompeu a carreira após 10 anos no país.
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O primeiro contato com o mundo da dança foi bem rápido em 2008, quando participou de um projeto em Barra Mansa. Logo depois, em 2010, aos 15 anos, fez um curso profissionalizante em Porto Real (RJ).
Em entrevista ao g1, Luiz explicou que apesar do amor pelo balé atualmente, ele não teve de imediato o sonho de se tornar bailarino desde novo, foi uma paixão que foi crescendo gradualmente a cada evolução que ele tinha nas aulas.
Bailarino brasileiro tem visto negado nos EUA e interrompe carreira após 10 anos no país
Arquivo pessoal
"Eu me apaixonei. E dali, diante, foi um reencontro mesmo de alma, sabe? Eu me encontrei no balé, na dança, e aí eu não me via mais sem o balé, aí o balé virou um sonho, o meu sonho virou ser bailarino", lembrou.
Ao longo desses 10 anos de carreira, Luiz já se apresentou inúmeras vezes, dançou em vários palcos, mas uma apresentação é considerada especial para ele: O Quebra-Nozes.
A apresentação foi em 2023, em Miami. Na ocasião, ele fez papel principal com a bailarina brasileira, Nathalia Arja, que para ele é uma referência como artista.
"Nessa mesma apresentação, eu tinha ao meu lado grandes amigos que dançavam comigo ali na companhia, durante aquele tempo, e eu via o rosto deles do palco torcendo, sorrindo, vibrando junto comigo, então eu vou guardar essa memória, essa apresentação para sempre na minha memória e no meu coração", contou Luiz.
Quem é o bailarino que teve o visto negado no EUA
Arquivo pessoal
Estar com pessoas especiais
Luiz contou ao g1 que nas horas vagas gosta de ter bons momentos ao lado da família e amigos, seja para conhecer um lugar novo ou tomar um café.
"Desde quando eu cheguei no Brasil, do ano passado pra cá, eu tenho passado muito tempo com minha família, com entes queridos, e sempre que eu tenho a oportunidade, uma hora vaga, que eu não estou fazendo alguma coisa, trabalhando, ou dançando, ou indo na academia, eu remeto ao encontro de pessoas queridas, pessoas que são muito especiais pra mim", comentou.
Luiz com os familiares
Arquivo pessoal
Barreira linguística
Para Luiz, um dos maiores desafios ao se mudar para os Estados Unidos foi o idioma, pois não sabia falar inglês e no início isso foi uma barreira.
"Tinha uma certa dificuldade para me comunicar com as pessoas e até passar aquele período de vergonha e de ficar acanhado para poder me comunicar com as pessoas por medo de errar, por medo de ser mal interpretado", recordou.
Um outro desafio apontado por Luiz foi o de manter a própria personalidade e lutar por tudo aquilo que acredita.
"Foi bem desafiador desde cedo e até mais tarde, manter os meus valores, manter a minha dignidade, a minha cabeça erguida, lutando pelo aquilo que eu acredito, lutando pelo correto, defendendo um mundo na dança onde as pessoas sejam tratadas. De formas iguais, onde não tenha favoritismo, onde não tenha exclusão, onde não tenha estereótipos", explicou.
Sobre a carreira
Bailarino brasileiro tem visto negado nos EUA e interrompe carreira após 10 anos no país
Arquivo pessoal
Em 2012, depois de participar de alguns festivais pelo Brasil, Luiz teve a primeira oportunidade de ir para o exterior. Na ocasião, ele participou de um festival de dança que ocorreu em Nova York. A oportunidade foi uma virada de chave para ele.
"Naquele momento, eu decidi que eu ia seguir isso como profissão, que eu ia lutar para ter uma carreira como bailarino profissional, dançar em uma companhia e realmente viver da minha arte, da minha dança", explicou.
Os planos deram certo! Luiz conseguiu uma bolsa na escola de dança, Miami City Ballet School, e, depois, integrou a companhia profissional até 2024, quando decidiu buscar novas oportunidades profissionais.
Quem é o bailarino que teve o visto negado no EUA
Arquivo pessoal
Ainda no ano passado, o dançarino foi aprovado em uma audição no Dance Theatre of Harlem, em Nova York, uma das mais prestigiadas companhias de dança dos EUA.
A partir desse novo passo, ele iniciou um novo processo: dar entrada no novo visto de trabalho. Luiz retornou ao Brasil em maio de 2024 para aguardar o visto, mas o pedido foi negado e agora ele vê a carreira ameaçada após uma década no exterior.
“Receber essa notícia foi bem triste, bem chocante para mim porque eu juntei todos os documentos, todas as provas, todos os materiais, nos últimos anos [...] cartas de recomendação de pessoas que eu trabalhei na dança, sendo coreógrafos, bailarinos, professores, e juntei tudo. Mas, eles alegaram que não era o suficiente, que eu não tinha materiais o suficiente para poder exercer aquela função como bailarino de uma companhia lá”, pontuou Luiz.
Diante da negativa, Luiz agora está pensando em outras possibilidades, como seguir carreira no Brasil, na Europa ou em algum outro país da América Latina.
Bailarino brasileiro tem visto negado nos EUA e interrompe carreira após 10 anos no país
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