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Professor de educação física é demitido após exigir exercício exaustivo para alunos de 10 anos e crianças passarem mal

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Professor de educação física é demitido após exigir exercício exaustivo para alunos de 10 anos e crianças passarem mal
Segundo pais, atividade foi dada como punição para estudantes que não fizeram lição de casa. Docente da rede municipal foi procurado pelo g1 por telefone, mas não atendeu ligações nem respondeu mensagens. Professor é demitido por punir alunos em Cachoeiro de Itapemirim
Um professor de educação física foi demitido após passar uma punição exaustiva para alunos entre 9 e 10 anos que não fizeram o dever de casa em uma escola municipal do bairro Paraíso, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. O caso ocorreu na terça-feira (22) e o professor foi exonerado nesta quinta-feira (25).
O g1 entrou em contato com o docente por telefone e não teve nenhum retorno até a última atualização desta reportagem.
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Segundo relatos de pais dos alunos, o professor utilizou a expressão "treino suicídio" para instruir os alunos a correrem dez vezes ao redor da quadra da escola. Alguns estudantes passaram mal, vomitaram e tiveram crise de ansiedade.
A Secretaria Municipal de Educação de Cachoeiro de Itapemirim informou que o professor negou que passou a atividade como punição.
Não foi divulgado o nome da escola nem do professor para preservar a identidade dos alunos, que são menores de idade, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Alunos pediram para parar atividade
A mãe de uma das alunas de 9 anos que tem bronquite, contou ao g1 que a filha passou mal e teve dificuldade de respirar.
"Cheguei em casa e ela já tinha saído da escola. Percebi que minha filha não estava legal. Me contou da atividade passada pelo professor e como teve crises de bronquite asmática esse ano, e está em tratamento para bronquite, ficou com falta de ar e dor no peito. Ficou muito assustada com o pedido do professor por ter usado aquela expressão [para se referir à atividade]. Ela começou a fazer a atividade, pediu para parar e ele não deixou. Agora, minha filha, que sempre gostou de fazer educação física, não quer mais fazer a aula", destacou.
Tarefa de casa
Os filhos relataram para as mães que o professor teria pedido para os alunos pesquisarem a diferença entre lazer e esporte e entre atividade física e exercício físico. Mas como as crianças não tinham feito a pesquisa, o professor pediu para que eles corressem dez vezes ao redor da quadra.
Outra mãe comentou que o filho de nove anos estava passando mal quando foram buscar o menino na escola.
"Minha mãe foi buscar ele na escola e os alunos tinham acabado de fazer a atividade. Assim que ela chegou lá, disse que viu vários alunos chorando e meu filho contou o que tinha acontecido. Vários pais disseram que os filhos vomitaram, um tinha asma e não aguentou correr . Meu filho caiu no chão e mesmo assim o professor mandou ele continuar correndo", explicou.
O que o professor disse aos pais:

A mulher disse ainda que alguns pais entraram na escola e conversaram com o professor e a diretora para entender o que tinha acontecido e o próprio professor confirmou o pedido da atividade.
O menino sentiu dores no peito, teve uma crise de ansiedade e machucou os próprios dedos logo após realizar o pedido do professor durante a aula na terça-feira (22).
"Vale frisar que meu filho tem condicionamento físico, joga futebol, faz judô é super saudável. Mas a dor que sentiu foi devido a crise de ansiedade que atacou no momento da punição. O dedinho dele eu encontrei assim a noite quando retornei do trabalho. Ferido por ele mesmo", comentou.
Menino de 9 anos teve crise de ansiedade após realizar atividade punitiva pedida por professor em escola municipal de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo
Acervo pessoal
Secretaria Municipal de Educação acompanha caso
A Secretaria Municipal de Educação da cidade ficou sabendo da conduta do professor na quarta-feira (23) e relatou que assim que soube da atividade, repassou para a Gerência de Gestão Escolar (GGE), que solicitou à unidade de ensino esclarecimentos acerca do ocorrido.
A Secretária Municipal de Educação, Celeida Chamão, informou que foi feita uma reunião com o professor. Ele disse que não tinha aplicado uma punição pelo dever não feito, mas sim tinha passado uma atividade elaborada para aquele dia.
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Após a reunião, a secretaria demitiu o professor que era contratado e uma outra reunião com os pais dos alunos envolvidos será realizada para análise se outras medidas precisam ser tomadas, como um possível tratamento para as crianças.
"Esclarecemos que esta secretaria não compactua com atitudes dessa natureza, como foi a que ocorreu na unidade de ensino. Reforçamos que, as medidas cabíveis para averiguação e apuração dos fatos estão sendo tomadas, para responsabilização dos envolvidos. Por fim, enfatizamos que a conduta deste professor não condiz com o Código dos Agentes Públicos Municipais da Administração Direta e Indireta, bem como com as orientações repassadas pela Secretaria Municipal de Educação às unidades escolares", pontuou a secretaria.
O profissional de educação física ouvido pelo g1, Mateus Campanharo, explicou que esse tipo de treino que deve ser aplicado de forma consciente.
“É um método, tipo de treinamento que pode ser utilizado, mas o estímulo precisa ser utilizado corretamente. É um treino que leva a exaustão, leva a pessoa a frequências máximas e provavelmente esses alunos não estão acostumados com isso. Chega a ser uma falta de ética. Precisa ver antes se um aluno teve algum problema patológico ou outro tipo de problema que se fizer trabalho extremo não vai reagir bem”, explicou.
Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
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